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J.R. Guzzo

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Gastos públicos

Entre explosões e golpes, que fim levou o pacote fiscal de Fernando Haddad?

Corte de Gatos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que enfrenta pressão para anunciar corte de gastos (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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E o pacote fiscal do ministro Fernando Haddad? Coitado do pacote fiscal do ministro Haddad. Uma hora é o homem que quer explodir o Supremo, mas é barrado na portaria e vai se suicidar na praça em frente detonando em cima de si mesmo uma carga de fogos de São João. Outra hora é Janja mandando Elon Musk “se f.”. Tem a entrevista mundial de Lula que deveria ser a apoteose da conferência do G-20 no Rio de Janeiro, mas é cancelada após três horas de espera. Agora aparece a “Operação Punhal Verde-Amarelo”. Que arcabouço aguenta um tiroteio desses?

É onde estamos com o pacote fiscal. Salvo a presidente do PT, a ala ginasiana do governo e os invasores de terra do MST, todo mundo sabe que é indispensável cortar alguma coisa na despesa desesperada do Tesouro Nacional – até Lula sabe, embora não queira cortar nada. Mas todo mundo fala, fala, fala e o pacote de cortes não sai. O ministro faz que vai, depois não vai, e acaba não fondo. No momento, parece esperar que Alexandre de Moares e a Polícia Federal resolvam o último golpe de extrema direita – se Lula seria envenenado, se iam matar o pobre do Geraldo Alckmin, se Bolsonaro vai ser preso nas próximas horas.

O país está na Vara de Falências, mas manda uma comitiva com mais de 1.900 pessoas para uma conferência sobre o “clima” em Baku – a maior do mundo. Torra R$ 35 milhões, ou mais ainda, no janjapalooza da primeira-dama

Tudo o que Haddad e seu intangível pacote fiscal não precisam é deste tumulto permanente. Já não se sabe o que seria cortado, ou sequer se haveria realmente algum corte que pudesse ser levado a sério. Já se sabe que nenhum ministro está mexendo uma palha para reduzir suas despesas – cortes, só no estabelecimento ao lado. Janja, se resolver entrar no caso em nome das mulheres, vai dizer: “Fuck you, déficit público”. Lula está fixado na Faixa de Gaza. Chega, não é? Mas o ministro Moraes e a PF não dão sossego, e Haddad continua na sala de espera.

Está tudo errado. O Brasil de Lula não pode mais aumentar as suas entradas, pois não consegue extorquir mais impostos, mas também não admite segurar as suas saídas – tudo bem com os cortes, desde que a gente possa continuar chutando o balde. Como fica então? Ninguém no governo, no PT e nas gangues partidárias do Congresso tem qualquer ideia coerente do que fazer, salvo partir para o bumba-meu-boi da inflação tipo Sarney, e isso também ninguém tem coragem de dizer que quer.

Lula, a deputada Hoffmann e outros estrategistas do mesmo porte insistem em dizer que é o “mercado” quem exige o pacote fiscal, e que eles não vão “ceder” ao “mercado”. Mas o mercado não está exigindo coisa nenhuma – quem exige é a aritmética elementar. Falam em “cortes pontuais”, mas acham normal, ou indispensável, manter abertos os ministérios da “Identidade Racial”, dos “Povos Originários” ou da “Gestão e Inovação de Serviços Públicos”. O país está na Vara de Falências, mas manda uma comitiva com mais de 1.900 pessoas para uma conferência sobre o “clima” em Baku – a maior do mundo. Torra R$ 35 milhões, ou mais ainda, no janjapalooza da primeira-dama.

O que o “mercado tem a ver com isso tudo? Não tem pé nem cabeça, como nada teve desde o primeiro dia do governo Lula-3. Aí vêm em cima a Polícia Federal, o ministro Moraes, o golpe do Punhal Verde-Amarelo e sabe lá Deus o que mais. Não há o mais remoto risco de que possa dar certo.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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