O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante evento no 1º de maio.| Foto: Ricardo Stuckert / PR
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O único projeto de política econômica que o governo Lula leva a sério, e pelo qual batalha desde que reassumiu o comando da administração pública, é gastar; jamais pensou em outra coisa. Quando o presidente se lembra de fazer algum discurso a esse respeito, alega que o erário precisa gastar cada vez mais para fazer “investimentos” e ajudar “os pobres”. Na maior parte do tempo, já nem se incomoda em explicar nada. Quem, com um mínimo de raciocínio, pode acreditar num negócio desses?

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Os pobres, em si mesmos, não estão vendo a cor desse dinheiro todo – nunca viram, na verdade. Não viram e nem vão ver, porque a política econômica do gasto público ilimitado tem como objetivo central gastar com a própria máquina pública. É lá que fica o ouro: com eles mesmos, e eles querem mais ouro a cada dia. Ninguém precisa ser economista para saber disso. O Estado brasileiro continua a gastar, e cada vez mais. Os pobres continuam pobres. Por quê?

O fato é que a realização mais visível do governo Lula, até agora, é estar cobrando os impostos mais altos que este país jamais viu.

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Há, naturalmente, uma coleção completa de teorias suspostamente fundamentadas nos rigores técnicos da ciência econômica sustentando que não é assim, e que o resumo exposto acima é apenas uma “articulação da direita” para impedir a distribuição de renda, a igualdade e a redução da pobreza no Brasil. Nada disso chega a ser um raciocínio – é apenas um manifesto, e como em geral acontece com os manifestos, a intenção não é expor a realidade, e sim veicular os desejos ideológicos dos autores.

A política de gastos públicos do Brasil, no mundo dos fatos, é uma obra prima em matéria de concentração de renda. Tira cada vez mais de todos para entregar cada vez mais aos mesmos – os bilionários amigos e a minoria de gatos gordos que se pendura nos galhos mais altos da máquina estatal. Tome-se, por exemplo, o escândalo permanente nos ganhos do Judiciário.

O Brasil tem o sistema de justiça mais caro do mundo, ou um dos mais caros, e não passa pela cabeça de ninguém dizer que haja justiça no país. Mas a última ideia que tiveram a respeito foi socar mais dinheiro no bolso de juízes e procuradores: querem, agora, que eles ganhem o “quinquênio”, uma aberração pela qual seu salário aumenta automaticamente a cada cinco anos.

Nem é preciso falar do resto – do fato, digamos, de que mais de 90% dos magistrados brasileiros ganha acima do teto salarial imposto pela Constituição Federal. Ou dos salários de marajá que a população paga para o alto clero do funcionalismo público, ou mesmo para o médio clero – e para a vertigem de gastos com a criação de novos ministérios, com os cortejos de 50 carros nos desfiles do presidente pelo estrangeiro, com a transformação da Aeronáutica em serviço de táxi aéreo para os magnatas do governo e tantas outras coisas do mesmo gênero.

O fato é que a realização mais visível do governo Lula, até agora, é estar cobrando os impostos mais altos que este país jamais viu. Eles querem ainda mais, como acabam de confirmar com a Reforma Tributária que mandaram para a Câmara; é inevitável, se a única lógica fiscal que conhecem é gastar sem limite consigo mesmos e, depois, arrancar o imposto para tentar cobrir o que já gastaram. O resultado é que o Brasil tem hoje despesas e déficit em nível recorde. Alguém é capaz de dizer por onde andam os “investimentos” de Lula, e os “empregos” que viriam deles?

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