Quase sempre é melhor, em matéria de economia, olhar para o que você vê diretamente à sua volta, com os seus próprios olhos, do que escutar o que ficam dizendo os economistas. Eles podem até acertar em alguma coisa; impossível não é. Mas em geral é mais prático medir as coisas pela observação da vida real. Está acontecendo de novo. As pessoas veem o motor dos negócios “pegar” outra vez, após meses seguidos em estado de coma – veem isso nas vendas, na atividade da indústria, na quantidade de gente na rua, no trânsito. Os “analistas”, porém, continuam dizendo que estamos todos mortos e que, mesmo assim, o futuro vai ser pior ainda.
O crescimento da economia em abril de 2021, conforme os números oficiais que acabam de ser divulgados, são os melhores desde o início da epidemia de covid. Mesmo com boa parte das coisas ainda paradas, fechadas ou funcionando na base do meia-boca, o avanço sobre os resultados dos últimos meses e últimos trimestres mostram que o Brasil voltou a andar – junto com o mundo, aliás. Somando tudo, e fazendo o balanço entre os setores, as previsões, agora, são de que a economia cresça 5%, ou até mais, em 2021 – um resultado espetacular para quem estava ameaçado de continuar em recessão terminal pelos próximos 100 anos. Isso não é índice de economia andando de lado, como tem sido nos últimos anos. É índice de produção bombando – por mais que a base de comparação, em cima dos números trágicos de 2020, seja muito baixa.
A agropecuária, mais uma vez, está na ponta do avanço, com demanda crescente no mercado mundial (segundo os economistas, essa demanda teria de cair com a pandemia, o que levaria o Brasil à uma crise mortal; está dando exatamente o contrário) e preços que interessam o produtor. A indústria automobilística teve em abril seu melhor mês desde o começo da crise; a produção total do mês ficou em 190 mil veículos. (Nem dá para comparar com 2020; a produção estava a zero, então.) Foram emplacadas quase 9 mil unidades por dia em abril, o que levou o total do primeiro quadrimestre de 2021 a mais de 700 mil – quase 15% a mais que no mesmo período do ano passado. Os imóveis retomam com força nas zonas mais disputadas das grandes cidades.
Se a economia brasileira cresce 5% neste ano, ou mais, quanto crescerá em 2022, o ano das eleições para presidente da República? Até dezembro de 2021 toda a população brasileira já estará vacinada; é um sinal que vai na direção oposta à da crise ou da estagnação. E agora? Não dá para desvacinar as pessoas, nem continuar produzindo o lixo tóxico da “CPI” - e nem fazer com que a economia pare por conta própria, ou porque a retomada prejudica a oposição. Nada disso estava nos cálculos dos cientistas políticos que aparecem nas mesas-redondas da televisão. Aguardem novas explicações, portanto – e deem a elas a atenção que merecem.
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