Desde que arrumou para si o apelido de “anão diplomático”, por causa da sua hostilidade fútil e mal disfarçada contra Israel, o Brasil só ficou mais anão. Tenta se tornar uma liderança para o Terceiro Mundo, o “Sul Global” e outras miragens, com a pretensão juvenil do Itamaraty em estar sempre contra os Estados Unidos e as democracias bem-sucedidas no mundo. Não conseguiu, até hoje, liderar nem a Guiné Equatorial – mesmo porque não percebe que o Terceiro Mundo quer ser Primeiro, e quem vive no Sul quer fugir para o Norte.
Agora, depois do massacre de 1.400 civis israelenses nos ataques terroristas do Hamas, e fiel à ideia fixa e impossível de ter uma posição “neutra” no conflito, baixou mais um degrau na sua estatura. Tinha, como presidente rotativo do Conselho de Segurança da ONU, a oportunidade de assumir a condição de país adulto. Tudo o que conseguiu foi um veto – a resposta clássica da diplomacia mundial para propostas inaceitáveis, tolas e malfeitas.
A política externa brasileira, mais uma vez, atendeu aos desejos do ministro não oficial Celso Amorim, e não aos interesses do povo e do Estado brasileiros.
Há todo um esforço cômico para passar adiante a ideia de que o Brasil se deu bem – sua proposta “só” foi derrotada pelo veto de “um país”, os Estados Unidos. É como comemorar o gol do Brasil nos 7x1 contra a Alemanha. O veto vale pelos sete que o Brasil tomou; os votos a favor da proposta brasileira valem pelo gol inútil que fez. Ou seja: foi tudo muito bem, só que o Brasil perdeu.
A proposta nasceu morta. Todos, dentro e fora do Conselho de Segurança, sabem que só valem as proposições que não serão vetadas por nenhum dos cinco países que têm direito ao veto. O único trabalho diplomático sério, por isso, é montar uma proposta que possa obter a aprovação dos cinco; é assim há 78 anos, desde a fundação da ONU em 1945. No caso, estava claro até para uma criança de 10 anos de idade que os Estados Unidos iam vetar qualquer resolução que não dissesse, claramente, que Israel tem o direito de defender o seu próprio território. A proposta brasileira se recusou a incluir esse ponto. Deu no que tinha de dar – numa derrota.
Não adianta nada dizer que o Gabão votou a favor do Brasil. O que importa é que a política externa brasileira, mais uma vez, atendeu aos desejos do ministro não oficial Celso Amorim, e não aos interesses do povo e do Estado brasileiros. O Itamaraty afasta o Brasil dos Estados Unidos, da Europa e das democracias que dão certo, social e economicamente; todas elas apoiam Israel. De que forma isso poderia melhorar em alguma coisa a vida real da população brasileira?
A política externa atual coloca o Brasil claramente no campo das ditaduras subdesenvolvidas – Cuba, Venezuela, Nicarágua, Angola, Irã, “Palestina” e por aí afora. Falam nos “BRICS”; nunca mencionam que os dois únicos países que interessam nos BRICS, a China e a Rússia, não estão preocupados em apoiar os interesses do Brasil, e sim no seu entendimento com os Estados Unidos. É uma receita de fracasso.
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