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J.R. Guzzo

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Fixação

Lula acha que o cidadão tem obrigação de pagar por novos aerolulas

Lula diz que esperou por “milagre de Deus” para que avião não caísse no México
Lula e a comitiva presidencial desembarcaram em Brasília após pane em avião no México. (Foto: Ricardo Stuckert/PR. )

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O presidente Lula, positivamente, tem uma fixação em avião a jato particular. Chega a parecer, às vezes, que ele vê nisso um dos maiores atrativos do cargo – só parece, é claro, porque só Deus sabe quanta coisa interessa a Lula na Presidência. Comprou um Airbus A-319 assim que chegou pela primeira vez ao Palácio do Planalto, em 2003. Quer comprar outro agora, novinho em folha – já estava querendo desde o ano passado, mas acaba de encontrar o que ele acha um bom pretexto para fechar negócio. O aerolula atual teve um problema na última escala da sua Volta ao Mundo Permanente, no México, e o presidente decretou que o avião tem de ser substituído, pois na sua avaliação técnica está velho demais. Diz, até mesmo, que é um perigo para ele.

Velho demais? O avião oficial do presidente dos Estados Unidos é de 1994, ou seja, tem quase dez anos a mais que o aerolula – e Lula não é o presidente dos Estados Unidos, certo? A média de idade dos aviões que servem aos principais líderes da Europa está por volta dos 20 anos, e todos eles acham que assim está ótimo. E as grandes companhias aéreas cujos aviões voam todos os dias, praticamente o tempo todo? Se fossem atrás das ideias de Lula a respeito de desgaste de aviões, já estariam todas mortas e enterradas.

Não tem propósito, para começo de conversa, viajar do jeito frenético que Lula e Janja viajam pelo mundo. Se ele fizesse só as viagens necessárias para o interesse público, e que são raríssimas, não seria preciso avião particular

A única atitude decente que um presidente da República poderia tomar num país pobre como o Brasil, muitas vezes abjetamente pobre, é não ter avião nenhum. Não tem propósito, para começo de conversa, viajar do jeito frenético que Lula e Janja viajam pelo mundo. Se ele fizesse só as viagens necessárias para o interesse público, e que são raríssimas, não seria preciso avião particular. A cabeça do presidente vai na direção exatamente contrária. Ele acha que o cidadão tem a obrigação de pagar por suas exigências de conforto aéreo – e aí a conta é distribuída por igual entre ricos, pobres e miseráveis.

Pior: neste seu último surto, Lula acha que deveria comprar não um, mas “muitos” aviões novos, pois segundo ele disse, “os ministros” também precisam com urgência de mais luxo em suas viagens. É duro de acreditar, mas foi precisamente isso que Lula falou. Se não tiverem jatos pessoais zerinho, segundo o presidente, vão ficar em Brasília “coçando”. É mesmo? Quer dizer que os seus ministros são um bando de vagabundos que não trabalham? Nesse caso, então, ele simplesmente deveria dar uma ordem para que começassem a trabalhar. Em vez disso, quer lhes dar aviões a jato.

É possível que nunca tenha havido nos 135 anos de história da República um presidente tão obcecado em viver num embuste perpétuo como Lula – e com tantos embusteiros à sua volta. O avião está parado há vinte dias no México, para a averiguação oficial do que houve no acidente que fez o primeiro casal ficar voando cinco horas em volta do aeroporto para queimar combustível e aterrissar de volta. Até agora a FAB, encarregada da investigação, ainda não foi capaz de descobrir qual foi o problema. Mas já está decidido que o avião não presta mais, e tem de ser substituído por outro.

Junta-se, aí, a fome de Lula com a vontade da Aeronáutica de puxar o seu saco – está avançando mais uma casa no seu jogo com o Exército e a Marinha. Os brigadeiros não sabem até agora o que aconteceu com o aerolula atual, mas já decidiram concordar que é preciso comprar o aerolula-2. Não informam quanto você está pagando para estacionarem o avião no México. Não informam qual a qualidade da manutenção que eles têm feito nos últimos vinte anos – se o avião está bichado, por que deixaram ficar assim? Não informam quanto vai custar o up-grade – por menos de R$ 1 bilhão, contando direito, não fica.

De janeiro de 2023 para cá, a FAB virou uma empresa de táxi aéreo a serviço do PT, dos marajás do governo e dos seus dependentes. Parece decidida a seguir por esse caminho.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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