Para o presidente Lula e sua corte existem dois tipos de bombardeio, de agressão e de morte. É um crime contra a humanidade quando as bombas vêm de Israel e os mortos estão na Faixa de Gaza ou no Líbano. É um desentendimento que tem de ser resolvido com umas cervejas e conversa numa mesa de botequim quando as bombas vêm da Rússia e matam gente na Ucrânia. Israel, de novo segundo a cabeça de Lula, não tem o direito de defender-se contra os ataques que recebe dos terroristas instalados em Gaza e no Líbano. A Ucrânia não tem o direito de pedir a devolução dos 20% de seu território que foram invadidos pelo Exército da Rússia.
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Lula, na ausência de qualquer realização coerente de seu governo, perdeu-se numa ideia fixa: imagina-se fazendo “política externa” no papel, que ele deu a si mesmo, de líder do “Sul Global”. Esse “Sul Global” não existe, mesmo porque as suas maiores potências, Rússia e China, estão no Hemisfério Norte – e, de qualquer forma morreriam de rir com a ideia de serem comandadas por Lula. Tudo o que ele conseguiu, após torrar mais de 3 bilhões de reais viajando com Janja ao redor do mundo (só ano de 2023), foi colocar o Brasil entre as nações-bandidas que negam a democracia, os direitos civis e o senso moral.
A Ucrânia está sofrendo a invasão militar de um país estrangeiro, mas Lula quer que ela “negocie” – e não que a Rússia retire as suas tropas do território ocupado. Ou seja: o culpado pela guerra é o país que foi agredido
É essa a única posição em que se sente bem. Na sua última expedição em busca do “Sul Global”, numa viagem para Nova York em que foi capaz de levar uma comitiva oficial com mais de 100 pessoas, meteu mais uma vez o pé na jaca. Na ONU, Lula disse, falando da Ucrânia, que quando “dois não querem negociar” não é possível chegar-se a paz. É a mesma alucinação de sempre. A Ucrânia está sofrendo a invasão militar de um país estrangeiro, mas Lula quer que ela “negocie” – e não que a Rússia retire as suas tropas do território ocupado. Ou seja: o culpado pela guerra é o país que foi agredido.
Sobre a “Palestina”, sua outra obsessão, Lula só conseguiu repetir na ONU os disparates que tem dito desde o ataque terrorista que matou mais de 1.400 civis inocentes em Israel, um ano atrás. Deu, desta vez, um up grade no teor de demência que usa a cada vez que fala no assunto: para exibir de novo sua convicção de que vidas de israelenses valem menos do que vidas “palestinas”, disse que Israel contou de novo o total de vítimas e baixou o número de mortos no ataque terrorista a “139”. Ninguém entendeu nada.
A “política externa” com que Lula envergonha o Brasil e os brasileiros na ONU e em todo lugar, é o resultado de uma soma francamente tóxica. De um lado, há sua ignorância sem limites, e sobretudo pretensiosa – o que o condena a fazer declarações cada vez mais cretinas. De outro, há as instruções que recebe do Itamaraty para fazer seus discursos e anunciar suas posições – e o Itamaraty, hoje, é um dos produtores mais agressivos de ideias estúpidas em operação no Brasil. Estão juntando Lula e o seu ministro particular Celso Amorim, que ainda vive na era do Sputnik, torce pela Rússia em jogo de futebol e continua convencido de que o combate ao “imperialismo americano” é o único dever que importa neste mundo. Esperar o quê?
O resto da majestática parada de Lula na ONU em Nova York (foi acompanhado até pela ministra dos “Povos Indígenas”, que levou seis assessores junto) foi a fossa da Venezuela, cada vez mais longe de qualquer solução. O ditador-parceiro roubou a eleição na cara de todo mundo. Prende, tortura e mata a oposição. Está condenado por todas as democracias sérias do mundo. Mas Lula simplesmente não consegue dissociar-se destes crimes e continua de mãos dadas com o tirano – fica na mesma ladainha da “negociação” etc. etc. etc. A única coisa que conseguiu até agora foi tornar o Brasil cúmplice de mais uma ditadura. No fundo, é aí mesmo que gosta de estar.
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