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J.R. Guzzo

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Lula quer Brasil jogado na cracolândia diplomática dos regimes fora-da-lei

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente Lula durante cúpula da Celac, em março. (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República)

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O presidente Lula acaba de subir mais um patamar na sua carreira de delinquente político internacional – possivelmente, o projeto pessoal que mais tem interessado a ele nesta sua terceira passagem pela Presidência da República. É um caso de “superação”, como se diz nos cursos de autoajuda. Depois de todas as vergonhas que fez questão de passar na cena mundial, em seu primeiro ano de governo, começa o segundo empenhado em superar a si próprio no esforço concentrado para tornar-se o maior e mais rancoroso defensor das ditaduras do planeta.

É ditadura? Lula é a favor – e o Brasil se vê jogado, por causa disso, na cracolândia diplomática dos regimes fora-da-lei, inclusive aquelas em que o presidente da República é procurado pela Interpol (com US$ 15 milhões de prêmio) por tráfico internacional de drogas.

Lula foi o único chefe de Estado de algum país que se apresenta como uma democracia que saiu dizendo que a eleição da Venezuela vai ser limpa, honesta e democrática.

Em seu último ataque, Lula deu apoio público ao ditador da Venezuela há 11 anos, Nicolás Maduro, na farsa absoluta que eles chamam de “eleições presidenciais” de julho. Nenhum país democrático do mundo acha que essa eleição vale de fato alguma coisa – e nem poderia valer, considerando-se que a candidata da oposição foi proibida de concorrer pelo TSE deles. Precisa dizer mais alguma coisa?

Como respeitar uma eleição em que o único candidato real é o ditador do momento – com sua polícia, seu exército e sua corte suprema? Mais: o mero anúncio de uma data para a eleição, agora em julho, foi saudado por Lula como uma vitória da democracia. Marcar o dia da eleição, só isso, já seria então um grande favor? Até a Coreia do Norte tem data marcada para a sua próxima eleição. E daí? O problema não é a data. É quem pode concorrer, e quem conta os votos.

Lula foi o único chefe de Estado de algum país que se apresenta como uma democracia que saiu dizendo que a eleição da Venezuela vai ser limpa, honesta e democrática. Ninguém fez isso, é claro – só mesmo as Angolas, Palestinas e os outros suspeitos de sempre. É nessa companhia que o Brasil está enfiado hoje. Lula fez da nação que preside um foco de hostilidade automática contra as democracias do Primeiro Mundo – e um ponto de encontro para as ditaduras mais selvagens que há por aí. O povo brasileiro, pelas decisões dos seus cidadãos, gosta dos Estados Unidos, da Europa, do Canadá, da Austrália, do Japão. Lula quer que goste de Cuba, da China e da Venezuela. Não fecha.

O presidente, no caso da Venezuela, fez de novo o que mais sabe fazer na vida: atirar nos feridos. É coisa de instinto. Não se contentou em bajular Maduro e em dizer que a sua palhaçada é uma “eleição democrática”. Também fez questão de debochar da vítima, que jamais lhe fez nada de mal. Disse que Corina Machado, a candidata proibida de concorrer, fica “chorando”, enquanto ele, o macho alfa, “lançou um candidato” para concorrer em seu lugar na eleição de 2018.

Levou uma resposta humilhante de Corina; foi lembrado por ela que lutar contra uma ditadura não é choradeira. Mas Lula é isso aí mesmo. Conseguiu dizer que a culpada pela nova aberração eleitoral de Maduro é Corina, que está sendo perseguida com base na força bruta, e não a ditadura que manda na Venezuela há 25 anos. Vai fazer coisa pior.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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