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J.R. Guzzo

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Venezuela

Lula quer muito declarar amor à ditadura venezuelana

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O presidente Lula fez tudo o que pode, ou quase tudo, para ajudar seu sócio, modelo e ditador Nicolás Maduro a roubar as eleições e dar mais um golpe de Estado na Venezuela. Salvo uns vagos resmungos - quando a candidata mais popular da oposição foi proibida de disputar a eleição pelo TSE-STF lá deles - não falou nada enquanto o governo fraudava do começo ao fim a campanha eleitoral. Uma segunda candidata oposicionista foi cassada.

As milícias armadas da ditadura praticaram todo tipo de violência para intimidar os eleitores e impedir que o adversário de Maduro (permitiram, enfim, que houvesse um nome para concorrer com ele) pudesse fazer uma campanha em igualdade de condições. Houve censura o tempo todo. No dia da eleição, quando Maduro anunciou que tinha ganhado e se recusou a divulgar os números da apuração, Lula disse que não tinha acontecido nada de “anormal” e que se a oposição tivesse alguma dúvida sobre o resultado, deveria recorrer à “justiça”.

Cuba, Rússia, Irá, China, Coréia do Norte e o resto das piores ditaduras do mundo reconheceram de imediato a vitória anunciada por Maduro – reação perfeitamente normal, quando se leva em conta que era isso mesmo que queriam, e que nunca lhes passou pela cabeça ficar contra ele. Lula e a sua “política externa”, porém, vacilaram. Queriam exatamente a mesma coisa de Cuba, Rússia e etc., mas se assustaram com a enormidade do roubo e inventaram de pedir as atas eleitorais com os números da votação para dar o seu apoio oficial.

Depois da sua encenação vai baixar o facho – e enterrar mais ainda o Brasil na aliança com as tiranias

A ideia era que Maduro, depois de uma boa usinagem das cifras, apresentasse de fato as tais atas – naturalmente, atestando a sua vitória. Mas a ditadura não apresentou até hoje ata nenhuma, nem qualquer comprovação material dos resultados. Em vez disso, atirou-se numa brutal repressão aos adversários, meteu 2.500 pessoas na prisão e anunciou que iria construir campos de concentração para punir os protestos contra o roubo da eleição. Há pouco, quase um mês inteiro depois de encerrada a votação, o Supremo de Maduro declarou, pura e simplesmente, que ele tinha vencido.

Nada de “ata”, de números por seção eleitoral, prints de computador, de uma única e escassa disquete – a “justiça” decidiu que Maduro ganhou e pronto. Quem é louco, no STF de lá, de dizer que não foi assim? Para ficar num exemplo só: uma jornalista que trabalhou durante 20 anos num jornal abertamente pró-ditadura, e resolveu pedir demissão de seu cargo (só isso – pediu demissão) foi presa e acusada de “terrorismo”. Isso mesmo: colaborador do governo que pede para sair é tratado como terrorista na Venezuela.

Lula fica agora com a brocha na mão: as atas que exigiu não existem, Maduro é presidente por mais seis anos e ele vai ter de apoiar. Depois da sua encenação, e de ter levado uma descompostura do parceiro quando quis dizer alguma coisa, vai baixar o facho – e enterrar mais ainda o Brasil na aliança com as tiranias.

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