Desembargador Kassio Nunes Marques foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para o STF.| Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Ouça este conteúdo

Este dr. Kassio, o jurista do Piauí e do “Centrão” que o presidente Jair Bolsonaro indicou para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal pelos próximos 27 anos, está dando mais trabalho do que se poderia esperar. O homem, segundo Bolsonaro, foi escolhido porque tomou “muita tubaína” com ele, não se chama Sergio Moro e, no entender do presidente, é um homem “leal” à sua pessoa – algo que jamais fez parte dos requisitos exigidos para o cargo.

CARREGANDO :)

Mas ele próprio, Kassio Nunes Marques, já foi além. Cinco dias depois de ser anunciado o seu nome, comprovou-se que ele copiou e colou na “tese” que apresentou na “Universidade Autônoma de Lisboa” (escola particular paga; não confundir com a verdadeira Universidade de Lisboa) trechos inteiros (incluindo os erros de português) do trabalho escrito por um advogado do Piauí que é seu amigo. Não citou em nenhum lugar o nome do amigo; chama-se a isso de “plágio”.

Não que a descoberta vá atrapalhar a sua vida em alguma coisa. O dr. Kassio conta com o apoio integral e simultâneo do presidente Bolsonaro, do ministro Gilmar Mendes e da massa de políticos enrolados com o Código Penal – que, como se sabe, são os que resolvem as coisas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, a quem cabe aprovar o nome indicado. Daria na mesma, exatamente, se revelassem que ele é o verdadeiro Jack, o Estripador, ou algo assim.

Publicidade

Bolsonaro, o mundo político da extrema esquerda à extrema direita, e mais tudo o que passa por gente “responsável” neste país, estão convencidos que a sua nomeação é essencial para a “governabilidade” do Brasil. Diante desta evidência, quem é que vai ficar regulando detalhes como “plágio”, etc. etc.?

A realização mais decisiva do dr. Kassio Nunes como jurista foi ser indicado para a magistratura federal por Dilma Rousseff; ali, manifestou-se contra a prisão de criminosos condenados em segunda instância e a favor da compra de lagostas, com dinheiro do erário público, para os seus futuros colegas do STF. Sabe-se, agora, como foi escrita a sua “tese”.

A sua indicação, pelo que se pode observar dos fatos como eles são, foi péssima; ele está conseguindo fazer com que fique mais péssima ainda.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]