A indústria cubana de turismo já se prepara para oferecer um novo produto para quem viajar para lá. Vacina contra a Covid-19. A ditadura está a todo vapor para terminar os testes da “Soberana 2”, como se chamará o imunizante que Havana quer vender para quem aterrissar por lá. O regime não aplicou sequer uma dose na população, mas já faz campanha em ganhar dinheiro vendendo doses para estrangeiros que se dispuserem a despejar uns dólares por lá. Por meio da rede bolivariana Telesur, o regime anuncia: “Praias, Caribe, mojitos e vacinas, tudo em um só lugar”.
A iniciativa é uma versão 2.0 do turismo médico promovido pela ditadura cubana. As visitas de pacientes de todo mundo são uma importante fonte de receitas para o regime e uma excelente peça de propaganda. Muita gente acredita que Cuba é o idílio onde a saúde pública gratuita e de “excelência” é uma das suas maravilhas. Com a mais absoluta escassez de vacinas no mundo, a “Soberana 2” vai atrair quem não estiver disposto a esperar a sua vez nas filas em seus países.
O quesito confiabilidade é o menos problemático para o regime. Cuba é religião. Por causa disso é garantido que o pessoal vai embarcar com fé para o combo perfeito. Praias, Caribe, mojitos e vacinas. No Brasil, por exemplo, não falta quem idolatre a medicina cubana.
Para ocultar a contradição, o regime afirma que será capaz de produzir 100 milhões de doses em um ano. Nove vezes mais do que o necessário para imunizar toda a população. Vai sobrar tanta vacina que Cuba vai vender o imunizante como se fosse o famoso drink da campanha publicitária.
Mas Cuba é o lugar onde coexiste a falta algodão nas unidades de saúde e onde o cubano comum não consegue ter acesso a antibióticos com instalações de elite dedicadas aos oficiais do regime e aos turistas que contratam alguns tipos de tratamento na ilha.
Aqui vai um exemplo. Em 2013, fiz um orçamento no Cimeq, o prestigiado Centro de Investigaciones Médicas Quirúrgicas. Mandei uma mensagem dizendo que queria fazer um check-up para um problema de saúde X. Por e-mail a atendente mandou um orçamento bem camarada. Uma prévia de 2.700 dólares pela avaliação médica, que incluía hospedagem de até dez dias no hospital, refeições, exames clínicos e uma ressonância magnética. Uma pechincha para quem vivia no Brasil, convenhamos. Mas uma fortuna que superava em mais de 8 anos de salários de um médico em atividade em Cuba.
Nada diferente da mais-valia. ¡Viva la revolución!
A carta do Cimeq vinha com alguns alertas que chamavam a atenção. O mais relevante: “Você deve vir preparado financeiramente”. Os resultados do check-up indicariam a necessidade ou não de novos procedimentos e, portanto, um salto significativo na conta.
Estar “financeiramente preparado” para os cubanos significava carregar consigo um montão de dólares para cobrir não só os exames adicionais, como também remédios, possíveis cirurgias e qualquer outra taxa adicional. Dinheiro vivo era preferido, mas havia uma alternativa. Aceitavam cartões de crédito de bandeiras americanas, exclusivamente. Um belo baile nas sanções impostas pelos Estados Unidos.
Cuba não usa a sua fama na área de saúde apenas para atrair turistas, como agora planeja com a vacina contra a Covid-19. Nunca é demais lembrar que o principal produto de exportação da ilha não são charutos, açúcar, rum ou seus maravilhosos medicamentos. O que mais rende dólares para o regime é a exploração da mão de obra de médicos cubanos que são exportados pelo mundo, com a mesma lógica de quem vende açúcar, rum ou charutos.
Em abril do ano passado, quando a pandemia já dava sinais de sua profundidade e amplitude, o ministro de Comércio Exterior de Cuba usou os canais oficiais do regime para anunciar o seu principal produto de exportação: seres humanos. “Hoje dispomos de mais de 90 mil médicos bem preparados, o que nos permite enfrentar a Covid-19 e colaborar com outros países”, disse Rodrigo Malmierca.
Colaborar, no dicionário do regime significa vender. Foram firmados contatos com pelo menos quinze países desde então. Médicos cedidos a preço de mercado internacional e remunerados com salários de fome padrão Havana. Escravidão com a cumplicidade de um monte de países não muito familiarizados com a democracia, mas que tem ganhado a simpatia e abertura de suas fronteiras como a Itália, por exemplo.
Em 2019, o regime reconhecia ter aproximadamente 30.000 cubanos atuando no exterior. Médicos explorados ao redor do mundo segundo regras que não se diferem em nada das da escravidão.
No Brasil, nunca é demais recordar, mais de 15.000 cubanos foram explorados ao longo de mais de cinco anos com a ajuda da Organização Panamericana de Saúde (Opas). A entidade não só serviu de cobertura para a escravidão cubana no Brasil, foi sócia da exploração da mão-de-obra deles, quando confiscava 5% de seus salários como a bizarra “taxa de administração”. Um bom ingrediente modernizador da velha e conhecida escravidão.
Por falar em Opas, não me surpreenderia que a entidade que se esforça para negar na Justiça dos Estados Unidos a sua participação na escravidão dos médicos cubanos no Brasil se coloque no papel de intermediária da venda do excedente da “Soberana 2”, que é a vacina em estágio mais avançado, segundo o regime. O número “2”, indica que há ainda uma outra “soberana”. Esta, que leva o número 1, embora tenha sido iniciada antes, está emperrada por lá.
Do jeito que a maioria das pessoas estão topando qualquer coisa que atenda pelo nome de vacina, é provável que o regime cubano embolse uma fortuna e fortaleça a sua influência e reputação com seu imunizante que começou a ser vendido no combo praias, Caribe e mojitos. E não soaria estranho um PT, PSOL ou seus assemelhados entrando no Supremo com uma ação que obrigue o Brasil a incluir a Soberana no seu cardápio de vacinas. Vai ser de doer.
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