2016 foi um bom ano para a cultura pop. Conhecemos a ~turminha do barulho~ de “Stranger Things”, ouvimos o incrível vigésimo quinto álbum de David Bowie, “Blackstar”, e “Lemonade”, da rainha Beyoncé, e vimos o pior personagem de “Game of Thrones” morrer dilacerado por seus próprios cães (ah, a justiça é maravilhosa), só pra citar algumas coisinhas.
Mas 2016 também nos deu presentes de grego, como os desastrosos revivais abraçados pelo Netflix e os incontáveis filmes de heróis. Para celebrar a escória desse ano que teve momentos pra esquecer, o Limonada Pop preparou uma lista com o que de pior 2016 teve na cultura pop. Para quem ainda está puro e não viu ou ouviu nada disso, encare o post como um guia para evitar que seus olhos e ouvidos sangrem.
Filmes de super-heróis
Ninguém aguenta mais. Os estúdios sempre perceberam que adaptar histórias em quadrinhos ou trazer super-heróis para o cinema dá um dinheirão, mas a quantidade de produções em 2016 ultrapassou todos os limites do que pode ser considerado aceitável. E em 2017 ainda teremos maaaaaaaaaais um (*bocejos*) Homem-Aranha, pelo amor de Deus.
A menção “honrosa”, é claro, vai para “Esquadrão Suicida”. Não sei se me lembro da última vez em que fizeram tanto fuzuê em cima de uma estreia quanto com essa. Talvez tenha sido, sei lá, na época de “Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei”, com a diferença de que o filme de Peter Jackson é ótimo e “Esquadrão Suicida” é um desastre, com vilões subaproveitados e montagem esquisita. Como se não bastasse, ainda tivemos “As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras”, “X-Men: Apocalipse” e “Batman vs. Superman”.
Pra não ser injusta, “Deadpool”, “Doutor Estranho” e “Capitão América: Guerra Civil” tiveram bons resultados.
Rob & Chyna
Como se toda a exposição do clã feminino da família Kardashian não fosse suficiente, inventaram de colocar também o mais discreto membro da família até então, Rob, na jogada. E acompanhado de ninguém menos do que a “modelo” Blac Chyna – que, olha só, é ex e mãe de um filho com o rapper Tyga, atual namorado da Kyle Jenner, a caçula da família (deu pra entender?).
Resumo da história: Chyna e Rob começaram a se envolver lá nos primórdios de 2016. A família inteira foi contra, mas pela primeira vez em sei lá quantos anos, Rob tinha uma mulher dando bola pra ele. Em tempo recorde, Chyna engravidou e eles resolveram celebrar essa nova família como? Com um reality show no E!, claro!
O programa é escabroso, com uma jogada de marketing atrás da outra. A coroação aconteceu na semana passada, quando o reality exibiria o episódio do nascimento da filha deles, Dream. Rob e Chyna “brigaram”, ela saiu de casa levando o bebê e tudo foi devidamente documentado no Instagram e Snapchat de Kardashian. Dias depois todos estavam felizes novamente. Êêêê!
Revivais de seriados
2016 também foi o ano da nostalgia, do “tempinho bom que não volta mais”. E nesse ponto a Netflix errou e acertou. Se a nova “Stranger Things”, ambientanda nos anos 1980, com toda aquela aura de filme do Spielberg e trilha sonora maravilhosa, deu certo, os revivais em que o serviço de streaming apostou foram decepcionantes.
“Fuller House”, continuação de “Três é Demais”, veio cheio de piadas previsíveis e personagens pouco desenvolvidos. Já “Gilmore Girls – Um Ano para Recordar” só serviu para nos mostrar como Rory Gilmore é uma pessoa horrível. Eu falei sobre esse revival especificamente e com mais detalhes aqui e aqui.
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Adele – Hello
É triste dizer isso, mas quase dois bilhões de visualizações no YouTube, uma intérprete vencedora de 10 Grammys, um Oscar e um Globo de Ouro, não são suficientes pra fazer uma música boa.
Ô música chata que é “Hello”, viu? E as rádios nos enfiaram isso ouvidos abaixo durante todo o ano. Amo que Adele seja uma das artistas mais prestigiadas e talentosas do mundo, que tenha um relacionamento feliz e um filho fofo, mas a sofrência forçada de “Hello” nunca chegará aos pés da fossa real que foram todas as músicas de “21”.
Johnny Depp e violência doméstica
E Johnny Depp, ídolo há mais de 20 anos, um influenciador, o sonho de consumo das adolescentes dos anos 1990 e 2000 (e eu me incluo aqui), que sempre vendeu a imagem de excêntrico-porém-boa-pessoa, relativamente discreto em sua vida pessoal, mostrou ser um abusador doméstico. Isso porque a atriz Amber Heard e (agora ex) esposa de Depp o acusou de violência doméstica em maio.
Ver-go-nha!
As Caça-Fantasmas
Outra produção que surfou na onda da nostalgia.
Confesso que no começo achei legal a ideia de colocar um elenco de mulheres pra uma história tão querida pra tanta gente. O reboot, porém, ficou um emaranhado de piadas sem graça. E o problema não foi o elenco – capitaneado por Melissa McCarthy e Kristen Wiig, acompanhadas das menos conhecidas do grande público, mas não menos talentosas, Leslie Jones e Kate McKinnon (a Hillary Clinton do “Saturday Night Live”) -, mas sim o roteiro fraquíssimo.
Em tempo, preciso dizer que um tempo atrás tive a oportunidade de rever (em um “Corujão” da Globo, numa noite de sexta que não rendeu em nada) o “Caça-Fantasmas” original e, gente, nem é tão legal assim. Algumas coisas deveriam ficar só em lembrança mesmo.
Cinema nacional
O cinema brasileiro nos presenteou com “Aquarius”, é verdade, mas também nos trouxe bombas como “Vai Que Dá Certo 2”, “O Último Virgem”, “Tô Ryca!”, “Um Namorado para Minha Mulher” e até um filme estrelado por youtuber, “É Fada!”, com a curitibana Kéfera Buchmann.
Isso foi só pra citar as comédias, mas sabem qual foi a maior bilheteria nacional em 2016? O compacto de uma novela. Sim, “Dez Mandamentos – O Filme” vendeu quase 12 milhões de ingressos e se tornou não só o filme mais visto do cinema nacional no ano, mas em toda a história, ultrapassando “Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro”. Cada audiência tem as produções que merece.
A morte de pessoas incríveis
Não bastasse tanto lixo, 2016 ainda foi impiedoso com personalidades que talvez pudessem contribuir com boas coisas no futuro. Começou com David Bowie, mas também nos foram tirados Prince, Hector Babenco, Gene Wilder, Alan Rickman, Leonard Cohen, George Michael e, na última semana, Carrie Fisher e Debbie Reynolds. Acaba logo, plis!
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Feliz ano novo!