Com a chuvarada de ontem à tarde, com relâmpagos, trovoadas e ventania como há muito não se via, achei que 21/12/12, data do fim do mundo, já havia chegado. Um raio caiu no meu vizinho num estrondo de borrar as calças; de minha janela vi um pedaço de telhado de zinco e um guarda-chuva voando a 50km/h. Algumas cortinas – ou toalhas, sei lá – também alçaram voo.
Uma loucura. Pensei que havia chegado nossa hora antes de 21/12. Mas não foi dessa vez. Temos ainda 18 dias de vida na Terra, graças a Deus.
Bem, o resultado do mini-dilúvio foi um Couto Pereira alagado até o joelho – a partir do gramado, pois o vestiário ficou com água além-teto.
(Fiquei pensando onde teriam se escondido os quero-queros que por lá gorjeiam; sob a cobertura das sociais, concluí sem certeza).
Depois do susto com a forte tempestade, me diverti à beça assistindo Coxa x Figueira, ainda sob chuva intensa. Não tem como não rir vendo o jogador disparando pra pegar a bola e sendo driblado por uma poça d’água.
E dê-lhe chutão. Dê-lhe mergulhos sem se preocupar em se machucar. Os mais espertos mantinham a bola na base da embaixadinha. Às vezes três, quatro, disparavam atrás da bola e passavam reto com ela brecada pela água.
Não valendo nada – ou quase nada -, a gente se diverte com um jogo desses, inclusive os jogadores, que pareciam faceiros com o aguario todo, feito crianças.
Mas pra minha decepção o “aquabol” durou só o primeiro tempo, fechado em 1 a 0 – gol de Éverton Ribeiro, logo no início, de cabeça, claro, com lançamento de Robinho, o melhor nadador, digo, jogador da partida.
Na segunda etapa a chuva parou, a drenagem do gramado funcionou bem e o jogo ficou normal; daí perdeu a graça e fui fazer outra coisa (Denis fez 2 a 0 aos 18 e Éverton marcou mais um, fechando em 3 a 0, soube depois).
E esse foi o fim da temporada pro Coxa, que se sobreviver ao 21/12 terá de mudar bastante pra não nadar, nadar, nadar e morrer na praia.