O jogo Fu-Flu – Furacão x Fluminense -, na Arena da Baixada, começou cheio de homenagens dos jogadores aos 70 anos de Pelé, porém, após o apito de Wilson Luiz Seneme, esqueceram de fazer o que o Rei faria: jogar bola de verdade.
Muitas faltas, firulas e passes errados. O primeiro tempo do jogo não saiu do meio de campo. De interessante apenas a participação da torcida, incansável, mesmo com o horror à sua frente.
Nem parecia tratar-se de uma partida superdecisiva pro CAP e Flu, um pela vaga à Libertadores e o outro pela liderança – o que o Tricolor acabou conseguindo, com a ajuda do Galo, que surpreendeu e bateu o Cruzeiro no clássico mineiro.
A coisa só deu uma melhorada no segundo tempo, após o gol contra de Washington, ex-herói atleticano e maior artilheiro da história do Brasileirão; marca alcançada em 2004, pelo Furacão, quando perdeu o título pro Santos e o bicampeonato rubro-negro.
O Coração Valente encerrou seu maior jejum de gols da carreira – nove jogos – de forma melancólica. Deu pena. A torcida, claro, não perdeu a oportunidade de reverenciar seu ex-craque: “U-Ó-XIN-TON! U-Ó-XIN-TON!”.
Depois disso veio a falta sobre Guerrón, que a galera pediu pênalti. Falta foi, só não dentro da área – por alguns centímetros, pelo que vi na tevê. O juiz Wilson Seneme não marcou coisa nenhuma. “VER-GO-NHA! VER-GO-NHA!”, protestou a torcida rubro-negra, com metade de razão.
Daí Marquinho, que vinha sendo aporrinhado por Muricy Ramalho, empata num petardo de fora da área, no cantinho, com defesa impossível pra Neto, que já havia feito ótimas interferências em cobranças de faltas. 1 a 1.
Wagner Diniz, entrando no lugar de Élder Granja, contundido, fez o que já deveriam ter feito: avançou com coragem pela esquerda, passando por dois zagueiros, e cruzou. Nieto, que tinha acabado de entrar na vaga de Vitor – ele estava no jogo? -, se atrapalha com a bola, como é de seu costume, e ela acaba voltando pros pés de Diniz. Ele chuta sem ângulo e coloca o Furacão na frente de novo. Isso aos 38 do segundo tempo.
Estava impedido Diniz, quando recebeu o “passe” de Nieto? Estava. Alguns palmos. Uns quatro ou cinco narizes. Lance difícil pro bandeirinha. Melhor assim. 2 a 1 e o fim do jogo se aproximando. Furacão dentro do G4.
Mas eis que aos 41 do final da sofrível partida, el paraguajo e atleticano desde niño Iván Emmanuel González, que entrou no lugar de Branquinho (este passou em branco e ainda saiu brabo), derruba o ex-rubro-negro Tartá dentro da área. Seneme sem dó marca pênalti.
Revi várias vezes o lance. Se fosse a favor do Atlético, eu marcaria a penalidade, mas como foi contra o Atlético, achei exagero do juizão. “VER-GO-NHA! VER-GO-NHA!”, fui junto com a torcida.
Bem, o fato é que esperar por arbitragens decentes em todos os jogos não vai render a desejada vaga à Libertadores ao Furacão. Com apenas quatro gols a mais do que o lanterna Barueri, precisa de atacantes que façam seu serviço, pra não contar só com bolas lançadas na fogueira por Paulo Baier – e gols contra de atacantes adversários.
Se o Furacão ainda conseguir esta vaga na Libertadores, com este ataque, será um milagre. Imagine então se for campeão? Daí o Papa teria que canonizar o time inteiro.
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