Volta e meia circula na internet um decálogo que Lênin teria escrito em 1913, apresentando uma lista de recomendações para conquistar e exercer o poder.
Parece que a atribuição de autoria é equivocada (pelo menos não há provas de que autor seria mesmo o líder da revolução soviética). Na verdade o decálogo, que não consta em nenhuma compilação das obras de Lênin, apareceu pela primeira vez em inglês, na década de 1940, com o título Communist rules for revolution (“Regras comunistas para a revolução”).
Já em julho de 1970, a fraude foi denunciada em uma reportagem do New York Times. Entenda-se por “fraude”, no caso, a associação da lista de comandos ao nome de Lênin.
Nem por isso o conteúdo do decálogo merece ser descartado. Ao contrário: seja quem for o verdadeiro autor, o fato é que muitos dos 10 mandamentos (a palavra é apropriada, já que o comunismo não deixa de ser uma religião, aliás repleta de ingênuos e fanáticos) não apenas fazem bastante sentido, como podem ser considerados atualíssimos, particularmente no contexto do Brasil de hoje.
Os 10 mandamentos (que não são) de Lenin são os seguintes (os comentários contêm ironia, mas deixo o leitor livre para fazer os paralelismos que bem entender; alguns parecem saltar aos olhos):
I. Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual;
Sem comentários.
II. Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação de massa;
Preciso comentar?
III. Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais;
Também dispensa comentários.
IV. Fale sempre sobre democracia e em Estado de Direito, mas, tão logo haja oportunidade, assuma o poder sem nenhum escrúpulo;
Pois é. Vale tudo em defesa da democracia e do Estado de Direito, incluindo o ódio do bem, a perseguição de adversários, a censura e a supressão de liberdades individuais.
V. Colabore para o esbanjamento do dinheiro público;
Não se aplica, porque isso jamais aconteceria no Brasil.
VI. Coloque em descrédito a imagem do país, especialmente no exterior e provoque o pânico e o desassossego na população por meio da inflação;
A projeção da inflação é ajustada para cima semana após semana, mas está sob controle. A não ser que o plano seja mesmo o descontrole.
VII. Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do país;
E não é que as greves estão voltando?
VIII. Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam;
A apuração de responsabilidades por distúrbios não seria assunto para uma CPMI?
IX. Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes. Nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa socialista;
Este mandamento também não se aplica ao Brasil, já que aqui todos os parlamentares são honestos, e os governantes sempre cumprem o que prometem.
X. Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa.
Preciso comentar?
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A quem interessar possa, este compilado de alguns sites especializados em psicologia: “A incontinência verbal é um distúrbio neurológico crônico caracterizado por dificuldade em controlar o uso da linguagem. (...) Os sintomas podem incluir: desordem de pensamento, ilusões de grandeza, pensamento intrusivo, nervosismo e comportamento de risco. É considerado uma doença grave e implica em limitações significativas na capacidade de comunicação com o meio social. (...) Os pacientes podem sofrer de outras comorbidades, como depressão, ansiedade ou transtornos de personalidade. (...) É importante pensar e raciocinar antes de falar. É altamente recomendado para o expositor e seu ambiente, desta forma evita ser reconhecido como um simples charlatão e irradia uma imagem ruim.”
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“Deus primeiro enlouquece aqueles a quem quer destruir”. Por causa de alguns acontecimentos recentes, me veio à lembrança esse antigo provérbio grego (também equivocadamente atribuído, desta vez a Eurípedes): “Quos Deus vult perdere, prius dementat”.