Embora deliberadamente ignorada pela velha mídia, a perseguição aos cristãos é um fenômeno que cresce de forma assustadora. Pode variar da discreta opressão diária à violência mais extrema, da simples discriminação social e econômica à tortura, prisão e execução sumária. Em diversas partes do mundo onde o cristianismo constitui uma minoria religiosa, os cristãos enfrentam restrições cada vez mais severas à prática de sua fé.
Diante da complacência dos governos e do silêncio da mídia lacradora, ataques a igrejas, escolas e hospitais, bem como ameaças, espancamentos e assassinatos de cristãos por motivação religiosa são hoje comuns, sobretudo, naqueles países de maioria muçulmana (mas não apenas neles). Hoje, mais de 360 milhões de cristãos estão sujeitos a algum tipo de perseguição – praticamente um em cada sete cristãos do planeta.
Em seu relatório mais recente, a organização não governamental “Portas Abertas”, que publica anualmente um índice global da perseguição aos cristãos, estima que, só neste ano, o número de vítimas fatais de ataques relacionados à fé cristã já ultrapassou 5 mil. E continua crescendo em um ritmo alarmante.
Entre os incontáveis exemplos dessa intolerância religiosa, podem ser citados:
No Paquistão, a invasão de casas de famílias cristãs e o linchamento de cristãos já se tornaram rotineiros. Na semana passada, quatro muçulmanos armados entraram na casa de Marshall Mahsi, pai de quatro crianças, a mais nova com 18 meses de vida, e o assassinaram a tiros. Estavam incomodados com a presença de uma família católica na sua vizinhança. Esse tipo de ataque faz parte de um padrão de violência e perseguição a cristãos no país, que são forçados a abandonar suas casas ou esconder sua fé – ou arcar com as consequências.
Na Nicarágua do ditador comunista Daniel Ortega, comunidades católicas e protestantes são alvo de perseguição estatal, com relatos de detenções arbitrárias e desapropriação de terrenos da Igreja. Por suas críticas ao regime, membros do clero já foram falsamente acusados de lavagem de dinheiro e divulgação de fake news, entre outros crimes, como justificativa para essas ações. Desde 2018, a Igreja católica da Nicarágua sofreu 740 ataques pelo aparato sandinista, segundo levantamento da advogada Martha Patricia Molina. Só em 2023 foram 275.
Em Moçambique, especialmente nas províncias do norte do país, ataques jihadistas a cristãos também se tornaram comuns. Somente neste ano, já se contam dezenas os incidentes violentos, incluindo sequestros, assassinatos e incêndios criminosos de casas e igrejas. Os ataques mais violentos vêm sendo atribuídos ao o IS-M, a sucursal do Estado Islâmico em Moçambique, particularmente agressivo no ataque à comunidade cristã.
A Índia também tem assistido a uma escalada da violência contra cristãos, tanto por muçulmanos quanto por hinduístas. Sobretudo nas províncias de Gujarat, Naharashtra, Uttar Pradesh e Chhattisgarh, onde hindus e muçulmanos se sentem á vontade para agredir cristãos, especialmente mulheres. A Evangelical Fellowship of India já alertou para o aumento dramático desses ataques, que incluem interrupções violentas de missas, conversões forçadas e detenções arbitrárias.
No México, padres católicos e pastores evangélicos são aterrorizados por ameaças de morte do cartel do tráfico. A intimidação se volta principalmente contra líderes que criticam as atividades das gangues criminosas e fieis que se recusam a pagar por segurança. Sequestros e episódios de extorsão são comuns. O relatório do Portas Abertas também cita casos de recrutamento forçado de jovens cristãos pelas gangues, a expulsão de cristãos de suas propriedades e o tráfico de mulheres e meninas cristãs para exploração sexual.
Hoje, na civilização que costumava ser chamada de judaico-cristã, judeus e cristãos são sempre os vilões, nunca as vítimas
Não para aí. Na Nigéria um cristão é assassinado a cada duas horas. Na China, foram fechadas mais de 10 mil igrejas desde o final da pandemia. São fartos os relatos de discriminação contra cristãos na distribuição de ajuda humanitária.
Na Coreia do Norte, ser cristão é crime contra o Estado, passível de pena de morte. No Irã, Afeganistão, Somália, Sudão e Líbia a intolerância ao cristianismo também é extrema.
Nada disso é noticiado pela velha mídia, que sempre se diz tão virtuosa e preocupada com o respeito aos direitos humanos. As razões para o silêncio cúmplice vão da ideologia ao medo de retaliações. A ONU, por sua vez, não tem tempo para falar da perseguição a cristãos, porque está muito ocupada com a promoção do identitarismo woke.
Fato: hoje, na civilização que costumava ser chamada de judaico-cristã, judeus e cristãos são sempre os vilões, nunca as vítimas.
Pois bem, a perseguição aos cristãos chegou a Paris, em plenos Jogos Olímpicos.
Primeiro, foi a grotesca paródia da Santa Ceia encenada durante a cerimônia de abertura. A reação foi tão intensa que a organização dos Jogos se viu forçada a pedir desculpas. Mas sempre daquele jeito esfarrapado, alegando que não teve a intenção de ofender, que só queriam celebrar a diversidade etc. Aham.
Desnecessário dizer, se a celebração da diversidade fizesse alguma gracinha com o profeta Maomé as consequências seriam trágicas.
A França tem uma longa história ligada ao cristianismo, em particular ao catolicismo romano. Ainda é um país de maioria cristã, mas em três ou quatro gerações pode deixar de sê-lo, já que a taxa de fertilidade dos imigrantes muçulmanos é muito mais alta que a dos cristãos franceses nativos. Mas não é preciso esperar tanto tempo: a fé menos respeitada no país hoje já é a fé cristã.
Dois atletas brasileiros sentiram isso na pele, durante as Olimpíadas de Paris.
Após ganhar a medalha de bronze, a skatista Rayssa Leal teve a ousadia de manifestar sua fé com uma mensagem silenciosa. Na linguagem Libras, citou um versículo do Evangelho de João: “Jesus é o caminho, a verdade e a vida”. O vídeo viralizou.
Não pode. Rayssa está correndo o risco de sofrer uma punição e mesmo de perder a medalha, já que os jogos não permitem manifestações religiosas. Exceto quando elas vêm de atletas muçulmanos, como o judoca do Tajiquistão Nurali Emomali, que se recusou a cumprimentar um colega judeu e ainda gritou “Allahu Akbar”, expressão usada (entre outros contextos) pelos terroristas quando explodem infiéis. O atleta não sofreu sequer uma advertência.
Por sua vez, o surfista brasileiro João Chianca, o Chumbinho, foi proibido de usar na competição uma prancha com a imagem do Cristo Redentor. A alegação foi a mesma: o regulamento dos jogos não permite manifestações religiosas. Mas não proibiram as delegações da Palestina e do Irã de impor o uso do hijab, o véu islâmico, que também é um símbolo religioso, às suas atletas mulheres.
“Ah, mas elas usam porque querem...” Mesmo? Então se alguma atleta não quiser usar o véu ela pode, sem sofrer represálias? Basta lembrar que, por não usar o hijab, em outubro do ano passado uma adolescente iraniana, Armita Geravand, foi morta a pancadas pela “polícia da moralidade”, em Teerã.
Ser cristão exige cada vez mais coragem - até mesmo em Paris.
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