| Foto: Reprodução Instagram
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Em uma democracia normal, as bandeiras listadas a seguir deveriam ser defendidas por todas as pessoas, sejam elas de direita, centro ou esquerda. No Brasil, infelizmente, não é assim. Essas bandeiras se tornaram traços distintivos que hoje separam e servem para identificar facilmente os eleitores conservadores, ou de “direita”, dos eleitores progressistas, ou de “esquerda” (usei as aspas porque, cada vez mais imprecisos, os conceitos de direita e esquerda muitas vezes mais confundem do que ajudam como ferramentas de análise).

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Liberdade de expressão

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Outrora bandeiras da esquerda, a defesa da liberdade de expressão e o combate a censura são hoje, claramente, bandeiras da direita. Já há alguns anos o esquerdista-padrão se acostumou a relativizar a importância da liberdade de expressão. Se a censura se abate apenas sobre seus adversários, ele se compraz: “Tem mais é que censurar mesmo!”.

Mais que isso: o esquerdista-padrão acusa de fascistas aqueles que teimam em lutar pela liberdade de expressão. Sim, chegamos a este ponto: quem luta pela liberdade de expressão é fascista; quem relativiza o horror da censura é defensor da democracia.

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Combate à corrupção

Pelo menos desde a Operação Lava-Jato, o esquerdista-padrão também aprendeu a relativizar a importância do combate à corrupção. Com o desmonte da operação, ele perdeu qualquer pudor: hoje o esquerdista-padrão festeja quando réus confessos são inocentados. Ele acha certo fortunas roubadas do povo brasileiro e recuperadas pela Justiça serem devolvidas aos ladrões. Festeja, também, quando juízes que combateram a corrupção são abertamente perseguidos, como se fossem eles os criminosos.

Segurança pública

O esquerdista-padrão reduz o problema da segurança pública a uma questão social: o crime é produto da desigualdade, então os criminosos também são vítimas. Sendo assim, só se revolverá o problema da violência quando se resolver o problema da desigualdade.

Embora a tese convença muita gente bem intencionada, especialmente entre os jovens, a consequência prática disso é aceitar passivamente que os bandidos continuem roubando, estuprando e matando cidadãos indefesos, até que se resolva o problema da desigualdade.

Separação dos Poderes

Este é outro tema sobre o qual o esquerdista-padrão silencia porque se sente beneficiado – e continuará silenciando enquanto se sentir beneficiado, mas isso pode mudar.

Tudo bem o Judiciário legislar, já que ele legisla sempre contra a direita conservadora. Tudo bem perseguir, cassar e até prender parlamentares por crime de opinião, já que somente parlamentares de direita são perseguidos, cassados e até presos. Tudo bem afrontar o Legislativo, já que em todos os casos essa afronta se dá em prejuízo da direita.

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Responsabilidade fiscal

Parece evidente que uma gestão desastrosa da economia prejudica todos os brasileiros, começando pelos mais pobres. Na cabeça do esquerdista-padrão não é assim.

Ele acha melhor uma inflação de esquerda que uma estabilidade econômica de direita. Ele prefere perder a casa, a família, o emprego sob uma gestão desastrosa de esquerda a ver a economia sendo bem administrada por um partido adversário. Ele prefere o déficit de trilhões do governo do amor ao superávit do governo do ódio.

Em caso de desastre absoluto, quando a economia do país chegar ao fundo do poço o esquerdista-parão terá sempre a saída de colocar a culpa pelo caos na herança maldita do governo passado. Ou de responsabilizar o novo governo pela crise, como está acontecendo na Argentina.

Soberania nacional

O esquerdista-padrão acredita que que os bilionários globalistas e os governantes europeus são generosos e altruístas, e que eles estão pensando no bem do Brasil quando injetam milhões de dólares em ONGs que, na prática, trabalham, por exemplo, contra a emancipação econômica da Amazônia. Afinal de contas, a prioridade não é erradicar a miséria da região, é preservar a floresta como um santuário.

Transparência

Esta é outra bandeira que é hoje defendida com exclusividade pela direita. O esquerdista-padrão se irrita quando brasileiros comuns pedem mais transparência, por exemplo, no processo eleitoral. O fato de a esquerda ter vencido a eleição é, para ele, prova inequívoca de que o sistema não pode ser criticado nem precisa ser aprimorado. Criticar o sistema é atacar a democracia, crime sujeito a penas severas.

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Qualquer pessoa com um mínimo de honestidade intelectual reconhecerá que a defesa de todas as bandeiras acima está hoje, no Brasil, claramente associada à direita.

Identificadas com a esquerda, restam hoje as seguintes bandeiras:

Aborto, descriminalização das drogas etc

O esquerdista-padrão, hoje, se sente obrigado a defender a liberação do aborto e a descriminalização das drogas, porque todo mundo sabe que somente os fascistas são contra o aborto e as drogas.  Todas as pautas de costumes, aliás, são fascistas, incluindo o combate à ideologia de gênero.

Agenda ambiental

Desenvolvimento sustentável é importante, por óbvio. Mas, para o esquerdista-padrão, é mais importante proteger as girafas da Amazônia que garantir condições mínimas de subsistência à população local, que hoje vive na miséria e não tem acesso sequer a saneamento básico. Somente os países ricos podem continuar explorando combustíveis fósseis, enquanto dão ordens e lições de moral ao Brasil.

O combate ao fascismo imaginário

Para o esquerdista-padrão, a democracia está em risco permanente. Por isso ele aprova que medidas excepcionais de supressão de direitos individuais continuem a ser adotadas, até que todos os fascistas sejam varridos do mapa. E o extermínio “do bem” deve começar pelas redes sociais.

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Pautas identitárias

O combate à intolerância é importantíssimo, mas, apropriado pela esquerda, pode ser  utilizado para dividir, mais que para unir os brasileiros. Mas, para o esquerdista-padrão, como é impossível que todos vivam em harmonia, é preciso estimular o ressentimento e jogar brasileiros contra brasileiros, porque só assim o amor vai vencer.

Programas sociais e combate à desigualdade

Outra bandeira importantíssima, mas o esquerdista-padrão parece ignorar o fato de que a igualdade na miséria pode ser muito pior que a desigualdade com crescimento econômico e prosperidade.

Por outro lado, como muitos esquerdistas-padrão acreditam sinceramente que a direita odeia os pobres, no fundo o que realmente importa não é combater a desigualdade, é combater a prosperidade. Porque o inaceitável, o insuportável, não é a existência de miseráveis, é a existência de pessoas ricas – a não ser que sejam bilionários financiadores de ONGs de esquerda, aí tudo bem.

O que essas bandeiras hoje associadas à esquerda têm em comum? O fato de elas fazerem se sentir virtuoso aquele que as defende. Por isso, para o esquerdista-padrão o que importa em um candidato não é ser  honesto e competente, mas ostentar o tempo inteiro a própria virtude e apontar o dedo para os “fascistas”.

O esquerdista-padrão vota não para tentar resolver os problemas do país, mas para sair da urna se sentindo uma pessoa boa, virtuosa e moralmente superior.

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A pergunta é: quais bandeiras são hoje mais importantes para o brasileiro comum, que está preocupado em pagar os boletos, em criar bem os filhos e em chegar em casa em segurança depois do trabalho? Quais bandeiras são mais importantes para o brasileiro comum, que não se importa com os rótulos de direita e esquerda? A resposta determinará o futuro do nosso país.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]