• Carregando...
Ditadura das minorias faz uma nova vítima: a água mineral Evian
| Foto:

A escalada da insanidade chegou a um novo patamar. Aconteceu ontem, terça-feira, 13 de abril de 2021.

A marca francesa Evian de água mineral postou em sua conta no Twitter a mensagem abaixo:

(“Retuíte se você já bebeu um litro de água hoje!”)

Tudo normal, certo? Beber diariamente pelo menos um litro de água (de preferência bem mais que isso) é um hábito saudável recomendado por 100% dos nutricionistas e profissionais da saúde.

Mas acontece que não vivemos tempos normais. O tweet singelo da Evian provocou uma onda de protestos inflamados que levou a empresa a... pedir desculpas publicamente pela mensagem!

(“Boa noite, aqui fala a equipe Evian, desolada pelo mal-estar causado pelo tweet, que não teve intenção de provocar ninguém”)

A explicação: o dia 13 de abril marcou o início do Ramadã, o nono mês do calendário islâmico, durante o qual os muçulmanos se abstêm de comer e beber, do amanhecer ao anoitecer, prática inaugurada pelo profeta Maomé há 1.400 anos. Água só depois do pôr-do-sol.

O jejum no Ramadã é um ritual religioso associado à disciplina e ao autocontrole, e também à tolerância, à misericórdia e ao perdão. Como todos os rituais religiosos, merece respeito (afinal de contas, ou a tolerância religiosa vale para todas as religiões ou não vale para nenhuma).

Como também merecem respeito as regras, os direitos e os costumes da sociedade francesa, aí incluídos: o direito de beber água; o direito de comprar e vender água; o direito de fazer publicidade de água; o direito de estimular o consumo de água; e, naturalmente, o direito à liberdade de expressão.

A população francesa é composta por 67 milhões de pessoas, e apenas 5 milhões se declaram muçulmanas – mas são estas que querem ditar as regras de conduta da sociedade. É evidente que, em qualquer sociedade saudável, as minorias religiosas têm garantidos os seus direitos – e é sempre bom lembrar que Estado laico não significa Estado ateu, embora muita gente não compreenda isso.

Mas em nenhuma sociedade saudável uma minoria religiosa pode se julgar no direito de impor os seus valores e costumes à maioria que a acolheu. E em nenhuma democracia uma maioria pode achar natural se curvar aos decretos e caprichos de uma minoria, a cada vez que esta se sentir ofendida. Ou então estaremos vivendo em uma ditadura das minorias. Mas é o que está acontecendo na França e em outros países europeus: a submissão diante do avanço da visão de mundo da minoria muçulmana (a palavra “Islã”, aliás, significa “submissão”).

Em outros tempos, protestos diante de uma publicidade estimulando o consumo saudável de água seriam percebidos como despropositados ou mesmo ridículos. Havia um senso de limite e de proporção, indispensável para o convívio entre minorias e maiorias em qualquer comunidade. Hoje, a maioria – aí incluídas as autoridades do Governo e as empresas privadas, amedrontadas diante das ameaças de cancelamento feitas pelas minorias barulhentas – abaixa a cabeça e pede desculpas.

Vivemos em uma época na qual o fato de eu me sentir ofendido por qualquer coisa me dá o direito de exigir que a sociedade mude para atender minha vontade. Fato: todo mundo já entendeu que posar de vítima é um excelente negócio: serve, no mínimo, para eu colocar nos ombros dos outros a responsabilidade pelos meus fracassos. Quando as redes sociais deram aos ressentidos a possibilidade inédita de unirem para espernear e fazer barulho, chegamos a este ponto: uma marca de água mineral está, na prática, proibida de perguntar aos seus clientes se eles já beberam água hoje.

Já há sinais de que a reação da sociedade francesa ao politicamente correto e ao evangelho do multiculturalismo imposto ao país já está começando. Segundo uma pesquisa do instituto Ipsos Sopra-Steria divulgada em fevereiro pelo jornal “Le Monde”, 63% dos franceses adultos consideram que há “estrangeiros demais” no país; entre os mais velhos, 73% acreditam que as comunidades muçulmanas tentam impor seu modelo social aos outros cidadãos; somente 43% avaliam que a religião muçulmana é compatível com os valores da sociedade francesa.

Outro dado da pesquisa é revelador: a maioria dos franceses pensa que a comunidade muçulmana não se empenha para se integrar à cultura e à sociedade do país – diferentemente, aliás, de outras levas de imigrantes que se esforçaram para serem assimiladas pela sociedade que os acolheu. Nada de bom pode vir daí.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]