O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) fez uma das maiores despesas com viagens.| Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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O senador de primeiro mandato Laércio Oliveira (PP-SE) pagou R$ 66 mil por uma passagem na classe executiva para Houston (EUA). O senador Irajá (PSD-TO) torrou R$ 180 mil em quatro viagens. Numa delas, gastou R$ 70 mil com passagens executivas para Paris e Nova York. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), gastou R$ 91 mil com passagens e diárias, incluindo sua equipe de apoio. As despesas de 35 senadores com viagens  internacionais já somam R$ 1,3 milhão – R$ 762 mil com diárias e R$ 603 mil com passagens.

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Laércio Oliveira viajou a Houston, no Texas, para participar da Conferência de Tecnologia Offshore no final de abril. Incluindo seis diárias, a despesa chegou R$ 85 mil. Com os gastos da viagem a Washington e Baltimore (EUA,) em março, a conta fechou em R$ 109 mil. Na viagem a Paris e Nova York, ao custo de R$ 72 mil, Irajá teve reunião sobre modelos de reforma tributária na OCDE e discussão sobre bioenergia no "Brazilian Energy and Sugar Week”. Nos voos para a Assembleia Geral da ONU e para a Assembleia da União Parlamentar, com “reuniões institucionais” no Reino de Bahrein, as despesas somaram R$ 94 mil, sendo R$ 55 mil com passagens na classe executiva. Em Pequim, integrando a presidencial, gastou R$ 15 mil com diárias.

A participação de Rodrigo Pacheco na delegação do presidente Lula em sua viagem à China custou apenas R$ 7,5 mil em diárias. Mas a viagem de um assessor e de um segurança do presidente do Senado gerou mais uma despesa de R$ 75 mil. A viagem a Londres, acompanhado de policial legislativo, custou mais R$ 54 mil, incluindo passagem na classe executiva.

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Quem têm direito à classe executiva

Pelas normas do Senado, a cúpula da casa tem direito de viajar na classe executiva. Mas essa cúpula é bastante ampliada. Entre os privilegiados estão os integrantes da Mesa Diretora (7), os presidentes de comissões permanentes (13) e líderes (21). Em resumo, são maioria na casa. Neste ano, 16 passagens foram pela classe executiva.

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) viajou a Manama (Reino do Barein) e a Tókio de 9 a 29 de março. Recebeu R$ 48 mil em diárias mais a passagem executiva de R$ 28 mil, num total de R$ 76 mil. Viajou do Barein a Tókio a convite do governo do Japão, que pagou o seu transporte aéreo.

O senador Wellington Fagundes (PL-MT), líder do bloco parlamentar Vanguarda, viajou para Porto (Portugal) e Oslo (Noruega) em “missão internacional”, em março. As 11 diárias custaram R$ 34 mil. Com mais a passagem executiva de R$ 30 mil, a missão custou R$ 64 mil.

Efraim Filho (União-PB), líder da bancada, participar do Mobile Word Congress, em Barcelona, e das atividades da Delegação Datona, em Israel. A despesa ficou em R$ 58 mil, incluindo passagem executiva.

O líder do governo Lula, Jaques Wagner, viajou a San Diego (EUA) para visitar a Universidade da Califórnia. Gastou R$ 40 mil, com passagem na classe executiva no valor de R$ 24 mil. Também integrou a delegação do presidente Lula a Pequim, recebendo mais R$ 15 mil em diárias. Fechou a conta das viagens em 55 mil.

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Giordano (MDB-SP) participou da Wasteexpo 2012, em New Orleans, em abril. A sua passagem custou R$ 31 mil. Com mais as diárias, a despesa fechou em R$ 49 mil. Sérgio Petecão (PSD-AC), presidente da Comissão de Segurança Pública, participou da reunião anual da Interparlamentar no âmbito da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Com passagem executiva de R$ 33 mil, fez um gasto de R$ 45 mil.

Rodrigo Cunha (União-AL) esteve em Guangzhou, na feira de importação e exportação da China – Canton Fair. A viagem custou R$ 53 mil, sendo R$ 26 mil com diárias. A passagem foi na classe econômica. Ciro Nogueira (PP-PI) viajou para a Audiência Parlamentar Anual da União Interparlamentar em Nova York. A despesa fechou em R$ 40 mil, com 28 mil de passagem executiva.

Senadores justificam viagens

A assessoria do senador Irajá afirmou que “todas as despesas citadas cumprem as regras do Senado e foram devidamente autorizadas, inclusive as passagens aéreas adquiridas diretamente pelo Senado Federal”. Acrescentou que as suas viagens ocorreram em missões que “trataram de relevantes temas para a economia do Tocantins e do nosso País. As agendas realizadas tiveram como objetivo a ampliação das relações comerciais com o intuito de estimular o ambiente de negócios para a geração de emprego e de renda para os brasileiros”.

Disse ainda que Irajá é membro da Comissão de Assuntos Econômicos e autor, no Senado, da criação da Frente Parlamentar dos BRICS, “grupo de países com enorme peso na balança comercial do Brasil”.

A assessoria de Nelsinho Trad afirmou que as suas viagens foram na condição de representante do Senado Federal, "devidamente autorizado pelo órgão competente da Mesa Diretora, seguindo todos os trâmites legais. A missão no Barein foi como observador e presidente do Parlamento Amazônico, onde participou como palestrante na Assembleia da União Interparlamentar (UIP). Na semana seguinte, embarcou em missão a Tóquio, por convite do governo japonês. O transporte aéreo internacional foi pago pelo governo do Japão”.

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O gabinete de Ciro Nogueira afirmou que os bilhetes da sua viagem foram emitidos pelo Serviço de Gestão de Passagens do Senado Federal, “após rigorosa pesquisa de preços”. Os demais senadores citados foram procurados, mas não responderam até a publicação da reportagem.