Jair Bolsonaro participa de evento com apoiadores em Orlando, nos EUA.| Foto: Cristobal Herrera-Ulashkevich/EFE
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As despesas do ex-presidente Jair Bolsonaro com os deslocamentos de seguranças a Orlando (EUA) chegam aos R$ 274 mil. São R$ 37 mil com passagens e seguro viagem e 237 mil com 115 diárias pagas a cinco seguranças. A mordomia é custeada pela Presidência da República, com a verba destinada a cobrir as despesas dos ex-presidentes. Mas quem paga a conta é o contribuinte.

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O então deputado federal Jair Bolsonaro chegou a apresentar um projeto de lei (9.895/2018), em março de 2018, em parceria com o deputado Delegado Francischini (SD-PR), ainda na pré-campanha para presidente da República, para acabar com a mordomia. Na justificativa da proposta, os autores destacaram que o projeto 7.474/96 “concedeu privilégios para ex-presidentes”.

E acrescentaram: “Em um momento de crise financeira, quando se exige esforço da sociedade e do governo para reequilibrar as contas públicas, não é cabível a existência de uma legislação ultrapassada, a qual inclusive tem sido copiada por governos estaduais e municipais”. Destararam ainda que cada um dos ex-presidentes consumia dos cofres públicos algo em torno de R$ 1 milhão por ano: “Somados, tem um custo de R$ 5 milhões por ano, distribuídos em quarenta funcionários e dez veículos oficiais”.

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Bolsonaro esquece projeto depois de eleito

Depois de eleito, Bolsonaro nunca mais tocou no assunto. O atentado que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018 fez o presidente rever a decisão de acabar com a "legislação ultrapassada". A partir do dia 1º deste ano, começou a gastança com a verba destinada aos ex-presidentes, como mostrou o blog. Os primeiros registros mostravam uma despesa de R$ 63,5 mil com o deslocamento de dois seguranças a Orlando. Cada um deles recebeu R$ 27,3 mil com 14 diárias.

Mas viriam despesas mais pesadas. Mais três servidores viajaram a Orlando com a missão de prestar serviços de assessoria, segurança e apoio, por um período de 30 dias. A equipe contava com um capitão e um coronel da reserva. As despesas do capitão chegaram a R$ 73,3 mil, sendo R$ 64 mil em diárias. Os gastos com o coronel bateram em R$ 68,7 mil, com R$ 59 mil em diárias. Somando com os cargos comissionados (DAS), o coronel tem renda mensal de R$ 40 mil, enquanto o capitão tem renda mensal de R$ 37 mil. Também seguiu para Orlando, por 30 dias, um servidor cedido pelo governo do Rio de Janeiro. Seu deslocamento custou mais R$ 68,6 mil.

Em 2022, Lula gastou R$ 1,8 milhão com os benefícios de ex-presidente, sendo R$ 1,1 milhão com diárias e passagens para sua equipe de apoio. Os seis ex-presidentes gastaram R$ 7,7 milhões no ano passado. Dilma ficou na segunda colocação no ranking de gastos, com um total de R$ 1,6 milhão. Com a posse em 1º de janeiro, Lula perdeu os benefícios de ex-presidente. Mas voltará a contar com as mordomias quando encerrar o atual mandato.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]