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Lúcio Vaz

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Dilma usou assessores da Presidência durante campanha ao Senado em 2018

Dilma Rousseff foi candidata a senadora por Minas Gerais nas eleições de 2018, mas terminou apenas em quarto lugar na votação.
Dilma Rousseff foi candidata a senadora por Minas Gerais nas eleições de 2018, mas terminou apenas em quarto lugar na votação. (Foto: Ricardo Stuckert)

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A ex-presidente Dilma Roussef levou servidores pagos pela Presidência da República para Minas Gerais durante a sua campanha ao Senado em 2018. Eles receberam 350 diárias num total de R$ 84 mil. A despesa total, incluindo passagens aéreas, chegou a R$ 128 mil, em valores atualizados. Naquele ano, Dilma também fez um roteiro de 12 dias por Espanha e Estados Unidos, em defesa da liberdade de Lula, com despesas de R$ 204 mil aos cofres públicos.

Os gastos começaram na convenção que aprovou a candidatura de Dilma ao Senado, realizada em 5 de agosto em Belo Horizonte. Ela foi acompanhada de um assessor de 1º a 9 daquele mês. Em 7 de agosto, deu aula inaugural no auditório da Universidade Federal de Minas Gerais     no curso “O Impeachment de Dilma Rousseff como Golpe de Estado”. Ela foi a Montes Claros no dia 10 e retornou à capital, onde o assessor permaneceu por mais 14 dias. Ele recebeu um total de 23 diárias, no valor de R$ 4,9 mil. A estadia completa, incluindo passagens, ficou por R$ 8,4 mil.

A maior despesa, com dois assessores, aconteceu de 24 de agosto a 29 de outubro. Foram 113 diárias num total de R$ 24 mil. Apenas um deles recebeu 66 diárias. O custo total, com passagens, ficou em R$ 33 mil. Os assessores acompanharam Dilma em eventos em Uberlândia e Uberaba, no início de setembro, e depois em Ubá e Viçosa, no dia 15 daquele mês. Também acompanharam a ex-presidente em duas viagens ao Rio de Janeiro, mas passaram a maior parte do tempo em Belo Horizonte – 40 dias.

Os ex-presidentes da República tem direito a oito servidores com salários pagos pela Presidência. São assessores técnicos, seguranças e motoristas. A prestação de contas não informa qual a atividade dos servidores que acompanham o ex-presidente. Em 30 anos, os ex-presidentes já gastaram R$ 60 milhões com viagens, veículos e salários de servidores, como mostrou reportagem do blog e 6 de abril.

Viagens pelo interior e defesa de Lula

Um assessor partiu de Porto Alegre e permaneceu em Belo Horizonte de 2 a 25 de agosto. No dia 25, Dilma participou de evento em Contagem, na região metropolitana, onde defendeu a eleição de Lula, que ainda era candidato a presidente. Em seguida, viajou de avião para Governador Valadares, onde houve comício no domingo. Prosseguiu o roteiro de carro e esteve em comícios em Teófilo Otoni e Ipatinga no mesmo dia, retornando à capital à noite. O assessor lá permaneceu até o dia 31. Nesse período, ele recebeu 29 diárias, num total de R$ 6,5 mil. O custo total da estada ficou em R$ 10,4 mil.

Mais dois assessores estiveram em Belo Horizonte de 2 a 24 de agosto, fazendo viagens rápidas a São Paulo e Brasília. Juntos, receberam 45 diárias no valor de R$ 12 mil. Com as passagens, o custo total chegou a R$ 30 mil. Outros dois servidores passarem uma longa temporada na capital mineira, de 24 de agosto a 11 de outubro. Receberam 97 diárias, no valor de R$ 26 mil. O custo total da missão ficou em R$ 35 mil.

Em 6 de setembro, os dois acompanharam Dilma na visita a Lula, que estava preso em Curitiba, mas continuava candidato a presidente. “Querem que condenemos e tiremos da campanha presidencial um inocente”, afirmou a ex-presidente na capital paranaense. Um terceiro assessor, que também foi a Curitiba, ficou por 41 dias em Belo Horizonte, a um custo de R$ 10 mil.

Defesa de Lula mundo afora

Antes da fracassada campanha para o Senado, Dilma andou pelo mundo discursando defendendo a inocência de Lula. No início de abril, iniciou o roteiro pela Espanha. Em Madri, no dia 10, afirmou que a condenação de Lula teria sido “a terceira fase do golpe parlamentar e midiático” que teve seu “ato inaugural” com sua “destituição”. No dia seguinte, esteve em Barcelona.

No dia 16, seguiu para São Francisco, na Califórnia. Dali, seguiu de carro para Berkeley. Em palestra na universidade local, disse que o Brasil se tornou campo fértil para os "horrorosos animais" do nazismo e do fascismo. “A inconsequência da política golpista leva ao surgimento da extrema-direita”, completou.

Depois, passou por Palo Alto e chegou a San Jose, ainda em trajeto rodoviário. Pegou então avião até San Diego, de onde retornou ao Brasil. Toda a viagem, desde Madri, acompanhada por quatro assessores, custou R$ 204 mil ao contribuinte. O mais caro foram as passagens aéreas, num total de R$ 133 mil.

Mas Dilma fez mais viagens ao exterior em 2018, sempre fazendo a defesa de Lula. Esteve em Buenos Aires em abril, em Londres e Oxford em maio, novamente em Londres e Manchester em junho e retornou a Buenos Aires em novembro. Na viagem a Londres a Oxford levou quatro assessores.

Todas as viagens de 2018 custaram R$ 385 mil. Em 2017, as despesas com os deslocamentos para o exterior ficaram em R$ 353 mil. Mas o recorde aconteceu no ano passado, quando Dilma gastou R$ 544 mil com 13 viagens ao exterior, como mostrou reportagem publicada no blog em 20 de fevereiro.

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