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Lúcio Vaz

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O blog que fiscaliza o gasto público e vigia o poder em Brasília

Ministros e assessores do TCU gastam R$ 3,5 milhões com viagens internacionais

Bruno Dantas
O presidente do TCU, Bruno Dantas, durante sessão da Corte. (Foto: Muller Marin/TCU)

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Ministros, procuradores e assessores do Tribunal de Contas da União (TCU) gastaram R$ 3,5 milhão com viagens internacionais neste ano. Só o lançamento da ferramenta ClimateScanner custou R$ 780 mil em diárias e passagens para ministros e assessores. O presidente Bruno Dantas viajou para seis países até 26 de maio, com despesas de R$ 570 mil, incluindo assessores. As passagens do presidente para o lançamento da ferramenta em Nova Iorque e uma reunião em Riad (Arábia Saudita) custaram R$ 59 mil – o equivalente a 40 salários mínimos.

A representação do TCU no lançamento do ClimateScanner na sede da ONU, em março, contou com quatro ministros, incluindo o presidente, e 19 servidores. As passagens e diárias desses servidores custaram R$ 430 mil. O valor das passagens para Nova Iorque variou de R$ 7 mil a R$ 42 mil. A viagem desses servidores foi classificada pelo tribunal como de “relações institucionais”. Por meio da ferramenta, instituições de controle pretendem fazer uma avaliação global das ações governamentais relacionadas à mudança do clima.

Há dois tipos de viagem no TCU: de autoridades e servidores em assessoramento e as viagens de servidores. Em todas as viagens internacionais, os servidores já gastaram R$ 1,26 milhão neste ano. As viagens de ministros e procuradores acompanhados de assessores somaram mais R$ 2,2 milhões. As diárias internacionais de ministros e procurador geral valem US$ 727. No caso de ministro substituto, US$ 691; procurador, US$ 654.

Líder da gastança, Dantas esteve em Rabat (Marrocos), Riad (Arábia Saudita), Roma, Viena (Áustria), Budapeste (Hungria) e Nova York. Mas o presidente está longe dos números do ano passado. Em 2023, ele gastou R$ 918 mil em 14 viagens. As suas passagens para Goa (Índia) e Dubai custaram R$ 67 mil e R$ 78 mil. Com suas viagens, ele passou quase quatro meses fora do país. Neste ano, já são 33 dias no exterior.

Nova Iorque, Washington e Rarotonga

De 8 a 17 de maio, Dantas e o ministro Walton Alencar estiveram nos Estados Unidos. Em Washington, fizeram visita técnica ao Banco Mundial sobre Parcerias Público-Privadas (PPPs). Em Nova Iorque, houve Rodada de apresentação de projetos em infraestrutura de transportes para investidores. A viagem custou R$ 132 mil.

Dali, Walton voou direto para Rarotonga (Ilhas Cook), para a Assembleia da Associação das Instituições de Controle do Pacífico (PASAI). A economia das Ilhas paradisíacas é alavancada pelo turismo. As passagens e diárias do ministro e mais três assessores somaram R$ 236 mil. As passagens do ministro custaram R$ 49 mil. A passagem de um dos assessores chegou a R$ 41 mil. Os servidores passaram 11 dias em Rarotonga.

No ano passado, no cargo de presidente da Organização Internacional de Instituições Superiores de Auditoria (Intosai) Dantas participou da Assembleia Geral da PASAI em Koror (Palau), acompanhado do ministro Walton Alencar e dois assessores. A viagem custou R$ 268 mil. As passagens de Walton e Dantas chegaram a R$ 53 mil e R$ 47 mil. Koror é conhecida pelas praias de corais deslumbrantes.

"Encontros institucionais"

Quatro procuradores do TCU estiveram no Congresso Internacional de Controle Público e Luta Contra a Corrupção em Salamanca (Espanha). Júlio Marcelo esteve apenas na Espanha, mas outros três procuradores passaram também por Lisboa, onde tiveram “encontros institucionais” com procuradores do Ministério Público de Contas de Portugal e com o embaixador do Brasil em Portugal. A viagem custou R$ 250 mil. As diárias somaram R$ 182 mil. Sérgio Caribé, Vitor Manoel da Silva e Leonardo Pereira receberam 13 diárias e meia, no valor de R$ 50 mil para cada um.

Dantas, uma assessora e um colaborador do Ministério das Relações Exteriores fizeram o roteiro Roma/Viena/Budapeste. Eles tiveram reunião com o diretor-geral da ONU para a Alimentação e a Agricultura para “tratar da presidência do grupo de engajamento de instituições de controle do G20”; e reuniões bilaterais com as Instituições de Controle da Itália e da Hungria. A viagem de política interna e relações institucionais custou R$ 155 mil.

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Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

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