Pedro França/Agência Senado| Foto:

Conhecido nacionalmente por ter renunciado às mordomias oferecidas pelo Senado Federal, como verbas indenizatórias, salários extras, auxílio-moradia, carro oficial, viagens internacionais, dezenas de assessores, aposentadoria especial e plano de saúde, o senador Reguffe (DF), que continua sem partido, está cobrando os mesmos compromissos para candidatos que o procuram solicitando apoio nas eleições deste ano.

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Na primeira metade do mandato, a economia feita no seu gabinete chega a R$ 6 milhões. Nas eleições deste ano, não será candidato (estava cotado para o governo do Distrito Federal). “Vou honrar o compromisso que assumi de cumprir o mandato inteiro no Senado. Não é correto largar mandato pela metade e deixar para alguém em quem as pessoas não votaram e que, muitas vezes, nem sabem quem é”, justificou o senador. Ele ainda não escolheu o seu candidato a presidente nem a governador do DF.

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Em cada eleição, ele sempre é procurado por candidatos à procura de apoio. Neste ano, decidiu deixar mais claros os compromissos de seus aliados: “Nessas eleições, pretendo ajudar um processo de renovação política, ajudar pessoas novas a entrarem na política, fazendo com que essas pessoas tenham um caminho mais curto do que foi o meu”. Ele foi eleito pela primeira vez após três tentativas como candidato a deputado distrital. Depois, venceu para deputado federal e senador, em mandatos consecutivos.

Sem cabide de empregos

Reguffe (foto acima) divulgou uma pauta de compromissos mínimos com nove itens em vídeo nas redes sociais (assista no final desse post). “Todos esses itens eu pratico no meu mandato”, destaca o senador. Os quatro primeiros são: não aceitar salários extras, não usar verba indenizatória, reduzir o número de assessores do gabinete e reduzir à metade a verba para o pagamento dos assessores.

“Aqui no Senado, um senador tem direito a 55 assessores. Eu tenho apenas nove. Na Câmara, um deputado pode ter 25 assessores. Na Câmara Legislativa, reduzi de 28 para apenas nove, para que tivéssemos mais dinheiro para a saúde, educação, segurança, e menos dinheiro sendo gasto com gabinetes de parlamentares”, justifica. Levantamento do blog mostrou que alguns senadores subdividem os cargos e chegam a ter mais de 80 assessores.

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A quinta exigência é votar contra qualquer aumento de impostos. “Se o governo tiver que fazer um ajuste fiscal, que seja na despesa, cortando gastos e tentando ser mais eficiente. E nunca aumentando impostos para fazer o contribuinte pagar a conta”, explica Reguffe. A sexta é não viajar com dinheiro público. Como mostrou reportagem do blog, um senador chegou a gastar R$ 48 mil com passagens de ida e volta para o Japão.

O sétimo item prevê que todas as emendas ao Orçamento sejam destinadas exclusivamente para saúde, educação e segurança pública. “Ou seja, nada de emendas para shows, festas, aniversário de cidades. É destinar os recursos públicos para onde ele é prioritário, para a população”, explicou no vídeo.

Sem “toma-lá-dá-cá”

Cumprir o mandato integralmente é a oitava exigência. A última é assumir o compromisso de não indicar ninguém para o governo, “para que o parlamentar possa ter independência de verdade. Na hora em que vota um projeto, o parlamentar tem que pensar única e exclusivamente se aquilo é bom ou ruim para a população, e não que naco do Estado ele vai ter e não quantos cargos ele vai poder indicar. Ou seja, nada de ‘toma-lá-dá-cá’. O foco dos votos será a população”.

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No vídeo, o senador pede que o eleitor cobre tudo isso dos candidatos. “Nós precisamos ter uma postura de mudança na política. Esse é o momento de você cobrar dos candidatos. Eu tenho orgulho de ter cumprido tudo o que escrevi nos meus panfletos de campanha”.

“Com esses nove compromissos, vocês terão uma classe política diferente. Estou exigindo isso daqueles a quem vou emprestar o meu apoio no Distrito Federal e no resto do país, para que tenhamos realmente uma renovação na política”.

As exigências são feitas a candidatos proporcionais (deputado distrital e federal) que não têm mandato. Um grupo de candidatos de diversos partidos já assumiu os compromissos. São pessoas novas na política, que nunca exerceram mandato.

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