Rodrigo Pacheco, no dia em que foi reeleito presidente do Senado, em 2023: PSD, partido de Pacheco, teve 6 dos 24 senadores que mais gastaram com assessores no ano passado.| Foto: Pedro França/Agência Senado
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Os salários dos assessores do senador Eduardo Gomes (PL-TO) custaram R$ 12,5 milhões em 2024. Os salários de um grupo de 15 senadores superaram os R$ 7 milhões, com despesa de R$ 118 milhões. A despesa total com os salários dos gabinetes dos 81 senadores chegou a R$ 508 milhões. Tudo na conta do contribuinte.

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Os dados incluem os servidores comissionados, de livre nomeação, com um total de R$ 424 milhões, e os servidores efetivos, concursados, com mais R$ 83 milhões. Algumas décadas atrás, apenas os chefes de gabinete dos senadores eram servidores efetivos. Mas os senadores foram solicitando cada vez mais funcionários, com melhor formação e maiores salários.

Gomes conta com alguns analistas legislativos (efetivos) no seu gabinete. O melhor remunerado tem renda básica de R$ 36 mil, mais R$ 7,7 mil de vantagens especiais e R$ 2,8 mil de função comissionada. Sofre abate-teto de R$ 2,6 mil; mas, como tem abono permanência de R$ 7,2 mil, acaba recebendo R$ 51,3 mil líquidos. O abono é pago a servidores de carreira que completaram o tempo de contribuição para a aposentadoria, mas optaram por continuar tralhando. Em compensação, eles recebem um abono equivalente ao que seria a sua contribuição social.

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Dos 24 senadores que mais gastaram com salários de servidores – todos acima de R$ 6 milhões –, seis são do PSD

O líder da gastança em 2024 já havia encabeçado o ranking dos salários de assessores no ano anterior, com R$ 10 milhões. O total das despesas dos 81 senadores chegou a R$ 400 milhões naquele ano, o que demonstra o crescimento da despesa, num momento em que o país vive uma crise fiscal.

Três partidos lideram

Entre os 24 senadores que mais gastaram com salários de servidores – todos acima de R$ 6 milhões – seis são do PSD, partido do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG). PL, PT e MDB têm quatro senadores nesse grupo privilegiado. Os salários dos assessores do gabinete do senador Pacheco custaram R$ 6 milhões. Mas os assessores do gabinete da presidência do Senado custaram mais R$ 8 milhões em salários, sendo R$ 6 milhões para servidores comissionados. O atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), gastou R$ 6,3 milhões com salários de assessores no ano passado.

O segundo colocado no ranking da gastança com assessores foi o senador Omar Aziz (PSD-AM), com R$ 9,99 milhões. Os assessores de Rogério Carvalho (PT-SE) custaram R$ 9,98 milhões. Os assessores de Lucas Barreto (PSD-AP) custaram R$ 9,89 milhões. Renan Calheiros (MDB-AL), ex-presidente do Senado, gastou mais R$ 9,4 milhões.

Randolfe Rodrigues (PT-AP) gastou R$ 9,3 milhões no seu gabinete de senador, mais R$ 2,9 milhões no gabinete da Liderança do Governo no Congresso. Jaques Wagner (PT-BA) gastou R$ 7,4 milhões no seu gabinete, mais R$ 5 milhões na Liderança do Governo. Beto Faro gastou R$ 8 milhões no seu gabinete e R$ 7 milhões no gabinete da Liderança do PT.

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O valor médio das despesas com gabinetes é elevado: R$ 6,2 milhões. Mas há alguns nomes na ponta de baixo da tabela. A ex-ministra Tereza Cristina (PP-MS) gastou R$ 3,77 milhões; Fabiano Contarato (PT-ES), R$ 3,54 milhões; Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), R$ 3,33 milhões; e Eduardo Girão (Novo-CE), R$ 3 milhões.

Eduardo Gomes foi questionado pelo blog sobre as elevadas despesas com assessoria no seu gabinete. A sua assessoria respondeu que todos os senadores têm o mesmo recurso à disposição para a contratação de assessores. “Fica a cargo de cada um saber qual é a necessidade do gabinete e dividir os valores de acordo com uma tabela do próprio Senado. Em primeiro lugar, vale ressaltar que os recursos utilizados pelo mandato parlamentar do senador Eduardo Gomes são legais, comprovados e autorizados pela Mesa Diretora do Senado Federal”.

O senador acrescentou que seu estado é extenso e conta com 139 municípios. “Para se conseguir obter uma alta performance na produtividade parlamentar se faz necessário, no meu ponto de vista, ter uma equipe de técnicos e assessores de alto nível em Brasília e nas principais cidades do estado. O resultado com certeza aparece. Fruto deste trabalho em equipe, foi possível viabilizar o repasse, nos últimos dois anos, de cerca de R$ 2 bilhões de reais para Tocantins”. Ele citou várias obras, como R$ 148 milhões para o governo do estado, para obras de infraestrutura, saúde, equipamentos e armamentos para a PM, e R$ 106 milhões para o Hospital do Amor.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]