| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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Os 43 senadores que viajaram para o exterior neste ano gastaram R$ 3,5 milhões com diárias e passagens. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco PSD-MG), torrou mais R$ 366 mil com viagens em jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele viajou para Buenos Aires e Roma, onde fez visita de cortesia ao presidente do Senado Italiano. Contando com as diárias dos seguranças e assessores do presidente (mantidas sob sigilo), a gastança de todos os senadores chega a R$ 4 milhões.

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Senadores do PSD estão entre os que mais gastaram com viagens de missões oficiais no exterior. Os oito senadores do partido fizeram despesas no valor total de R$ 1,3 milhão. O líder do ranking da gastança nas viagens em aviões de carreira é Nelsinho Trad (PSD-MS), com R$ 263 mil. Laércio Oliveira (PP-SE) gastou R$ 4.210 mil. No ano anterior, havia torrado R$ 318 mil com viagens internacionais. Mara Gabrilli (PSD-SP) gastou R$ 203 mil neste ano. As despesas de Jorge Seif (PL-SC) chegaram a R$ 192 mil. Irajá (PSD-TO) gastou R$ 190 mil. Quinze senadores gastaram mais de R$ 100 mil com viagens pelo mundo.

Pacheco nas asas da FAB

Em setembro, Pacheco esteve na comitiva presidencial na Assembleia Geral das Nações Unidas. O presidente do Senado acompanhou, ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o discurso no presidente Lula na abertura dos debates dos chefes de Estado. Pacheco recebeu do Senado cinco meias diárias no valor total de R$ 8,4 ml. Não é possível apurar quanto custaram as diárias de assessores e seguranças que o acompanharam. Esses dados foram colocados sob sigilo no mandato de Pacheco na presidência do Senado.

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Pacheco viajou em jatinho da FAB para compromissos em Roma, de 9 a 15 de outubro. Ele cumpriu agenda oficial no Senado italiano “para a troca de iniciativas comuns entre as casas legislativas”, segundo informou a assessoria do Senado. Reuniu-se com o presidente do Senado italiano, Ignazio La Russa, com o senador Pier Casini e com o deputado Fabio Porta. “Os encontros foram ainda uma retribuição às visitas recentes de autoridades italianas alusivas aos 150 anos da imigração italiana no Brasil, celebrados neste ano”, acrescentou a assessoria. Enfim, foi uma troca de cortesias.

Mas custou caro. As 25 horas de voo, ida e volta a Roma, considerando apenas o custo da hora-voo do jatinho, custaram R$ 280 mil. Não é possível apurar quanto custaram as diárias de seguranças e assessores. Esses dados estão sob sigilo. O presidente do Senado já havia feito uma viagem em jato da FAB para a Argentina, no final de fevereiro, para missão oficial na Faculdade de Direito e Ciências Sociais da Universidade Nacional de Buenos Aires, a convite do Instituto Justiça e Cidadania. Mais R$ 84 mil de despesas com a aeronave. Quanto às diárias dos seguranças.

Os líderes de gastos

Trad afirma que as missões realizadas refletem o seu compromisso com pautas estratégicas. O parlamentar é presidente de dois colegiados que reúnem países do Mercosul e do território amazônico: o Parlamento do Mercosul (Parlasul) e o Parlamento Amazônico (Parlamaz). O senador afirma que liderou debates com parlamentares do bloco e da União Europeia sobre o Acordo Mercosul-União Europeia, cuja assinatura foi anunciada em 2024 após mais de duas décadas de negociações.

Laércio Oliveira

Laércio Oliveira viajou para Washington, em março, para “participar de debates com o governo e parlamento norte-americano” sobre o tema inteligência artificial. A sua passagem, na classe executiva, custou 46 mil. Ele recebeu mais R$ 12,3 mil em diárias. Em novembro, retornou a Washington para participar do Programa de Eleições nos Estados unidos. A passagem custou R$ 34 mil, na classe executiva. Ele passou 11 dias na capital americana para um programa de 6 dias. Recebeu 6 diárias no valor total de R$ 20 mil.

Mara Gabrilli afirmou ao blog que foi indicada pelo governo brasileiro para disputar uma cadeira no Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – cargo não-remunerado e custeado pela ONU. Em abril, a senadora esteve na sede da ONU, onde acompanhou os debates do Fórum Permanente de Questões Indígenas e do Fórum da Juventude. Em junho, participou da 17ª Conferência dos Estados Partes da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, também na sede da ONU.

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Em agosto, a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), acompanhou os Jogos Paralímpicos de Paris. Afirmou que, além de prestigiar o paradesporto brasileiro, reuniu-se com a vice-prefeita de Paris, Lamia El Aaraje, para conhecer as iniciativas de acessibilidade implementadas na capital francesa.

Evento com lideranças espaciais

O senador Astronauta (PL-SP) gastou R$ 188 mil com viagens ao exterior. Ele afirmou ao blog que “a crise fiscal do país não pode ser utilizada como argumento para paralisar ou limitar os trabalhos do Poder Legislativo, que têm como objetivo atender às necessidades do país e estabelecer parcerias estratégicas para o desenvolvimento nacional. No caso das viagens internacionais, é preciso analisar os resultados práticos e os benefícios trazidos para áreas como ciência, tecnologia e inovação”.

“Isto posto, como vice-presidente da Comissão Interna sobre Inteligência Artificial no Brasil, fui para Washington participar de debates com o governo e o parlamento norte-americano sobre o assunto para construir a regulamentação brasileira. Participei da visita ao Nacional Cyber-Forensics, uma referência mundial em cibersegurança, além de participar de intercâmbio discutindo as melhores práticas digitais para fortalecer a segurança tecnológica no Brasil”.

Ele acrescentou que esteve na Holanda para participar do evento com lideranças espaciais globais que discutiram a exploração espacial e o futuro do setor. Aqui no Senado, aprovamos a chamada Lei Geral do Espaço, na qual fui relator. Os demais senadores procurados não se manifestaram.

O vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rego, gastou R$ 170 mil em viagens internacionais neste ano. Viajou pouco, mas gastou muito. As passagens para o evento PRODEXPO-2024 e reuniões com autoridades de Moscou, empresários e especialistas de diversas áreas, em fevereiro, custaram R$ 46 mil, na classe executiva. Para o 10º Fórum Parlamentar do Brics, em San Petesburgo (Rússia), as passagens custaram mais R$ 53 mil. Em novembro, viajou para Baku (Azerbaijão) para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29). Não há registro de passagens. Nas três viagens, recebeu diárias no valor de R$ 68 mil.

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