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Lúcio Vaz

Lúcio Vaz

O blog que fiscaliza o gasto público e vigia o poder em Brasília

Senadores torram meio bilhão na contratação de assessores e pagam supersalários

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no dia da sua reeleição, recebe apoio no plenário. (Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal)

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Os salários dos assessores que trabalham nos gabinetes dos senadores custaram R$ 511 milhões aos cofres públicos em 2022. O gabinete mais caro foi o de Roberto Rocha (PTB-MA). Suas contratações custaram R$ 10 milhões. Ele ficou na segunda colocação na disputa pela reeleição. Na gastança, superou o antigo recordista Izalci Lucas (PSDB-DF), que torrou R$ 9,3 milhões. Nos registros do Senado, servidores efetivos em exercício nos gabinetes recebem até R$ 45 mil, mesmo após a aplicação do abate-teto

A grande maioria dos assessores ocupa cargos de livre nomeação (comissionados), mas há também centenas de servidores de carreira (efetivos) em exercício nos gabinetes pessoais dos senadores, nos cargos das Mesa Diretora e nos gabinetes das lideranças partidárias. Comissionados ou efetivos, todos são pagos, na verdade, pelo contribuinte.

Os assessores que trabalham nas lideranças dos partidos e blocos partidários custaram R$ 70 milhões no ano passado. A folha de pagamento dos comissionados chegou a R$ 42 milhões. Os cargos da Mesa Diretora, que incluem presidência, vice-presidência, secretarias e suplências, somaram R$ 34 milhões, sendo R$ 21 milhões destinados a assessores comissionados. Ao todo, a conta para o contribuinte alcançou os R$ 615 milhões. As indicações para cargos nas lideranças, blocos e Mesa Diretora são responsabilidade dos líderes e integrantes dirigentes da casa.

Na divisão por partidos, houve algum equilíbrio entre governo e oposição. A Liderança do Partido Liberal (PL) gastou apenas R$ 1,6 milhão com assessores, enquanto a Liderança do PT gastou R$ 6,7 milhões. Mas as Lideranças do Governo no Senado e no Congresso investiram mais R$ 6,7 milhões na contratação de assessores. O PP, maior partido do Centrão, gastou R$ 4 milhões. A Liderança do PSD torrou R$ 7 milhões.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) foi o terceiro colocado do ranking, com R$ 7,7 milhões. Senadores do PSD estiveram no alto da lista dos mais gastadores com assessores. Eles ocuparam do quarto ao sétimo lugar. Lucas Barreto (PSD-AP), Nelsinho Trad (PSD-MS), Angelo Coronel (PSD-BA) e Rodrigo Pacheco gastaram de R$ 7,1 milhão a R$ 7,7 milhão com a contratação de assessores comissionados ou integrantes do quadro efetivo do Senado. (Veja abaixo quadro com os 40 que mais gastaram)

O blog já havia revelado, na semana anterior, que os senadores haviam gasto R$ 29,4 milhões no ano passado com a cota para o exercício do mandato, o "Cotão", mais viagens e correios. Quatro senadores do PT ficaram entre os mais gastadores. A maior despesa foi feita por Humberto Costa (PE) – R$ 658 mil. Os valores eram elevados, mas representavam pouco na comparação com os salários dos assessores dos senadores.

Os supersalários dos assessores

Entre os assessores diretos dos senadores, a maior parte estava lotada nos gabinetes do Senado Federal em Brasília. Essa despesa chegou a R$ 279 milhões. Os escritórios de apoio nos estados consumiram mais R$ 149 milhões. Os servidores efetivos em exercício nos gabinetes custaram R$ 83 milhões.

Um analista em exercício no gabinete pessoal de Pacheco recebeu um total de R$ 50 mil, incluindo vantagem pessoal, função comissionada e abono permanência. Com abate-teto de R$ 4,2 mil, sobrou R$ R$ 45,8 mil. No gabinete de Paulo Paim (PT-RS), um consultor legislativo teve renda bruta de R$ 55,6 mil. Com a aplicação do abate-teto, sua renda caiu para R$ 45,7 mil. O abono permanência de R$ 6,4 mil não sofre o abate-teto.

Um analista legislativo à disposição do senador Confúcio Moura (MDB-RO) teve renda bruta de R$ 52 mil, incluindo o abono permanência. Com a aplicação do redutor constitucional, recebeu R$ 45,7 mil. Outro analista legislativo em exercício no gabinete de Jarbas Vascondelos (MDB-PE) recebeu um total de R$ 53,6 mil. Com um abate teto de R$ 7,9 mil, ficou com renda de R$ 45,7 mil. No gabinete de Renan Calheiros (MDB-AL), uma analista teve renda de R$ 49 mil, incluindo o abono permanência. Com redutor de R$ 10,6 mil, sobrou R$ 45,7 mil.

A menor despesa na contratação de assessores foi do então senador Reguffe (União-DF). Ele manteve entre oito e nove assessores no seu gabinete ao longo do ano, com um gasto de R$ 1 milhão. Ele não usou a cota para o exercício do mandato durante oito anos. Não utilizou carro oficial, não viajou por conta do Senado, não utilizou o plano de saúde dos senadores e não de filiou ao plano de previdência do Senado. Pretendia disputar o governo do distrito Federal, mas não obteve o apoio do seu partido e não concorreu à reeleição.

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