Em duas viagens à Europa em dois meses, o presidente da Câmara, Arthur Lira, gastou R$ 800 mil em diárias e passagens para assessores e seguranças e com jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, percorreu os mesmos roteiros em aviões de carreira, mas também gerou gastos com diárias e passagens. O Senado também enviou sete servidores para a Feira do Livro de Porto Alegre. É a volta da gastança com viagens após uma pandemia de quase dois anos.
Lira esteve em Roma, de 7 a 9 de outubro, para participar da Cúpula de presidentes de Parlamento do G20 e da Reunião Parlamentar Pré-Cop26, acompanhado de cinco deputados. De 11 a 17 de novembro, o presidente da Câmara esteve em Lisboa para participar das comemorações dos 25 anos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, do seminário sobre o Agronegócio Sustentado no Brasil e do Fórum Jurídico de Lisboa.
O Fórum foi promovido pelo Instituto de Direito Público (IDP) – faculdade controlada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes –, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. O evento teve também a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e da ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, ambos como palestrantes.
Homenagem a Daniel Alves
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa premiou 10 personalidades com o reconhecimento de mérito pela dedicação na promoção e avanço da língua portuguesa, dentre elas o jogador de futebol Daniel Alves.
As duas viagens de Lira custaram um total de R$ 667 mil, sendo R$ 153 mil em diárias para servidores, R$ 75 mil em passagens e R$ 440 mil com os jatinhos da FAB, considerando o custo da hora/voo dessas aeronaves, que voaram 44 horas. Dois seguranças do presidente na viagem a Lisboa receberam 11,5 diárias no valor unitário de R$ 3.157 – R$ 36,3 mil para cada um. Parlamentares que estiveram nos dois eventos ainda não prestaram contas.
O presidente da Câmara também havia programado participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), antes dos eventos em Lisboa, mas desistiu da viagem para articular a aprovação da PEC que criou recursos para pagar o Auxílio-Brasil – projeto prioritário do presidente Jair Bolsonaro. Mas parte da despesa já estava feita: três servidores da Câmara destacados para participar do evento receberam mais R$ 130 mil em diárias e passagens. O custo total das viagens de Lira para a Europa chegou a R$ 800 mil.
As despesas de Pacheco
Pré-candidato a presidente da República pelo PSD, o presidente do Senado foi mais comedido. Viajou para Roma em avião de carreira, em outubro, com passagem aérea de R$ 25 mil. Em novembro, esteve em “missão oficial” na COP26, em Glasgow (Escócia). Dali, seguiu para Lisboa, onde se reuniu com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo. Pacheco participou do seminário Agronegócio Sustentável no Brasil, da homenagem aos 25 anos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e palestrou no Fórum Jurídico de Lisboa.
Só as diárias para seguranças e assessores que acompanharam o presidente do Senado custaram R$ 142 mil. Sem contar os R$ 9,4 mil do assessor que acompanhou a senadora Kátia Abreu (PP-TO) no evento “Agronegócio Autossustentado”. Um dos assessores que acompanharam o senador na COP26 recebeu 12 diárias no valor total de R$ 28 mil – ou US$ 5 mil. O Senado ainda não divulgou as despesas dos servidores com passagens aéreas.
Mas Pacheco teve outras despesinhas. Na viagem para Glasgow e Lisboa, ele recebeu 12 meias diárias, no valor total de R$ 14,3 mil. Na missão oficial em Roma, recebeu cinco meias diárias no valor total de R$ 5,8 mil.
A proximidade do encerramento da pandemia animou também os servidores. O Senado enviou 7 deles para a Feira do Livro de Porto Alegre, que aconteceu de 29 de outubro a 15 de novembro. Três servidores receberam um total de 19 diárias cada um. A equipe que atendeu a banca do Senado na feira recebeu um total de 96 diárias ao custo de 42 mil.
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