As viagens internacionais do presidente Lula custaram R$ 46,8 milhões, incluindo hospedagem, locação de veículos, diárias e passagens. Só o deslocamento até Nova York, para a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) onde discursou na seção de abertura da Cúpula do Futuro, em setembro, custou R$ 13 milhões. A maior despesa foi com a hospedagem da comitiva no hotel de luxo JW Marriott: R$ 6,9 milhões. O aluguel de veículos para o transporte da comitiva presidencial custou mais R$ 5,8 milhões.
Nas 14 viagens pelo mundo, as despesas com hospedagem somaram R$ 13,5 milhões. Os gastos com locação de meios de transporte chegaram a R$ 12,8 milhões. Os serviços com intérpretes somaram R$ 357 mil. Foram necessárias ainda despesas com telefonia fixa e móvel, fornecimento de alimentação, locação de computadores, serviços de áudio, vídeo e fotos e até “festividades e homenagens”. Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; e do Senado, Rodrigo Pacheco, estavam na plateia. Uma festa!
A viagem para Baku, no Azerbaijão, onde foi realizada a COP29, não contou com a presença de Lula. Ele desistiu de viajar por causa de questões médicas. Foi representado pelo vice-presidente, Geraldo Alkmin, que entregou formalmente o documento com a nova meta climática do Brasil no Acordo de Paris, anunciada na semana anterior. As despesas foram mantidas. A hospedagem custou R$ 2,6 milhões; a locação de veículos, mais R$ 2,45 milhões.
Boas vindas ao papa
Na Itália, em junho, Lula participou da cerimônia de boas-vindas ao Papa Francisco e aos chefes de Estado que estavam na Cúpula do G7, no Hotel Borgo Egnásia. A hospedagem da comitiva presidencial custou R$ 1 milhão, a locação de veículos, mais R$ 2,4 milhões. Na sessão de trabalho, os países convidados e organizações internacionais trataram de temas com inteligência artificial, energia, África e Mediterrâneo.
A viagem para O Vaticano e Roma custaram R$ 3,9 milhões. Para o México, as despesas somaram R$ 2 milhões, sendo R$ 1,14 milhão com hotel e R$ 605 mil com aluguel de veículos. Naquela viagem, o avião presidencial teve problemas e atrasou o retorno do presidente. Logo após o incidente, Lula disse que compraria "mais aviões" para transportar o presidente e seus ministros. Com a repercussão negativa, ele logo esqueceu do assunto. A viagem para Genebra custou R$ 2,4 milhões. Lula esteve na sessão de encerramento do Fórum da Coalizão Global para a Justiça Social, no Palácio das Nações, e no lançamento do selo institucional 35 Anos da Obra “O Alquimista”, do escritor Paulo Coelho. O voo para Santiago custou R$ 2,3 milhões; para Bogotá, 1,8 milhão.
Questionada pelo blog sobre os elevados gastos com a viagem a Nova York, a Presidência da República afirmou que "O presidente Lula ficou hospedado na residência do Representante Permanente do Brasil junto às Nações Unidas. Sem custo extra, portanto, para o erário. Os custos com hospedagem se referem à hospedagem da comitiva. Como se sabe, os valores de hospedagem praticados em Nova York refletem ser essa uma das cidades de mais elevado custo em todo o mundo". Acrescentou que a comitiva contou com 109 servidores.
Em 2023, o presidente Lula fez gastança semelhante em Nova York, na abertura da Assembleia Geral da ONU, custou R$ 7,7 milhões. O aluguel de veículos para transportar os integrantes da comissão oficial, custou mais R$ 4,2 milhões. O aluguel de salas, mais R$ 1,35 milhões. O presidente e comitiva ficaram no luxuoso hotel Lotte New York Palace. O aluguel de veículos, salas e tradutores custou mais R$ 6 milhões, fechando a conta em R$ 13,8 milhões – o equivalente a R$ 23 mil benefícios do Bolsa Família.
Naquele ano, a Presidência da República gastou R$ 70 milhões com viagens internacionais. A Presidência afirmou ao blog que Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova Iorque, "reuniu comitivas de mais de 190 países, o que impactou decisivamente nas opções e, consequentemente, nos valores das hospedagens disponíveis no período. É importante lembrar que as viagens internacionais realizadas pelo presidente Lula ao longo de 2023, além de recolocar o Brasil no cenário internacional após os anos de isolamento da gestão anterior, foram um investimento".
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