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Os militares brasileiros torraram R$ 500 mil com viagens institucionais mundo afora – as mais caras realizadas por oficiais generais. Os militares visitaram a sede do Comando Sul dos Estados Unidos, as feiras do livro em Londres e Paris, os Sítios Históricos da Força Expedicionária Brasileira e o monumento ao 1º grupo de aviação de caça na Itália. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, esteve na Paris Air Show, em Le Bourguet. Todas as viagem dos militares já custaram R$ 15 milhões neste ano.
Após o evento na França, que contou com nove militares, o ministro da Defesa seguiu para o Fórum Jurídico de Lisboa, acompanhado de dois assessores. As duas missões custaram R$ 227 mil. O tenente-brigadeiro Hudson Potiguara esteve no Aero Índia. O major Brigadeiro Rui Mesquita, o contra-almirante Vagner de Oliveira e o coronel da reserva Marcos Freire participaram da Exposição Feira Aeroespacial do México. O tenente brigadeiro Maurício de Medeiros, mais cinco assessores, representaram o comandante da Aeronáutica na Italian Air Force Aerospace Power Conference.
O chefe do Estado Maior das Forças Armadas, almirante de esquadra Renato de Aguiar Freire, visitou a sede do Comando Sul dos Estados Unidos, em Miami. O general de Exército Eduardo Fernandes fez a viagem mais cara, na visita de orientação técnica à Comissão do Exército Brasileiro em Washington, num total de R$ 73 mil. Só a passagem aérea de Fernandes custou R$ 58 mil. Três coronéis estiveram nas Feiras Internacionais do Livro de Londres e de Paris durante dez dias, com despesas de R$ 100 mil.
O general Tomas Paiva realizou visita oficial ao Exército Argentino. O brigadeiro Alessandro Cramer participou da inauguração do monumento ao 1º grupo de aviação de caça na Itália. O general Fernando Sant’Ana, comandante militar do Sul, esteve na solenidade de Passagem de Comando do Exército do Uruguai. O general Luiz Fernando Baganha fez visita diplomática militar a La Paz. O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, fez viagem oficial a Assunção para comparecer aos eventos alusivos ao centenário da aviação militar paraguaia.
Campeonatos de Triatlo e Vela
Os militares fizeram 997 viagens, a grande maioria a trabalho ou estudo, mas não esqueceram os campeonatos de esporte militar. Nove militares, incluindo seis oficiais superiores, participaram do Congresso do Conselho Internacional do Esporte Militar, de 23 a 30 de abril, em Moscou. Houve ainda o recebimento do prêmio de Atleta Militar de 2022. O custo da comitiva chegou a R$ 247 mil, sendo R$ 157 mil com diárias.
O coronel do Exército Nilton Rolim esteve no Congresso em Moscou e também na reunião no Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris; no Campeonato Mundial Militar de Triatlo (CISM), em Brive-la-Gaillarde (França); e em reuniões administrativas no CISM, em Bruxelas (Bélgica). De 23 de abril a 17 de maio, ele recebeu R$ 51 mil em diárias.
Mais 12 militares, incluindo oito sargentos, participaram do 24º Campeonato Mundial Militar de Triatlo, de 05 a 09 de maio de 2023, em Brive-la-Gaillarde. A despesa chegou a R$ 108 mil. Sete militares participaram do 54º Campeonato Mundial Militar de Vela, de 7 a 14 de junho de 2023, em Pireu (Grécia), ao custo de R$ 89 mil.
Militares justificam missões institucionais
O Ministério da Defesa afirmou ao blog que, em Paris, o ministro José Mucio Monteiro, além de participar da Paris Air Show, reuniu-se com o ministro da Defesa da França, Sébastien Lecornu, para debater oportunidades de parcerias no setor de defesa e os atuais projetos em curso entre os dois países, como o Programa de Submarinos, “projeto estratégico da Marinha do Brasil e resultado de parceria com a França, que prevê transferência de tecnologia”. José Mucio também teve um almoço com o presidente da França, Emmanuel Macron.
Em Lisboa, a convite da Faculdade de Direito de Lisboa, o ministro participou do painel “O Papel das Forças Armadas no Estado Democrático de Direito”, com a presença de integrantes das Forças Armadas brasileiras e de Portugal.
Sobre a visita ao México, o ministério afirmou que as visitas ao México “fazem parte das ações estratégicas para o cumprimento da missão institucional da Secretaria de Produtos de Defesa. A Indústria de Defesa é uma das principais geradoras de tecnologia, emprego e renda para o país, responsável por 4,78% do PIB nacional e pela geração de 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos”.
O Comando da Aeronáutica afirmou que as viagens de “missões institucionais a serviço da Força Aérea Brasileira envolvem uma série de objetivos estratégicos, tais como a preparação, capacitação, troca de experiências e o fortalecimento dos laços diplomáticos com nações amigas, os quais são essenciais para o desenvolvimento da segurança, defesa e proteção de interesses nacionais; além de contribuir para a construção de uma imagem institucional sólida e respeitada globalmente”.
O Comando do Exército afirmou que esclarece que as viagens internacionais "visam atender aos Objetivos Estratégicos do Exército, abrangendo um grande rol de atividades desenvolvidas pelos militares no exterior, tais como intercâmbios e atividades de cooperação com nações amigas, com o objetivo de construir e fortalecer relações de confiança mútua além de possibilitar a capacitação dos recursos humanos".
O Exército acrescentou que as Visitas de Orientação Técnica têm por objetivo "a fiscalização dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos pelos militares que se encontram em missões específicas e verificar se estão sendo cumpridas todas as metas e diretrizes emanadas pelo Comando do Exército".
Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima
