São tantos absurdos, mas tantos, que eles já nem são considerados notícias... É aquela história que não se sustenta de que “frequência determina normalidade”. Se algo acontece a toda hora, por que deveria estar nos jornais, nas manchetes, nas páginas principais? Muito além disso, se a imprensa virou um elemento de militância política, se escolheu um lado para atacar e um lado para proteger, defender, pode fechar os olhos para o que quiser e enxergar apenas o que lhe interessa, mesmo que seja pura imaginação, exercício livre de criação. A “notícia” desejada vai determinar os “fatos”. O que nos espanca a cara deixa de existir.
Isso fica muito claro na CPMI do 8 de Janeiro. Alguns jornais que já foram importantes têm páginas inteiras sobre a comissão, mas não trazem nada sobre as imagens das câmeras do circuito de segurança do Ministério da Justiça. Nem uma linha... Quem noticiou que Flávio Dino, inicialmente, se recusou a entregar as imagens, com a desculpa de que o envio poderia “prejudicar as investigações”? O ministro enrolou, enrolou e acabou fornecendo apenas imagens de duas câmeras que gravaram a parte da frente da sede. Isso depois de pedir autorização ao ministro do STF Alexandre de Moraes, o que não era absolutamente necessário.
Quem quer realmente investigar tudo o que aconteceu em 8 de janeiro, doa a quem doer? Lula, Flávio Dino e grande parte da imprensa nunca estiveram interessados nisso
Dino ficou de buscar outras imagens. Depois, afirmou que já tinha entregado tudo. Na comissão, o senador Sergio Moro, ex-ministro, deu o testemunho de que o Palácio da Justiça tinha, em sua época, dezenas de câmeras de segurança. O deputado federal Filipe Barros fez um levantamento e apontou a existência de pelo menos dez câmeras apenas na parte externa do ministério e em prédios do entorno. Então, por que o material produzido pelos equipamentos instalados nas laterais, na parte de trás e no interior do palácio não foi imediatamente entregue?
Gravíssima era a suspeita de que Flávio Dino estava escondendo as imagens e, assim, atrapalhando, prejudicando, obstruindo as investigações sobre as invasões e depredações em 8 de janeiro. Agora, ficou ainda pior. Fontes da Polícia Federal informaram que praticamente todas as imagens do Ministério da Justiça foram apagadas. A “explicação” é bizarra: as gravações ficariam armazenadas apenas por 15 dias no sistema do circuito interno de câmeras e depois seriam descartadas, para liberar espaço... Flávio Dino não entendeu que era importante preservar as imagens, para ajudar nas investigações sobre o quebra-quebra? Por que somente o material produzido por duas câmeras foi guardado? A regra dos 15 dias não valia para esses equipamentos?
Em depoimento à CPMI, o fotógrafo da Reuters que cobriu o 8 de janeiro afirmou que viu a Força Nacional de Segurança no Ministério da Justiça. Seriam mais de 200 homens inertes. E as investigações sérias prosseguem, apesar das barreiras impostas. Agora se descobriu que um pelotão de choque ficou parado dentro da sede do Ministério da Justiça, que quatro pelotões permaneceram todo o tempo no estacionamento... Apenas dois pelotões foram ajudar na retirada dos invasores das sedes dos três poderes. Por que o Ministério da Justiça não atuou para impedir as invasões? Por que a Força Nacional de Segurança não entrou em ação, com todo o efetivo?
Seria mesmo necessária autorização do governo do Distrito Federal para que a Força Nacional agisse? Há atuações anteriores, em 2017 e 2019, que derrubam essa conversa. Mas um comunista não abandona as mentiras... Ele vive uma grande mentira. E investigações sérias, equilibradas, honestas, dentro da lei podem apontar verdades indesejadas... Quem quer realmente investigar tudo o que aconteceu em 8 de janeiro, doa a quem doer? Lula, Flávio Dino e grande parte da imprensa nunca estiveram interessados nisso.
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