Ouço grunhidos, rosnados, urros, berros. É tudo em defesa da democracia. O ser humano primitivo está de volta. Sua selvageria tem dentes afiados à mostra, ameaças, intimidação, coação. É tudo pela democracia, essa coisa destruída e reinventada. Coisa, não mais um exercício, um processo, um regime. Agora, é feita de retaliação, vingança, de raiva, ódio, perseguição, de destruição. Não tem mais relação com atos dentro da lei. Tem ranger de dentes, gritos e cusparadas disfarçados de discursos. Tem tapinhas no rosto, missão dada, missão cumprida. O povo está cercado por um bando.
As pedras estão nas mãos de quem? A bomba, a gasolina, o fogo, quem gosta disso? Não se engane, não tente enganar... Quem sempre tentou destruir? Quem destruiu? Quem separou? Os maus decidem que são mocinhos, que são os bons. Não desconfiar disso é se render. Não questionar é se deixar aprisionar. E vão arrebentar tudo, em tribunais, plenários, gabinetes, auditórios... Pedradas, pauladas. Não bastam todos os absurdos dos últimos anos, há o anúncio de novas surras nas leis.
Os maus decidem que são mocinhos, que são os bons. Não desconfiar disso é se render. Não questionar é se deixar aprisionar. E vão arrebentar tudo, em tribunais, plenários, gabinetes, auditórios
O ódio está pregado nos maus. E o espancamento que promovem, eles anunciam, vai piorar. O autoritarismo foi diplomado, a supressão das leis foi aplaudida de pé por um minuto. O que é verdade, o que é mentira, isso só eles sabem. Chega de liberdade de expressão, de liberdade de imprensa, a internet também é deles, as redes sociais a eles pertencem. Sequestro da palavra, mordaça, e o chefe da verdadeira turma da pedra fala em “minha luta”.
Tragédia, mais tragédia... O bando vê lisura e transparência e exige que todos vejam também. Não ouse enxergar a lisura e a transparência esmigalhadas, sob paus e pedras. Quem tem as chaves da cadeia? Os tortos, os capengas, enganadores, dissimulados, os descarados. Eles acham que a brutalidade e os abusos são redentores, que a tortura e o medo conduzirão à verdade, à pacificação. A democracia? Ela foi abandonada, em convulsões terminais.
Eles formam a verdadeira turma da pedra e inventam que são democratas. E todos os que pensam como eles também são. Os outros são fascistas, extremistas, vândalos, ainda que não destruam nada, ainda que sejam pacíficos e ordeiros, ainda que falem em garantias constitucionais. Não importa, serão eliminados. Não haverá oposição, não haverá Estado de Direito, não mais. Estão queimando tudo. E o que faremos, a partir das cinzas, é um desafio gigantesco e inadiável.
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