| Foto: Geraldo Bubniak/AEN
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Pularam a 14.ª letra do alfabeto grego, xi. Pronuncia-se, mais ou menos, assim: “csi”, mas a grafia... Vai que o ditador chinês não gosta. Foram direto para outra letra: ômicron. Essa nova variante do coronavírus nem tinha sido batizada e já viajava pelo mundo, com passaporte sanitário em punho. Exatamente, quem está espalhando a ômicron pelo planeta tem o tal passaporte vacinal, exigido no embarque internacional. Os não vacinados não podem viajar para outro país. Não há lógica nisso, mas fingem que é combate à Covid.

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Há pouca resistência à exigência do comprovante de vacinação para acesso até a locais de trabalho. Demitir um funcionário deve ser um direito de todo empregador. Não quer tomar vacina? Seu patrão pode mandá-lo embora, mas deveria parar aí. A questão é que tribunais do trabalho e o STF resolveram permitir a demissão por justa causa de profissionais que se recusem a tomar a vacina. E até sindicatos de trabalhadores aplaudem! É combate à Covid.

Enquanto os não vacinados forem considerados o grande perigo, seremos todos reféns de uma ditadura segregacionista

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O passaporte sanitário se espalha pelo país, como mostrou a Gazeta do Povo em matéria assinada por Jocelaine Santos e publicada na última segunda-feira. Já é adotado em 17 estados, além do Distrito Federal, e “contaminou” quase 20% dos municípios brasileiros. Dependendo do lugar em que você está, é possível que, sem comprovar que tomou as doses da vacina, não possa ter acesso a alguns serviços, a alguns eventos, a alguns espaços... Bares, restaurantes, museus, teatros, casas de espetáculo, estádios, ginásios, até parques, até rodoviárias. Talvez você não possa nem pegar um ônibus urbano. Todos contra o coronavírus!

O passaporte sanitário não protege ninguém de nada. Não vou ficar aqui repetindo que os vacinados também se infectam, também transmitem o vírus, também adoecem e também morrem de Covid... A obrigatoriedade da vacina, porque é isso que se estabelece, não salva ninguém. A variante ômicron é só mais uma prova. A medida, excessiva e ilegal, vem mal disfarçada de incentivo à vacinação. Não é, nunca será.

Não me interessa se a pessoa não pode tomar a vacina por questões de saúde. Não me interessa por que ela não quer tomar. Não quer, e pronto. Talvez mude de ideia, daqui a algum tempo, conduzida pelo caminho do convencimento, não da perseguição, da segregação. E para muita gente o convencimento exige tempo, um bom tempo, o verdadeiramente necessário para que se conheçam melhor as vacinas. Quantas doses são necessárias, o volume de cada uma, de quanto em quanto tempo... As contraindicações, os possíveis efeitos adversos, no curto, médio e no longo prazo.

O que temos hoje é controle social, violência contra o cidadão, coerção da liberdade, proibição e limitação de direitos civis e constitucionais. Mas há estados e cidades se recusando a adotar o passaporte sanitário. Há audiências públicas sobre o assunto sendo realizadas em assembleias legislativas e câmaras municipais, com a participação de médicos e pesquisadores importantes. Que as pessoas vacinadas despertem e se recusem a frequentar lugares e ir a eventos em que seja exigido o passaporte sanitário. Enquanto os não vacinados forem considerados o grande perigo, seremos todos reféns de uma ditadura segregacionista.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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