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Luís Ernesto Lacombe

Luís Ernesto Lacombe

As nossas liberdades

Bolsonaro xinga Barroso
A imprensa segue repetindo que Bolsonaro pretende dar um golpe, mas ignora o autoritarismo do STF e das medidas de governadores durante a pandemia. (Foto: Alan Santos/Presidência da República)

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Primeiro, a velha imprensa empurrou a população ao pânico, por conta do novo coronavírus. Acha até hoje que não errou na mão, que fez um trabalho importante de conscientização... Trancou todo mundo em casa, jurando que isso salvava vidas. Ignorou o direito constitucional de ir e vir, o direito ao trabalho, não quis saber de medidas equilibradas. Agora, ainda sem querer olhar todos os lados da história, fala em “convocação ao golpe”... É assim que tem tratado a grande manifestação marcada para o dia 7 de setembro.

O governador de São Paulo ocupa as manchetes daqueles que já foram os três principais jornais do país. “Bolsonaro flerta com o autoritarismo permanentemente”, diz quem namorou, noivou e casou com a tirania. Ele, Doria, conclamou governadores a assinar um manifesto em favor das liberdades, mas quer impedir a livre manifestação, um movimento que tem autorização legal para ser realizado.

A manifestação não é para incentivar a invasão do STF e do Congresso, como divulgam jornais mofados. As ruas serão tomadas. As armas serão o verde e amarelo, em camisas, bandeiras, faixas

A velha imprensa afirma que as redes sociais estão estimulando militantes bolsonaristas a comparecer à manifestação armados... É sério isso? O governador do Maranhão, adorador do comunismo, regime incompatível com a democracia, já alertou: “Pessoas armadas na rua é motim”. Doria diz que “o momento é gravíssimo”, que “os governadores não podem ficar em silêncio”. E a ideia é mesmo silenciar os outros.

Os jornais falam que “uma eventual tentativa de golpe no dia 7 de setembro não será nenhuma surpresa, será a estrita realização das táticas e dos objetivos anunciados, repetidas vezes, por bolsonaristas”. É o presidente que “investe contra o Judiciário”. É ele que se “empenha no conflito institucional”. Bolsonaro – está na velha imprensa – é como “os talibãs e escorpiões”.

Leio, naquele que já foi um importante jornal, que no Brasil tem havido “uma irresponsável tolerância com atos que desrespeitam a lei, a consolidar uma sensação de impunidade”. Eu concordaria, se o editorial falasse das 123 ações do STF contrárias ao governo federal, num período de dois anos e meio. O levantamento comprova a intromissão do Judiciário no Executivo (e também no Legislativo), o emparedamento do presidente da República. Danem-se o equilíbrio e a independência entre os poderes. Dane-se a legalidade. Dane-se a Constituição.

A velha imprensa fala de uma “onda de indignação” contra o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, já rejeitado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Ela resolveu não ouvir especialistas que afirmam que a medida é legal. E não quer saber o que pensam verdadeiramente as pessoas que vão para as ruas no dia 7 de setembro.

A manifestação não é para incentivar a invasão do STF e do Congresso, como divulgam jornais mofados. As ruas serão tomadas. As armas serão o verde e amarelo, em camisas, bandeiras, faixas. O movimento não é necessariamente pró-Bolsonaro, é pela democracia, que governantes e velha imprensa atacam, fingindo defender. O movimento é contra tiranos mal disfarçados, é contra os hipócritas que estão esperando um golpe, enquanto golpeiam sem parar as nossas liberdades.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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