O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.| Foto: Ricardo Stuckert
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Fico imaginando o tamanho do crime cometido por aqueles que apontam o dedo para criminosos inexistentes... No mínimo, insultam vítimas reais, agridem, empurram para a banalização crimes graves cometidos ao longo da história, cometidos agora, neste instante. Quanto desserviço fazem pessoas que se dizem vítimas de violência doméstica, sexual e, verdadeiramente, nunca foram? Quanto desprezo é possível sentir por quem realmente sofreu ou tem parentes, antepassados que padeceram em genocídios, no fascismo, no nazismo, no comunismo?

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Não pode parecer normal que se chame de “nazista” todo mundo que defenda menos Estado (isso, por si só, uma grande contradição), que lute por liberdade. Ou quem seja patriota e fiquem tentando transformar em nacionalista, supremacista. Eu próprio já fui chamado de nazista... Claro que por gente que desconhece Adolf Hitler, suas ideias, seus métodos macabros e também a minha história, a minha origem. A essas pessoas indico a leitura do meu último livro: Cartas de Elise – uma história brasileira sobre o nazismo.

É um absurdo dizer que Bolsonaro é pior que Lula. Isso é banalizar a roubalheira, é aceitar que alguém possa comprar o Congresso, pilhar estatais, destruir fundos de pensão. É dizer que corrupção é admissível

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A primeira edição, de 2016, está esgotada. Em breve, uma segunda será lançada por uma nova editora. O livro conta a história da parte judia alemã da minha família, que foi devastada pelos nazistas. Meu avô paterno, Ernst Heilborn, conseguiu escapar. Não demorou a perceber o risco que Hitler representava e veio para o Brasil em 1934. Deixou na Alemanha sua mãe, Elise, tios, primos, amigos... Poucos sobreviveram.

Lembro-me de Lula, em 1979, dizendo que Hitler tinha aquilo que ele admira num homem: “o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer”. Lula, o “descondenado”, pode quase tudo. Já falou bem do aiatolá Khomeini e não se cansa de elogiar Mao Tsé-Tung, Fidel Castro, Che Guevara, Hugo Chávez, Nicolás Maduro... Defende o Estado controlando tudo e, se ainda não bateu palmas para Mussolini, certamente concorda com a ideia do fascista italiano de que “nada deve estar acima do Estado, nada deve estar fora do Estado e nada deve estar contra o Estado”.

É um absurdo dizer que Bolsonaro é pior que Lula. Isso é banalizar a roubalheira, é aceitar que alguém possa comprar o Congresso, pilhar estatais, destruir fundos de pensão. É dizer que corrupção é admissível, dependendo apenas de quem corrompe e é corrompido. É entender que o plano de se eternizar no poder é legítimo, não importam os meios adotados. E é também grotesco enxergar um defensor da democracia em quem anuncia regulamentação da mídia e da internet. Portanto, se você escolheu seu criminoso de estimação, a despeito dos fatos, do mundo real, cuidado! O criminoso pode ser você.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]