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Eu descobri que incomodo. Não é motivo para constrangimento, embaraço, vergonha, muito pelo contrário. Simplesmente porque incomodo pessoas ruins, que se fingem de paladinos da democracia e da liberdade, que relativizam tudo, vestidas de hipocrisia, incoerência, mau-caratismo. Estão entregues ao mundo do crime, não têm respeito por nada estabelecido em leis, em códigos, em regras. E vão sempre se esgueirar na imundice, para tentar banir o contraditório.
Há tantos seres pequeninos, que adoram amordaçar, que aplaudem a censura, que festejam hackers, como os que invadiram, na última segunda-feira, o meu canal no YouTube... Uma ação mais do que criminosa, fétida. Publicaram imediatamente vídeos pornográficos, aguardando, com malícia e cinismo, os próximos movimentos.
O “novo jornalismo” se arrasta sem compromisso com a apuração das informações e muito compromisso... com narrativas
O YouTube não demorou muito para encerrar o canal, devido a “violações recorrentes ou graves da política sobre nudez ou conteúdo sexual”, um texto padrão, disparado por uma máquina. Quando minha equipe detectou o problema, recorreu na mesma hora, sem poder evitar, no entanto, o terceiro movimento do plano asqueroso: a manipulação por grande parte da mídia das informações sobre o encerramento do canal.
As manchetes na “imprensa” pareciam feitas por um carimbo: “Canal de Lacombe exibe vídeo pornográfico e é removido pelo YouTube”, “Canal de Luís Ernesto Lacombe é derrubado por conter ‘nudez e conteúdo sexual’”, “Luís Ernesto Lacombe perde canal no YouTube após publicação de ‘conteúdo sexual’...” É assim que se arrasta o “novo jornalismo”, sem compromisso com a apuração das informações e muito compromisso... com narrativas.
Em cerca de 30 horas, o YouTube confirmou o ataque de hackers, e consegui recuperar meu canal, mas a guerra continua. A equipe de advogados e especialistas em tecnologia da informação que montei está providenciando a abertura de um inquérito criminal, para identificar a autoria do ataque. Muitas peças já foram encaixadas... Também vamos tomar as medidas cabíveis contra os veículos de comunicação e as pessoas que manipularam as informações sobre o bloqueio do meu canal.
Eu continuarei incomodando todos aqueles que me chamam de negacionista. Esses que tentam negar a quem pensa de forma oposta à sua a liberdade que querem para si e para os seus. Esses que só consideram democratas quem pensa como eles e que classificam de totalitário quem discorda deles e, apenas por isso, deve ser calado. Dividem assim o mundo, ainda que saibam, claro, que não há como fatiar a liberdade de expressão: ou todos têm ou ninguém tem.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos