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Luís Ernesto Lacombe

Luís Ernesto Lacombe

O fim da democracia

Há loucos no poder

A Nau dos Insensatos, em gravura alemã do século 16. (Foto: Wikimedia Commons/Domínio público)

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A ordem é perseguir, caçar, prender, tirar os proventos, cada centavo. A insanidade tem risinhos terríveis e mete-se em tudo, cerca, aprisiona. A loucura rompe direitos, garantias, a privacidade, o sigilo. Os desvarios invadem casas, bagunçam armários, gavetas. O mundo é dos loucos, dos raivosos, dos tiranos, dos violentos.

Não haverá mais opinião, críticas, não haverá mais leis, só as leis doidas dos doidos. Não haverá mais mundo real, só o mundo dos doidos. Eles exigem silêncio, inexistência. Não haverá mais horizonte, não haverá mais amplidão. Todo espaço será reservado aos malucos da pior espécie. Eles andam por aí, abraçados, se esparramando.

Os loucos de verdade não querem oposição, decidiram que jamais serão desmascarados. Não aceitarão sua doença, não se fecharão no hospício. São autoridades do abuso, do absurdo. São a ilegalidade e o veneno

Estão destruindo tudo, definindo com delírios o que é verdade e o que é mentira. Eles são um grande erro com poderes totais. É deles que vêm a intolerância, a discriminação, a injúria. Vêm deles a ameaça e a violência. Toda forma de injustiça, de descalabro, de incompetência. E o que se oferece nesse caos? A impossibilidade de defesa.

Tudo se inverteu, está tudo ao contrário. Sanidade e loucura foram viradas do avesso. E os loucos de verdade não querem oposição, decidiram que jamais serão desmascarados. Não aceitarão sua doença, não se fecharão no hospício. São autoridades do abuso, do absurdo. São a ilegalidade e o veneno.

São o poder absoluto, insano, a arbitrariedade, a ditadura, a tirania, o estado de exceção. São a exclusão do que realmente é certo, correto. São o veto a soluções. São criadores de caso. Loucos, mentirosos, é isso que eles são. Dão de comer ao ódio e se chacoalham em gargalhadas esganiçadas.

Querem tirar o ar, sufocar, esganar, estrangular, enforcar. Querem quebrar braços e pernas, esmigalhar. Liquidar, suprimir, exterminar, com a pose mais louca de salvadores da pátria, da humanidade tão pobrezinha. Estariam em camisa de força numa democracia de verdade, mas se estabeleceu o descompasso, e suas ordens passaram a ser cumpridas e aplaudidas.

Não ficará ninguém. Há loucos no poder. E precisamos fazer alguma coisa, incansavelmente. Precisamos, no mínimo, gritar contra eles. Há loucos no poder, e os que deveriam nos defender estão tratando cuidadosamente de seus conchavos. Há loucos no poder, e a maior loucura é não atuar contra eles.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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