Em “defesa das liberdades democráticas”, a galeria do plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo foi tomada por jovens... Era dia de aprovar a privatização da Sabesp, a companhia de saneamento do estado. Era dia de quebrar tudo, para impedir uma decisão legislativa absolutamente legal e democrática.
Os mais novos talvez sejam mesmo dados a incoerências, já que podem lhes faltar conhecimento, experiências educadoras, condutoras... Mas a selvageria na galeria da Alesp não autoriza eufemismos, nenhuma tentativa de compreensão dos imaturos, nenhuma possibilidade de aceitação do ódio à liberdade, da violência, da ignorância e do desapego ao mundo real.
Talvez as novas gerações tenham entendido de forma equivocada o conselho que Nelson Rodrigues deu à juventude de outro tempo: “Jovens, envelheçam”. Já que é impossível acelerar a passagem do tempo, e o conselho do dramaturgo nada tinha a ver com isso, o que se viu foi uma autocondenação à pior espécie de velhice: a velhice das ideias, capaz de parar o tempo e inverter o que é bom em ruim, e vice-versa.
Os nossos jovens estão apodrecendo antes da idade adulta. Os zumbis descontrolados da Alesp, os fascistas, comunistas e terroristas das escolas e universidades. Os apoiadores do Hamas, os inimigos da polícia, do bem, do correto, da família, de Deus
Os distraídos, usando Calvin Klein, Adidas e Nike, eram minoria, mas estavam lá, na galeria transformada em trincheira do mofo, do atraso. Claro, o uniforme padrão não era de “grifes capitalistas”. As camisetas da maior parte dos jovens confirmavam o retardamento da turba, o compromisso com o lixo que tenta arrastar a humanidade há mais de um século para o extermínio das almas, o extermínio da própria espécie.
Os mais agressivos apresentavam no peito e nas costas os nomes de suas gangues: Unidade Popular pelo Socialismo; Movimento Luta de Classes; União da Juventude Rebelião; Poder Popular Socialista; MTST. Todos se renderam precocemente à demência, se enfearam, se embruteceram, querendo achar que representam o amor, a fraternidade, a solidariedade.
E eles têm seus programas políticos, ideológicos, econômicos, sociais... Todos iguais, uma redundância de infantilidade, imaturidade e senilidade. A ideia genial é estatizar tudo, tudo mesmo: propriedades rurais, indústrias, bancos, empresas de comunicação, gravadoras de música, produtoras de filmes, empresas de transporte, estabelecimentos de ensino... Quem quiser cursar uma faculdade deve ter a vaga garantida pelo Estado, sem necessidade de vestibular.
O Estado também deve garantir emprego para todo mundo. Vamos todos virar funcionários públicos. E vamos trabalhar menos, esse é o desejo dos jovens da Alesp e de tantos outros. Eles defendem a redução da carga de trabalho, com folgas obrigatórias aos domingos, em dias festivos e feriados. Com aumento de salários, claro, e liberdade total para fazer greve por qualquer motivo, ou mesmo sem motivo.
Os ricos vão pagar os impostos, pelo menos até que eles, os ricos, sejam extintos... E não haverá remessa de lucros, de dividendos a investidores estrangeiros. O pagamento de dívidas do país, das dívidas do Estado com “os capitalistas estrangeiros”, será suspenso. O Brasil terá “total independência frente aos países imperialistas, em particular ao imperialismo norte-americano”. E ainda vamos apoiar “a luta de todos os povos e países pela libertação da dominação e espoliação capitalista”.
Estão assim os nossos jovens, já apodrecendo antes da idade adulta. Os zumbis descontrolados da Alesp, os fascistas, comunistas e terroristas das escolas e universidades. Os apoiadores do Hamas, os inimigos da polícia, do bem, do correto, da família, de Deus. Os iludidos, os enganados, os burros... Precisamos reagir... Jovens, despertem. Jovens, amadureçam!
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