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Luís Ernesto Lacombe

Luís Ernesto Lacombe

Liberdade de pensamento

(Foto: Pedro Ribas/SMCS)

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Escrevo este texto no Dia Mundial da Liberdade de Pensamento. Talvez hoje me seja permitido pensar... Esse é um ato que passa necessariamente por outro: perguntar. No fim das contas, não há pensamento sem perguntas, sem um mínimo de senso crítico. Se não tivéssemos a capacidade de buscar respostas, explicações, entendimentos, não teríamos a capacidade de pensar. E, se não fôssemos livres para indagar, para questionar, estaríamos sempre reféns das decisões de outras pessoas, empurrados para caminhos que poderiam não ser os nossos, que poderiam ser errados, equivocados. Quando nos tomam o direito a questionar, nos tomam tudo, nos transformam em autômatos, em títeres.

Resolveram que “a ciência disse”, e está resolvido. Mesmo que a ciência só exista se houver debate, se houver o enfrentamento de opiniões baseadas em observação, dados, fatos, em evidências, experiências. É preciso haver divergência, para haver ciência, hipóteses, tese e antítese, prova e contraprova. Não é algo que se faça em pouco tempo. Aliás, a ciência ignora o tempo porque se desenvolve eternamente, com choques e embates... E nada disso se faz sem perguntas, sem questionamentos, num esforço contínuo para solucionar mistérios e estabelecer conhecimento.

Se não tivéssemos a capacidade de buscar respostas, explicações, entendimentos, não teríamos a capacidade de pensar. Quando nos tomam o direito a questionar, nos tomam tudo, nos transformam em autômatos, em títeres

Pensei que estaríamos livres na internet, nas redes sociais, para, pelo menos, perguntar. Era a grande chance de acabar com o monopólio da informação mantido pela mídia tradicional, a dona de todas as verdades. A esperança durou tão pouco. Desfez-se neste Dia Mundial da Liberdade de Pensamento, quando o YouTube derrubou o vídeo da edição de estreia do Programa 4 por 4, que Ana Paula Henkel, Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino e eu estreamos no primeiro domingo de julho. Já alcançava 800 mil visualizações, mas, segundo a plataforma de vídeos, violou as “diretrizes da comunidade”, algo tão vago e suspeito.

Sem retórica, sem discursos, sem conceitos, preto no branco: falamos de vacinas experimentais e levantamos questões sobre os estudos em curso, em relação à segurança e à eficácia dos imunizantes. Falamos de “passaporte sanitário”, que praticamente tornaria a vacinação obrigatória, mesmo sem estudos conclusivos sobre as vacinas. Levantamos fatos, mostramos depoimentos, fizemos perguntas... Não pode? É proibido? Com tanta generalização, fica difícil de saber. Quais são os critérios, quais são as diretrizes? Nem isso se pode perguntar, e seria impossível haver respostas que não envolvessem dissimulação.

Estamos tomando as medidas legais para que se estabeleça a liberdade de expressão e de indagação, com todo o respeito às leis e às regras do país. Em breve, teremos nosso próprio portal, nosso aplicativo, mas essa não é uma luta particular, do nosso programa, de um grupo de jornalistas, escritores, analistas políticos... É uma luta de todos nós. O momento, mais do que nunca, exige atenção, alerta, ação. Do jeito que está, caminhamos para a ignorância completa, uma ignorância totalitária.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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