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Luís Ernesto Lacombe

Luís Ernesto Lacombe

Clube dos autoritários

Lula e Maduro, os “guerreiros do amor”

Lula e Maduro se encontraram em Brasília em maio de 2023: apoio do PT a ditaduras.
Lula e Maduro se encontraram em Brasília em maio de 2023. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O Lula acha que está tudo tranquilo na Venezuela, “não tem nada de grave, anormal ou assustador”. Ele acha que aqui no Brasil também está tudo dentro da lei, dos preceitos constitucionais, democráticos... Quem não está satisfeito com o que Nicolás Maduro tem feito que recorra à Justiça, dominada pelo ditador. Quem não está satisfeito com que o STF e Lula andam aprontando que recorra à... que recorra a orações. Maduro afirmou esses dias que “Deus colocou a sua mão no curso das eleições para que ele seguisse na missão de dirigir a Venezuela”. Lula já foi além... Sem essa de ser um escolhido por Deus, ele pode mais, ele pode ser o próprio todo-poderoso. Maduro declarou: “Sou um trabalhador, sindicalista, deputado constituinte... E tudo isso por amor. Sou um guerreiro do amor”. Lula também, Lula também.

Nicolás Maduro cooptou as Forças Armadas, num nível além do que Lula foi capaz, até agora. O ditador venezuelano tem a Guarda Nacional Bolivariana. O petista ainda não conseguiu criar sua própria Guarda Nacional, que ele explicou em entrevista recente como seria: “Eu queria criar uma coisa forte, uma coisa poderosa, para fazer aquelas intervenções que a gente vê em filme policial americano”. Maduro tem suas milícias, seus “coletivos”, grupos pró-chavismo que propagam violência contra a oposição, contra os críticos do regime. O equivalente lulista poderia ser o “exército do Stédile”, aquele que o petista disse que iria para a rua defender o governo. Maduro também correu para o “capitalismo de Estado”, dando a empresários ligados a ele amplos espaços de atuação. Em seu terceiro mandato, Lula já trouxe de volta esse esquema.

Maduro e Lula normalizam tiranias, que eles enxergam como a vanguarda na luta contra o Ocidente malvadão. Estão com a China, a Rússia, a Nicarágua, com Cuba, o Irã, ao lado de terroristas do Hamas, do Hezbollah

O ditador da Venezuela diz que todos os problemas que o país enfrenta são causados por sanções ilegais. A nota oficial que o PT emitiu depois da fraude eleitoral chefiada por Maduro, texto certamente avalizado por Lula, usa a mesma justificativa. “Contra o imperialismo estadunidense”, Maduro e Lula são socialistas típicos, com o ranço ideológico de sempre. Detestam o mundo real, são ultrapassados, mofados. E, mantendo a tradição, não abrem mão do luxo. O ditador usa relógio Rolex. Lula tem um Piaget. Os dois são milionários. Seus filhos também estão muito bem de vida. E que a imprensa de verdade não venha encher a paciência. Maduro e Lula têm seus “jornalistas de estimação”. Quem ousa criticar os dois sabe os riscos que corre... Eles só aceitam perguntas amigas, condescendentes, perguntas que não são perguntas... Vivem cercados de “repórteres cordeirinhos”, com suas cabeças concordantes, para frente e para trás, sorrisos submissos, quase nervosos. Odeiam Elon Musk, as mídias digitais, independentes e falam o tempo todo em censura, que tratam por “regulação”, ou “regulamentação”.

Há uma diferença entre Lula e Maduro, nada que não se ajeite. O ditador da Venezuela diz que o país tem um sistema eletrônico de votação e apuração dos votos infalível. Lula, pelo que anda dizendo, também “acredita” nisso. Só que Maduro acusa o sistema brasileiro de não ser auditável, de ser falho. Lula já pensou assim, mas mudou de ideia... Eles adoram as fraudes que lhes favorecem. Afirmam que não há golpe de Estado, quando ele é claro. Enxergam golpe de Estado onde não há. Não estão nem aí para a Constituição, a transparência, a retidão, não dão a mínima para os mortos, os presos políticos, o cerceamento do debate e de liberdades. Querem controlar tudo. Amam o Estado, o Estado enorme, pesado, ineficiente, corrupto, que só pode apontar para o abismo. E chamam seus opositores de fascistas e nazistas. Maduro e Lula desprezam a democracia.

Maduro e Lula normalizam tiranias, que eles enxergam como a vanguarda na luta contra o Ocidente malvadão. Estão com a China, a Rússia, a Nicarágua, com Cuba, o Irã, ao lado de terroristas do Hamas, do Hezbollah. Por isso, o Brasil do PT, rapidamente, lamentou a eliminação do principal chefe do grupo terrorista palestino: “O governo brasileiro condena veementemente o assassinato do chefe do Escritório Político do Hamas”... Na imprensa que desistiu de ser imprensa, Ismail Haniyeh virou um moderado, um pragmático, alguém que não se envolvia com a luta armada. Dizem até que ele não sabia dos ataques de 7 de outubro... Assim como Lula não sabia do mensalão e do petrolão...

Ismail Haniyeh comemorou as atrocidades cometidas contra Israel, conclamou palestinos em todo o mundo a cometer novos ataques e defendia o uso da população palestina como escudo humano: “Precisamos do sangue das mulheres, das crianças e dos idosos na Faixa de Gaza”. Provavelmente, era mais rico do que Lula e Maduro. Fez fortuna, desviando fundos destinados aos necessitados de Gaza por organizações internacionais, com achaques aos palestinos. Cobrava imposto de 20% sobre todos os produtos que entravam por túneis clandestinos a partir do Egito. Também exigia pagamento de todas as pessoas que saíam por esses túneis, além de receber recursos dos governos da Turquia e do Catar.

Ismail Haniyeh esteve bem perto de Geraldo Alckmin na posse do presidente do Irã. Entre ele e o vice-presidente brasileiro estavam o porta-voz dos houthis, terroristas do Iêmen, que usava uma adaga na cintura; o chefe da Jihad Islâmica, outro grupo terrorista palestino; e um dos chefes do Hezbollah, grupo terrorista libanês. Em mais uma “cena de crime”, Alckmin ouviu os gritos de “morte aos Estados Unidos”, “morte a Israel”... É o mesmo que se ouve de Maduro e de todos os cínicos e indecentes que o apoiam. Só se engana quem quer... Está muito claro, como escreveu Olavo de Carvalho, “os mais pérfidos inimigos da democracia posam de supremos heróis da vida democrática”.

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