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Luís Ernesto Lacombe

Luís Ernesto Lacombe

Natal

Sobre abraços e sorrisos

(Foto: Marcio Antonio Campos com Midjourney)

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Eu sei que é Natal, mas lembre-se: não saia por aí abraçando qualquer um. Não ofereça seu sorriso, arriscando seus dentes. Não abandone as fileiras, não queira sair no braço com quem deve ser identificado como seu aliado. Olhe em volta, não se renda a opositores que você tenta considerar justos, lícitos, honestos. Esses foram extintos. Não há mais adversários razoáveis. Restaram inimigos dispostos a tudo para destruir você. Se lhe falta a capacidade de perceber isso, o que está à sua espera é uma derrota retumbante.

Já não há mais antagonistas, concorrentes bem intencionados, que se iludem, querendo o bem. O que nos cerca é uma corja. Fica proibido, então, o afeto aos desafetos. Entenda: é inconcebível oferecer flores a quem lhe atira bombas. Identificado o perigo, reconhecido o inimigo (que só um retardado pode não perceber), abraçar-se a ele é como se oferecer para ser vítima de um estrangulamento, é querer entregar-se a um mata-leão, ao sufocamento completo.

Ainda é permitido ser pacífico, mas não pacifista. Não fuja à luta, quando o que nos resta é lutar

Não aceite a nova “pacificação”, o declínio total, o mundo planificado pelos imorais. Esses cafajestes só querem o seu silêncio, a sua submissão, a sua inexistência. Prepare-se permanentemente para a guerra. Ainda é permitido ser pacífico, mas não pacifista. Não fuja à luta, quando o que nos resta é lutar. Suas armas não são as “opiniões defendidas apaixonadamente”, a idealização, a utopia, a mentira. O que conduz os verdadeiros combatentes são as experiências já vividas, os fatos, a realidade.

Quem define as suas táticas de guerra não é o inimigo. Descarte o debate com os imbecis, irracionais, vigaristas, os que não têm caráter, não há nada de útil nisso. Eles são dissimulados, sonsos e contam com a sua frouxidão, com a sua condescendência. Não seja fraco, débil. Há sempre uma reserva de coragem naqueles que enfrentam o tosco, o incorreto, ilegítimo, injusto, imoral. Lembre-se de Aristóteles: “A coragem é a primeira das qualidades humanas, porque garante todas as outras”.

Resista, tenha vigor e energia. Não aceite, revolte-se. O que houve de mais terrível na história da humanidade, quase sempre, foi resultado da obediência. Baixar a cabeça para os canalhas é a maior das traições, a quem se recolhe, a todos, a tudo. Não se cale, grite, grite aquilo que não querem escutar. Mantenha a consciência, mesmo encurralado. Não tenha medo, lute de verdade. Olavo de Carvalho alertou: “Não se pode matar um elefante roendo-lhe a ponta das unhas”... E não dá para “refutar um elefante; ele não sairá do lugar por isso”. E, se você resolver sorrir, abraçá-lo, será certamente esmagado.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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