São duas ladainhas. Uma critica o governo federal, e apenas ele, por ter oferecido medicamentos para o tratamento da Covid. Nenhum governo estadual e municipal fez isso... Sei. Qualquer hora vão dizer que o presidente não só comprou os remédios, como forçou todos os médicos da rede pública a receitá-los... Talvez descubram que muitos pacientes tiveram cápsulas empurradas goela abaixo pelo próprio presidente.
Já não dizem que os medicamentos têm “ineficácia comprovada”? O correto seria dizer que não há eficácia comprovada, cumprindo-se todas as etapas científicas. O que há são estudos que oposição e grande imprensa fazem questão de ignorar. O que há são médicos lutando para exercer sua liberdade profissional, é a experiência de milhares deles, sua observação, seus resultados pessoais no tratamento da doença provocada pelo novo coronavírus. A cantilena principal da CPI da Covid deveria ser encerrada, no imperativo da última fala da infectologista Roberta Lacerda no meu programa diário na televisão: “Deixem os médicos em paz”.
Ninguém vai querer saber de omissões, erros, crimes de “parceiros”, eles não nos devem satisfação. Os alvos da CPI são outros. Contra eles há mentira, ameaça, coação, intimidação
Num breque definitivo, outra ladainha da comissão também deveria parar. Conta a história de que o governo federal poderia ter começado a vacinação em outubro ou novembro do ano passado. Se o Mandetta disse, está dito, não adianta respirar fundo... Tínhamos de ter começado antes até do Reino Unido, o primeiro a aplicar uma dose da vacina contra a Covid no mundo, em 8 de dezembro do ano passado... Sim, se tivéssemos desenvolvido um imunizante, se não dependêssemos da importação de insumos. Também se estivéssemos entre os países ricos, já que são eles que detêm a maior parte das vacinas. E vamos pular a parte em que demonstraram que o contrato assinado com a Pfizer para a compra de doses ficou melhor para o Brasil em termos de oferta do que o primeiro acordo proposto pelo laboratório. Quem quer saber disso?
E quem mandou falar mal da China? O Partido Comunista Chinês é tão bonzinho, está nos fornecendo vacina, melhor não mexer com ele, melhor agradá-lo. A CPI da Covid propõe, então, que os interesses chineses venham sempre em primeiro lugar, que Taiwan e Hong Kong se submetam logo a Xi Jinping, que o Brasil adote o 5G da Huawei, que vendamos ao PCC commodities, empresas, terras. A comissão recomenda precinhos camaradas. É tanta gratidão pela China... Dá vontade de deitar no chão e deixar que os dirigentes comunistas do país asiático nos pisem, no vai e vem que lhes convier. É tanta gratidão, talvez pudéssemos pedir empréstimos aos chineses, criar dívidas impossíveis de pagar. A Venezuela fez isso. Deve ser uma boa.
Está claro que o Partido Comunista Chinês é uma inspiração para alguns senadores da CPI. Veja o caso dos 17 cientistas ligados à OMS que conseguiram, depois de muita resistência do governo de Xi Jinping, entrar na China para uma investigação sobre as origens da pandemia. O trabalho deles poderia levar meses e deveria ser facilitado, livre, amplo, profundo. Mas são três letrinhas apenas, PCC, CPI, melhor resumir a história. Em 14 dias, sob severa vigilância dos chineses, os cientistas internacionais já tinham um relatório. E ficamos assim: ninguém vai querer saber de omissões, erros, crimes de “parceiros”, eles não nos devem satisfação. Os alvos são outros. Contra eles há mentira, ameaça, coação, intimidação. É o que a gente vê no Partido Comunista Chinês, é o que a gente vê na CPI da Covid.
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