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São cenas inéditas que se repetem... Como assim? As anteriores foram lavadas, enxaguadas. Bem que tentaram dar sumiço nelas. Esfregaram muito, mas não conseguiram. Ou conseguiram? O Ministério da Verdade informou: “nunca antes”... E a velha imprensa tem mesmo memória seletiva: “nunca antes”! Nem em 2006, nem em 2013, nem em 2017.
Foi coisa de stalinistas. Foi, não foi, foi, não foi. Já passou tanto tempo. Quem lembra de 2006, do Congresso destruído? Fica estabelecido que não houve 50 feridos. Os invasores não eram invasores nem vândalos. Talvez fossem, mas altamente democráticos. Não eram baderneiros. O chefe deles também não era. A voz rouca pediu ao Ministério da Justiça que o protegesse: “é grande companheiro, amigo e um grande militante da esquerda”.
O Ministério da Verdade já avisou: esqueçam 2006, 2013 e 2017. Ali não houve vandalismo, nem violência, nem baderna, só democracia
Em 2013, a democracia invadiu o Congresso, depredou ministérios, tentou incendiar o Itamaraty. É tão a linda a democracia! Uma liberdade que inflama, e ônibus e carros foram consumidos pelo fogo. Tudo, tudo, tudo tão democrático. E PT e PSol correram para pedir a libertação dos quase 100 black blocs que a PM do Distrito Federal tinha prendido. Uma causa nobre, suprema, assim, incompreendida...
Em 2017, o povo soberano, representado por centrais sindicais e partidos vermelhos, também botou para quebrar em Brasília. Todo mundo sabe que a melhor defesa da democracia é o ataque... Então, por um país melhor, mais livre, mais justo, os heróis, os paladinos nacionais queimaram os prédios dos ministérios da Agricultura, do Planejamento e da Cultura. Flávio Dino escreveu no Twitter: “Hoje, em Brasília, a voz do povo se fará ouvir”. Viva a democracia!
Em 2023, algo mudou. Os vândalos, finalmente, viraram vândalos. A violência virou violência. A depredação virou depredação. Cenas inéditas de ataques à democracia. Inéditas! “Nunca antes”, “nunca antes”, porque só os outros cometem crimes. O Ministério da Verdade já avisou: esqueçam 2006, 2013 e 2017.
Agora, vamos todos para as ruas, vamos defender a democracia. Desfraldem as bandeiras vermelhas com a foice e o martelo... Não há nada mais democrático do que o comunismo. Rendam homenagens a Che Guevara, que fuzilava para libertar. E aprendam com o ministro da Justiça: “criminoso deve ser tratado como criminoso”, a não ser que ele seja um dos nossos.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos