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Se os discursos dos líderes de países do mundo inteiro na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas fossem parte de uma espécie de concurso, na categoria “cara de pau” o vencedor seria Xi Jinping. Ganharia fácil! Isso, claro, se não fizesse parte do júri alguma “agência de checagem”, ou um bando delas...
Apenas uma frase pinçada do discurso do presidente da China quebra o recorde de descaramento: “A democracia é um direito de todos os povos, de todos os países”. Sim, o Xi Jinping disse isso. E ele está certo! Só que não vale para o país que ele chefia.
Há 72 anos, o Partido Comunista da China não depende de eleição para se manter no poder. É um partido, uma opinião apenas, coletivismo, planejamento central, muito controle social, com restrições à atuação da mídia, da imprensa, ao uso da internet. E tentam dizer que não é ditadura, “é um governo com um partido forte”.
“A democracia é um direito de todos os povos, de todos os países”. Sim, o Xi Jinping disse isso. E ele está certo! Só que não vale para o país que ele chefia
Força no capitalismo de Estado, selvagem, dado a espionagem industrial, agressão ao meio ambiente, exploração da mão de obra... Estado de Direito, direitos individuais e de privacidade? Não tem. Mas, apesar disso, da perseguição a minorias religiosas e étnicas, a China faz parte do Conselho de Direitos Humanos da ONU... Até reconheço o seu direito a querer se tornar a maior superpotência mundial, apenas aponto o seu dever e a necessidade de, antes, se tornar um país verdadeiramente livre e democrático.
A ONU poderia ajudar nesse processo? Poderia, se soubesse o que é democracia, se não estivesse tão seduzida pelos chineses... Historicamente, os comunistas sempre gostaram da ideia de uma organização global. Lenin e Stalin, entre eles. E muita gente está hoje nessa, imaginando que entidades internacionais sabem com exatidão como se constrói um mundo melhor.
Na Assembleia-Geral, quem gritou por liberdade, em vez de dizer que o ser humano é o grande vilão e vai acabar com o planeta? Foi Jair Bolsonaro. E quem está nos empurrando para o pânico, anunciando o fim do mundo? A ONU, que já foi pega fraudando dados, para exagerar a ameaça climática. E ainda podem nos assustar com uma nova onda de uma nova doença, com um novo vírus.
É por meio do medo que se controlam as pessoas, as condutas humanas. Não dá para aceitar que organismos como a ONU usem essa artimanha e queiram gerir de forma sistemática a vida de todos. Não nos servem esses burocratas. Que as Nações Unidas sejam essencialmente um fórum de discussões entre os países, que trabalhem pela resolução de conflitos, no enfrentamento de crises.
Centralizar o poder político mundial e retirar poder dos países, diminuir as soberanias nacionais, isso é inadmissível. A filosofia por trás do globalismo é o coletivismo, esse que inviabiliza as liberdades, sem as quais ninguém vive. Coletivismo tem limite, mas cabe no caso do Conselho de Direitos Humanos da ONU... Para o bem coletivo, que todos os países que violaram e violam os direitos humanos saiam do Conselho. E são muitos, quase metade dos integrantes. Depois disso, que fique bem claro: não há democracia sem soberania nacional.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos