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Luís Ernesto Lacombe

Luís Ernesto Lacombe

Tramoia Futebol Clube

(Foto: Bigstock)

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Escreve, apaga, escreve, apaga. Apaga da mente. Isso não pode. Não pode nem pensar. Exprimir o pensamento, então... Expressar uma opinião... Nem cogite. Questionar deixou de ser democrático. Contestar virou rebelião. Há uma verdade imposta, que, dessa forma, jamais será verdade. Porque não há nada que se estabeleça sem perguntas, sem debate.

O que dizer, então? Foi jogo de uma torcida só... A outra ficou fora do estádio. As imagens da festa que fez antes da partida, em várias partes do país, não puderam ser usadas. A multidão em verde e amarelo nunca existiu. O apoio ao melhor time, com os melhores jogadores, o melhor comandante, as melhores táticas, habilidade e técnica superiores, foi praticamente proibido.

O certo era nem ter jogo, não contra o adversário que lançaram. O time tinha enfrentado três rebaixamentos seguidos. Todos merecidos. Nunca jogou nada e sempre adotou comportamentos antidesportivos. Sempre foi um esquadrão ligado a trambiques. Estava no limbo, merecidamente, porque acumulou falcatruas e derrotas.

Questionar deixou de ser democrático. Contestar virou rebelião. Há uma verdade imposta, que, dessa forma, jamais será verdade. Porque não há nada que se estabeleça sem perguntas, sem debate.

De repente, inventaram de permitir que essa equipe de perebas e enganadores ascendesse a jato à divisão principal. Rasgaram regulamentos, regras, código de ética, ensinamentos basilares do esporte, e o timeco voltou à cena. E grande parte da imprensa aplaudiu, ignorando as irregularidades e os resultados desastrosos que modelo tão medíocre de futebol gerou em campeonatos pelo mundo todo, ao longo da história. Na antiga União Soviética, na China, na Coreia do Norte, em Cuba, na Venezuela e, mais recentemente, na Argentina.

O juiz apita, e a bola rola e não rola. O juiz apita o tempo todo, faz uma tabelinha desengonçada com o pior time que o Brasil já teve. O campo tem dono, a bola tem dono, o juiz manda, o juiz decide. Seus assistentes estão às ordens. A melhor equipe não tem chance, está sempre impedida. Apita o juiz: falta a favor do Tramoia Futebol Clube, e outra falta e mais outra, mais outra... Cartões amarelos e vermelhos vão segurando quem, em condições normais, venceria o jogo.

O juiz é o todo-poderoso, é o craque em campo. Ele e seus assistentes têm lado, e ninguém tem nada com isso. É jogo de torcida única no estádio; só vêm das arquibancadas elogios ao árbitro. A velha imprensa aplaude também. O juiz apita sem parar, manda no jogo, no estádio, no bairro, na cidade, no estado, no país. Ele mata no peito, dá passe para gol de mão e em impedimento, e já avisou que não quer contestação. O VAR foi abolido.

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

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