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Luiz Philippe de Orleans e Bragança

Luiz Philippe de Orleans e Bragança

Ética e revolução

Assassinato político: de propaganda ao controle

Ex-presidente dos EUA, Donald Trump, foi atingido na orelha em um ataque durante comício na cidade de Butler, na Pensilvânia. (Foto: David Maxwell/EFE/EPA)

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Lisboa, 1908. O rei Carlos de Bragança e seu filho Luis Filipe passavam de carruagem aberta pela cidade. Apesar das inúmeras ameaças de morte, Carlos era popular e dispensava proteção. Em um momento, quando a carruagem diminuiu a velocidade para virar a esquina, dois assassinos o atacaram com disparos de revólveres, alvejando-o fatalmente. Luis Filipe, com 20 anos, andava sempre armado e tinha treinamento militar, revidou o ataque com tiros, matando um dos atacantes, mas foi também fatalmente alvejado. Eram os últimos descendentes de D. Pedro I no poder e assim terminou a monarquia portuguesa. 

Seus nomes se somaram às centenas de assassinatos de reis, presidentes, aristocratas, militares, bispos e padres, que ocorreram todos ao longo dos séculos 19 e 20. E continuam até hoje...

Propaganda 

No início do século 19, foi criado um movimento anarquista que pregava a “propaganda pelo feito” que vem do Francês propagande par le fait. Trata-se de uma ação política direta, específica e destinada a ser exemplar para os outros. No século 19, serviu de catalisador para a revolução e, no século 21, para a combater os “reacionários e contrarrevolucionários”. 

O movimento justificava que regicídios e assassinatos de símbolos vivos eram atos justificáveis em prol da revolução contra o sistema tradicional “opressor”. Para eles, atos individuais e isolados eram vistos como propaganda revolucionária. 

Ao longo dos próximos 200 anos, muitos atentados e mortes têm sido cometidos por esse movimento disperso e obscuro. Quantos? Centenas. Todos foram punidos com morte ou prisão perpétua, o que não fez diminuir o número de voluntários dispostos ao sacrifício. Por isso, esse movimento continua, com a diferença de que hoje são devidamente descartados pela mídia. E considerados atos isolados de marginais desequilibrados ou lobos solitários fanáticos. 

Ética sim, mas qual?

É importante afirmar que não existe somente uma ética. Na ética cristã, matar é pecado. Na ética anticristã, matar é tolerável. Por isso a esquerda sempre aceitou cometer assassinatos políticos como parte de seu ethos. Lenin e Trotsky sempre aceitaram o assassinato como ferramenta política, mas argumentavam ser preciso observar o contexto. A ação não deveria ser um ato individual, mas sim dentro de um movimento coletivo, para se obter efetividade política. Foi o que fizeram com Mussolini, por exemplo, morto por comunistas nas fronteiras. Mas, para matar o símbolo, os revolucionários levaram seu corpo para ser mutilado e pendurado pela população em uma praça de Milão. 

Lenin e Trotsky também temiam, e com razão, que atos individuais levariam a mais opressão do Estado. Mas essa visão mudou depois que a esquerda assumiu o Estado na Rússia e em vários outros países. 

Deep state contra os conservadores

Enquanto no século 19 a “propaganda pelo feito” era um movimento social, subterrâneo e contra o Estado, no século 20 ele se tornou braço do Estado, com países criando agências — como CIA e KGB — para ativar células. No século 21, além das ações dessas agências, o movimento se tornou mais difuso e público com uso estratégico da grande mídia, que se encarrega diariamente de ativar os lobos solitários contra os “conservadores reacionários”. 

O deep state, ou “burocracia profunda”, é um agente de controle da sociedade, e para manter esse controle precisa desativar os contra revolucionários

Não por acaso, o deep state está intrinsecamente ligado à ética revolucionária de constante destruição de símbolos da sociedade. Sobretudo símbolos como Donald Trump, que prometeu acabar com o deep state nos EUA. É só observar a reação da grande mídia — parte do deep state — ao atentado contra a vida de Trump, que se percebe seu apoio explícito. 

Efeito contrário

No momento em que se ataca um símbolo americano, o candidato de uma parcela expressiva da população que quer vê-lo como seu presidente, atacam-se também o americanismo e os valores da identidade americana. Dessa forma, o efeito obtido com esse tipo de ação revolucionária costuma ser a união em torno de um líder, como em tempos de guerra, o chamado rally around the leader, quando todos se unem em torno de um líder, pois a essência comum do país está em jogo. 

Em que pese quem goste ou não de Trump, a maioria não quer expor sua ética de cumplicidade com assassinatos. 

Assassinato como parte da ética revolucionária

Basta acompanhar um pouco a mídia e as redes sociais para constatar que artistas, influenciadores, jornalistas, políticos e o próprio Biden, estimularam a população com discurso de mal e morte contra Donald Trump. 

Essa propaganda subliminar que se expressa até como chiste e galhofa atinge o imaginário de quem se deixa influenciar pela propaganda de massa, hoje refinada nas narrativas do deep state. 

Como esse tema é extenso, pois constitui parte integral da esquerda, comente aqui se você quer saber mais e publicarei no próximo artigo.

Conteúdo editado por: Aline Menezes

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