| Foto: EFE
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A estratégia do atual ocupante da cadeira presidencial de tentar agradar a todos, sem agradar a ninguém, de fato, já não é novidade. De um lado, adoça as relações com a China e a Rússia, para defender sua parcela nos BRICs, uma força hegemônica emergente; de outro, faz média com Estados Unidos e União Europeia, apoiando abertamente a Ucrânia e as agendas ambientais de 2030. 

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85 países em 8 anos: Também não é de hoje que esse Executivo insiste em se fazer de garoto propaganda pago com dinheiro público. Nos 8 anos anteriores em que governou, Lula foi a 85 países, 27 deles na África, com pouco resultado comercial, mas muita repercussão polêmica e negativa: além de não conseguir a obsessiva cadeira de segurança na ONU, sua tentativa de diversificar mercado com países que pouco peso têm na balança comercial do Brasil, fechou portas para outros, muito mais promissores. Segundo reportagem da BBC, em 2002, as exportações brasileiras para os Estados Unidos representavam 28% do total exportado, caindo para 11% em 2010.

Ao abandonar antigos parceiros comerciais, agradando muitas vezes seus inimigos históricos, Lula conseguiu que Estados Unidos, Rússia e Japão mantivessem as barreiras sanitárias à carne brasileira, prejudicando as exportações. O auge da trapalhada foi seu acordo com o Irã e o presidente Mahmoud Ahmadinejad, acusado de abusos em direitos humanos. Provavelmente o  fracassado acordo nuclear com aquele país foi obra da providência divina. O mesmo se pode dizer de outros exemplos como Venezuela, Sudão, Líbia, Cuba e Guiné Equatorial, todos visitados pelo então presidente Lula. Se foram viagens de turismo, pode-se dizer que o prejuízo foi triplo: político, econômico e pessoal.

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Nos 8 anos anteriores em que governou, Lula foi a 85 países, 27 deles na África, com pouco resultado comercial, mas muita repercussão polêmica e negativa

Duvidosas Relações Exteriores: De janeiro a setembro deste ano, o ocupante da presidência já viajou por 19 países, a maioria pela América Latina, e o primeiro país a ser visitado foi a Argentina, em que foi prometida ao governo socialista uma moeda única para o Mercosul, provavelmente para diminuir o estrago de regimes de esquerda na região, com os impostos e o trabalho dos brasileiros. Reações ocorreram e não se falou mais no assunto. 

Em abril deste ano, uma nova incursão à China rendeu 15 acordos fatais para a perda de soberania brasileira. Alguns deles envolvem cooperação mútua para investigações policiais e dão margem para intervenções políticas e militares, o que é muito grave. Outro destaque negativo é o acordo entre os Ministérios da Fazenda, do Brasil, e das Finanças, da China, que praticamente cede aos chineses, por cinco anos, o direito de exploração de setores estratégicos como energia elétrica, transportes, recursos naturais e infraestrutura, por parcerias públicas ou privadas, sem especificação de reciprocidade. 

Mesmo sem colocar os pés no avião, a postura diplomática deste governo tem se mostrado desastrosa. Ao receber o ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, com honras de chefe de estado e declarar sua impunidade, o Palácio do Planalto recebeu notas de repúdio tanto da direita,  do presidente do Uruguai, Lacalle Pou; como da esquerda, do presidente do Chile, Gabriel Boric. Uma rejeição que transcende as fronteiras ideológicas. 

Por quanto tempo? Ninguém consegue eternamente jogar em dois times. Não é possível negociar simultaneamente com o bloco globalista da ONU, OTAN e União Européia e querer liderar os BRICS de Putin e Xi Jinping. A consequência mais evidente a curto prazo é que este governo entregue o país aos interesses internacionais de todos para que eles o validem já que a opinião pública brasileira não o apoia. Essa entrega do Brasil para interesses internacionais é somente para se conservar no poder às custas de perdemos a oportunidade de sermos um país soberano. Por isso, a segunda consequência evidente é a de que não seremos líderes nem na ONU e nem nos BRICS. 

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É preciso deixar bem claro que em termos de relações exteriores vence sempre o mais forte militarmente, o mais forte economicamente, forte politicamente e forte culturalmente.  Essas alavancas de influência são tão tangíveis e essenciais para um país sobreviver na disputa com outros países quanto a merenda escolar e o vale-refeição o são para a população carente sobreviver no dia a dia. Se esses aspectos se demonstram fracos relativos à força dos rivais e inimigos, então ficamos sem poder barganhar liderança.

Qual a melhor opção? De um lado temos as forças globalistas que são anti-nacionalistas,  mas pregam uma economia de mercado. Do outro, temos as forças não-alinhadas, lideradas por Russia e China, que defendem o oposto.

O padrão fascista, representado pelos governos da Rússia e da China, é o de não permitir o fortalecimento, a  independência e a riqueza do empresariado - principalmente nos pequenos e médios negócios, que mais empregam pessoas - e esse conceito se aplica ao mercado brasileiro. No modelo de economia fascista nada deve escapar ao comando de um poder político central.

Do outro lado, temos os globalistas que padronizam políticas em todo o mundo enquanto  garantem seus empreendimentos, pois são donos de conglomerados gigantescos. O efeito é o mesmo do modelo fascista, pois possuem poder o bastante para controlar preços nos mercados locais. A diferença está na forma. Os globalistas também pretendem desmilitarizar ao máximo os países para conter qualquer levante contra seus domínios. Esta é nossa escolha: ou enfraquecemos nossa economia ou nossa defesa, as duas grandes forças internacionais de impulso e barganha com os demais países. Atender a dois blocos não nos dá nem a opção de escolher o pior.

Não é possível negociar simultaneamente com o bloco globalista da ONU, OTAN e União Européia e querer liderar os BRICS de Putin e Xi Jinping

A opção que combina os aspectos positivos dos dois, como existiu durante a era Reagan, Thacher e no curto período de Trump, é o mais raro e fugaz.  Mas seria o ideal, pois combinaria uma visão racional de defesa da soberania com liberdade política e de economia de mercado. Duro por fora, livre por dentro. 

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A combinação que junta os piores aspectos de ambas as polaridades internacionais nós já temos: vassalagem a todas as agendas internacionais com economia fechada e mercados de preços controlados. Ou seja, frouxo por fora, duro por dentro.  

E a nossa esquerda nessa? Com o crescimento dos BRICS como opção de plataforma internacional, muita coisa vai mudar na ONU. Os maiores países membros já se omitiram de participar de algumas reuniões de seus conselhos. Os sinais de fragilidade da ONU se tornam evidentes à medida que mais países aderem ao BRICS. No entanto, economia de mercado, defesa nacional, liderança mundial são termos que nunca foram defendidos pela esquerda brasileira.  Muito pelo contrário. Ela não tem conhecimento de como gerar empregos via a livre-iniciativa, e por recalques do passado recente, temem construir uma força de defesa e de segurança capazes de garantir segurança e soberania. Por tanto com esse governo é de se esperar mais da mesma frouxidão, ambiguidade e perda de uma grande oportunidade de liderar sem sequer perceberem que isso está ao nosso alcance.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]