Apoiadores da reforma do Reino Unido participam de um evento de campanha eleitoral de Nigel Farage em Maidstone, no dia 24 de junho de 2024. A Grã-Bretanha realizará eleições gerais em 4 de julho.| Foto: Andy Rain/EFE/EPA
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Nos últimos anos, o Partido Conservador da Inglaterra tem sido tomado por globalistas e social-democratas, como David Cameron, Theresa May, Boris Johnson e Rishi Sunak, e nenhum deles reflete as aspirações populares que atualmente acontecem na Europa.

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O Brexit, de 2016, foi liderado pela direita inglesa, mais por liderança de movimento social do que por liderança partidária. Todo esse movimento de sucesso passou à margem do Partido Conservador, que ocupava o poder na época.

Agora, esse mesmo movimento social conservador se abrigou em um novo partido que vai rivalizar com o Partido Conservador Inglês, por não se ver representado nele. O recém-criado “Reform UK”, liderado por Nigel Farage, pode se igualar, ou até superar, os conservadores no pleito eleitoral que acontecerá nas próximas semanas.

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Infiltração de Ideias: Os representantes conservadores ingleses querem manter as políticas e o sistema como um todo; não propõem reformas, impedem discussões e acreditam no mito de “Estado Eficiente”, bem na linha de influência social-democrata globalista. Este é um sinal de alerta, pois a Grã-Bretanha de hoje nos dá o mau exemplo do que deveria ser um Partido Conservador: absorvendo a dialética da esquerda e “deixando como está, para ver o que fica”. 

O problema de conservar o Estado Social Inglês é o mesmo que vemos aqui no Brasil.  Como por exemplo, a adoção de políticas que fragilizam - cada vez mais - a família, a ordem natural, o país e a economia. A sociedade inglesa pede, mesmo sem saber, por conservadores revolucionários.

As questões da imigração e da adoção de regras ambientais radicais na Europa se tornaram tema de mobilização. Nessa agenda, o Partido Conservador Inglês tem se omitido, e mesmo assumido protagonismo em sua defesa. Resultado: um partido conservador, agindo contra a base conservadora da população, que tem se mobilizado nas ruas.

Parece que já conhecemos esse enredo por aqui, não é mesmo? Lembra o PSDB? Pois é, ele implodiu quando seu eleitorado conservador descobriu que tratava-se de lobo em pele de cordeiro.

A política na Inglaterra vive seu teatro das tesouras, mas a diferença é que no país há facilidade de se criarem partidos para representar movimentos e pautas populares. Isso garante que os ingleses possam rapidamente reverter situações políticas. Por lá o sistema é aberto, oposto ao nosso: extremamente fechado, cartelizado em torno de partidos e seus caciques.

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Aqui, o TSE ajuda o cacicado, ao não reconhecer a legitimidade de novos partidos; e a intenção é bem clara, controlar todo o processo de eleições

Falando em pautas populares – O eleitor conservador brasileiro precisa se definir. Se ele acredita no mito do “Estado Eficiente”, é um social-democrata que defende o modelo de Estado atual – em artigo anterior nessa coluna eu o defini como “Conservador Socialista”.  

Em contrapartida, se ele de fato defende a família, o país e as liberdades individuais, é um “Conservador Revolucionário”, pois as políticas de governo, as instituições públicas de Estado e a constituição brasileira foram edificadas com propostas socialistas e globalistas que não representam os valores da sociedade.  

Se na Inglaterra é mera questão de mudança política de governo, no Brasil o problema é muito maior, pois vai além das políticas de governo, temos que reformar o Estado brasileiro e a Constituição. Ambos agem contra a sociedade, contra as famílias, contra a soberania nacional e contra a livre-iniciativa, a despeito de quem ocupa o poder. 

O que vemos é um sistema criado e aparelhado para o controle de todos os aspectos políticos, econômicos e sociais, típico da esquerda totalitária. Todas as mudanças constitucionais, propostas no Congresso desde 1988, têm sido protagonizadas pela corrupção ou pela esquerda.

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Não podemos ter um partido que se diga conservador no Brasil, e que se recuse a fazer reformas, e mesmo assim propague aos quatro ventos: “Está tudo bem, sou conservador e quero conservar…” Conservar o quê? A corrupção? A burocracia desumana? O totalitarismo? A intromissão do Estado na vida dos cidadãos? A destruição econômica do Brasil? Império de mediocridades, de jeito nenhum!

A banda também deve tocar para o Brasil - O mesmo processo que toma conta da Europa, e agora também a Inglaterra, tem que acontecer no Brasil. Temos que construir, a priori, um movimento semelhante à base que municia o “Reform UK”,  que tem a reforma das políticas e das instituições presente no próprio nome. 

Nos próximos períodos eleitorais, é preciso cuidado ao analisar os discursos institucionais, que acusam qualquer um que queira mudanças como “radical”, “extremista de direita” ou similar. Radical é a imbecilidade de manter um sistema totalitário que atrasa o país. 

Temos que voltar nossa atenção também aos que querem reformar profundamente as relações entre o Estado e a população, que estão péssimas. A situação está particularmente amplificada com este governo, que usa alavancas que já existem e procura acioná-las todas ao mesmo tempo, a favor de si e contra a sociedade. 

A suprema interferência e regulação do Estado nunca foi princípio conservador, e quem se considera como tal, deve levantar a seguinte questão pessoal: há algum partido que represente o ímpeto de conservadores revolucionários, ou estamos a mercê de caciques corretores de interesses, que irão sufocar esse ímpeto reformista, assim como o Partido Conservador Inglês está fazendo na Inglaterra ou o PSDB fazia no Brasil? 

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Se você é conservador hoje significa que é reformista, e não se mobiliza para defender instituições corruptas, viciadas e cartelizadas, mas sim para libertar a família, a sociedade e o país.