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Nos Estados Unidos, o desemprego é baixo e a inflação também, ambos giram em torno de 4%. A situação econômica é estável, apesar de haver previsões de problemas. No Brasil, ocorre o mesmo, inflação e desemprego abaixo de 10% ao ano, um pouco pior, mas não grave o bastante para ser considerado crise. Há ainda outro fator comum entre os dois países, ambos são governados por presidentes de esquerda, gerando uma insatisfação popular crescente, que pode motivar uma troca de poder no final do primeiro ciclo eleitoral, ou seja, impossibilitar a reeleição dos atuais governantes. Isso é novidade.
Quebra de um padrão
Trata-se do rompimento de um antigo paradigma sobre o qual os populistas se baseiam: basta entregar pão, circo, benefícios e emprego que estão garantidas as reeleições.
No Brasil, as medidas do atual governo, assim como de vários governos populistas do século 20, se encaixam exatamente neste modelo: aumento de gastos, planos de aceleração do crescimento, emprego massivo de funcionários públicos e promoção de toda a sorte de assistencialismo.
No Brasil, assim como nos EUA, nada disso está funcionando para aumentar a popularidade do ocupante do executivo, que continua despencando. Imagine que nos EUA o presidente incumbente corre o risco de ser substituído nas próximas eleições nesse ano, não porque gerou uma crise econômica, mas por outras ações e omissões, muitas delas não vinculadas à economia.
Lembra da expressão “...its the economy, stupid” usada nos ciclos eleitorais dos EUA para explicar que a economia era o que definia se um líder era popular ou não e se tinha chances de ser eleito ou reeleito? No Brasil eram os benefícios, mas isso pode estar mudando.
O que está acontecendo?
É a consciência do eleitorado que está crescendo exponencialmente e muitos estão deixando de ser massa de manobra. Parte expressiva da sociedade se vê como cidadão livre, crítico, e não aceita liderança política cometendo erros no presente que irão gerar instabilidade, crise e certamente custar um alto preço a pagar no futuro.
Ao mesmo tempo, no Brasil, essa sociedade consciente nunca irá aceitar um chefe de governo que apoia criminosos, ditadores e terroristas. A população está esclarecida, não quer ser liderada por uma personalidade espúria. Nos EUA o mesmo está acontecendo por motivos análogos.
Uma parte significativa do povo está deixando de ser massa e isso é o que nos dá muita esperança. Ainda existe uma parcela do eleitorado manipulável, são os carentes, dependentes e ignorantes que precisam ou querem receber algum benefício em troca do voto. Mas esse último grupo perde força à medida que a consciência coletiva aumenta.
Social-democracia e corrupção = centrão
Está expressa nitidamente no manifesto comunista de Karl Marx a ideia de que o social-democrata serve para ser usado, enquanto apoiar os mesmos objetivos aos dos comunistas. Cem anos mais tarde, Mao Tse Tung reafirma que se deve utilizar segmentos da burguesia para apoiar a revolução. Portanto, tanto os social-democratas como parcelas da classe média “burguesa” são os que ajudam os comunistas a consolidar sua tirania.
Esses dois grupos convergem num tipo específico de representação politica: centrâo.
Os idiotas úteis têm identidade e comportamento político claro e quase 100 anos depois de Mao Tse Tung são eles, mais uma vez, que agem para entregar o país à ditadura comunista.
O Centrão é sempre levado a apoiar um plano que inexoravelmente irá execrá-los; como foi o destino dos social-democratas e burgueses na Rússia e na China (assim como em todos os países da cortina de ferro). Uma situação análoga a essa experiência já havia sido observada na revolução francesa, quando girondinos e jacobinos provaram do mesmo veneno e da mesma guilhotina que seus líderes, democrática e socialmente, impuseram à nobreza.
Falsos parlamentaristas
No Brasil e no mundo os social-democratas se vangloriam de serem parlamentaristas, orgulham-se de serem não apenas os únicos, mas os mais sofisticados do Congresso Nacional. Alguns chegam ao ponto de confundirem a social-democracia com o movimento pelo parlamentarismo, no entanto, o parlamentarismo existiu bem antes da social-democracia.
Na verdade, há uma distinção muito grande entre os parlamentos da antiguidade e os de hoje; na antiguidade o parlamento (assembleias) eram os garantidores do sistema político contra os tiranos, já os social-democratas e burgueses dos últimos 100 anos usam seu volume no parlamento para se corromper e terminam entregando mais poder ao tirano.
No Brasil foi sempre esse grupo do centrão social-democrata que fez avançar o modelo socialista no qual vivemos hoje e o centrão é o maior grupo político que ainda comanda a balança política do Brasil. Se há risco de comunismo no Brasil, esse risco é criado não pela esquerda minoritária mas sim pela maioria corrupta do centrão.
Dois resumos da ópera
- Não, não precisamos de crise econômica para substituir o governo, estamos quebrando esse paradigma.
- A esquerda sempre será a esquerda e o centrão é quem viabiliza o fim da liberdade.
Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima