| Foto: John Mabanglo/EFE/EPA; Juan Ignacio Roncoroni/EFE
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Deep State é a combinação de três grandes forças dentro e fora de um país, cujo objetivo é controlar os sistemas políticos, recursos públicos e economia do país. E que forças são essas? São forças políticas como partidos, jornalistas e mídia, organizações da burocracia como órgãos públicos, agências reguladoras e estatais e grupos empresariais como bancos, mineradoras e construtoras. São essas as três pontas que sedimentam um Deep State presente no mundo.

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Na Argentina, Javier Milei já estava 10 anos antes de sua eleição, levantando e expondo a questão do Deep State, vulgo Peronismo, uma versão ideológica fiel ao contexto argentino, com empresários unidos a partidos também corruptos e burocracia dominante. Milei tem avançado com sucesso no debate das reformas e pelo menos na implementação de algumas delas.

O mesmo ocorre nos Estados Unidos. O Deep State norte-americano é distinto do sistema da América Latina e da Europa, e se baseia mais em sistemas de Defesa e Segurança: complexo industrial-militar, diversas agências de segurança e de controle criadas - FBI, CIA, DEA e muitas outras - combinadas com os privilégios de financiadores, notadamente os grandes bancos interesses econômicos, por intermédio de políticos ligados ao partido Democrata. 

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No primeiro governo Trump, o combate ao Deep State era visível, mas não era a prioridade. No seu segundo governo, desmantelar o Deep State será a bandeira prioritária.

Perseguição de Trump expôs o Deep State 

Após ter perdido a eleição, ficou revelada a profundidade do Deep State e o quanto o sistema norte-americano era controlável. Lembrando que Soros e Zuckerberg, entre outros grandes, doaram mais de US$ 400 milhões para os delegados eleitorais (reguladores das eleições) de cada estado em 2020, o que não ocorreu nessa eleição de 2024.    

Como se não bastasse a derrota, a perseguição que veio a seguir foi inédita e implacável.  Certamente o fato gerou uma grande revolta, ademais diante dos tipos de liderança que assumiram o poder: Biden, um completo incapaz; e Kamala, longe de ser elegível para qualquer cargo. Ficou claro que o Deep State americano só tolera fantoches, a exemplo desses dois.

E no Brasil, quem é o nosso Deep State? 

O Deep State aqui se traduz em Estado Social ou Estado de Bem-Estar Social, criado lentamente ao longo de quase 100 anos pela esquerda e pelo centrão.

Similar ao Peronismo, é um Estado assistencialista repleto de organizações e serviços públicos e gastos sociais, que escondem interesses econômicos e corrupção política

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Contrário ao Deep State norte-americano, o nosso não é controlado pelas forças de segurança e de defesa, muito menos pelas indústrias que fornecem armamento. Não. Nosso Estado é desarmamentista, voltado inteiramente a gastos sociais calcados em demagogia.

Centralização

Enquanto EUA e Argentina entram em rota de reforma de seus Deep State, o Brasil segue reforçando, centralizando cada vez mais poder em Brasília e concentrando mais comando nas agências centrais, acima dos estados e municípios, através de novas regulamentações e tributação. Estamos no caminho exatamente oposto ao que seria para reformar nosso Deep State. A Organização Soviética ainda é a referência para todo grupo criminoso no poder.  

Quais reformas desarticulariam nosso Deep State?    

Previdência: o primeiro passo

Se antes a Previdência era opcional, tornou-se obrigatória e adotou um sistema de incentivo reverso de uma boa gestão. Como não há preocupação de se captarem recursos para o INSS, os governos passaram a fazer política social com os fundos previdenciários. Essa é a razão da falência do modelo, e se não houver uma reforma profunda, o sistema vai falir, efetivamente.

O modelo vigente, sabemos, é de contribuições contabilizadas como receita, em que os aposentados são considerados despesa. Ou seja, quem contribui hoje financia quem está se aposentando. Portanto, o cidadão não possui um sistema de capitalização de si próprio, e também não pode escolher quem e como irá gerenciar e alocar suas contribuições. Os políticos e os burocratas estabelecem o que fazer com esses recursos, sempre a favor do Estado, claro. Resultado? Rombos. Há sempre menos contribuintes que beneficiários.

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Esse não é um sistema nada saudável. Só defende a previdência tal como ela está quem não contribuiu com nada ou quase nada; os que recebem desproporcionalmente e se aposentaram muito cedo ou com poucos anos de contribuição; ou pensam estar ganhando com esse sistema.    

A situação só vai se resolver, primeiramente, se revertermos o sistema, com uma capitalização individual (que elimina privilégios) e a retirada do aspecto da assistência social (que reduz desvios). Esses são os principais fatores do colapso, não só no Brasil, mas em todos os países que adotaram esse modelo de previdência. No Brasil, esse modelo quebra o país a cada 5 anos.

Saúde: preferida do Centrão 

Uma segunda área a considerar e sujeita à mesma falência da Previdência é a da Saúde, igualmente estatal e obrigatória. O modelo SUS, baseado no sistema inglês, foi adotado logo após a Segunda Guerra Mundial e sempre foi ruim. Outros países também o adotaram, com algumas variações, e apresentam problemas semelhantes: corrupção, ineficiência, vazamento de centenas de bilhões para “rachadinhas e rachadonas” por parte de grupos de interesses locais ou nacionais, além das transferências de verbas que dificilmente podem ser controladas em virtude da centralização.

O sistema de saúde, realmente, é uma peneira em que vaza água por todos os lados, um balde furado por onde escorre boa parte da corrupção do país

Sua eficiência é duvidosa, uma vez que não há ninguém sinceramente feliz com o desempenho do serviço público de Saúde. Uma primeira saída é que os estados assumissem o sistema de Saúde. Se eles decidirem por uma gestão de sistema universal, devem administrá-lo localmente; o mesmo se aplica aos estados que preferirem um sistema opcional, de voucher, para redução de impostos, como nos Estados Unidos. 

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No Canadá, outro exemplo, o Estado oferece um seguro-saúde, e não tem, necessariamente, o comando de outros itens como medicamentos, construção de hospitais e gestão de recursos humanos, caso do Brasil. Todos os recursos arrecadados lá são para garantia do seguro-saúde. 

Há também o modelo alemão, todo privado e sem nenhum controle direto. O Estado serve apenas para regulamentação do sistema, ao gerir um sistema de competição entre os fornecedores, que devem garantir o acesso universal à Saúde. O atendimento se mantém exclusivamente pela iniciativa privada. 

Portanto, há alternativas de modelos regulatórios, total ou parcialmente, ou um sistema como o norte-americano, em que ambos são válidos, dependendo do estado. Penso que o Brasil está mais propenso a este último, por suas dimensões continentais, diversidade econômica e modelo político federativo.

Educação: quanto mais local melhor

Segundo os mesmos princípios, o modelo educacional é outra peça do dominó do controle totalitário. O sistema de Educação, centralizado como está, não apenas promove doutrinação, mas sustenta as grandes oligarquias empresariais de ensino. 

Trata-se de um modelo desvirtuado, que não entrega bons resultados há muito tempo - há décadas estamos nos últimos lugares nos índices educacionais mundiais - e consome muitos recursos pela contrapartida que oferece.

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Mesmo assim, não é uma questão de verbas, mas de processos e conteúdos. Entretanto, não adianta reformar tanto processos como conteúdos de ensino se o modelo construído obedece a um modelo comandado por Brasília. 

A ideia é não manter um sistema centralizado, mas permitir que os estados possam ter liberdade para, se quiserem, apoiar o sistema com vouchers, por exemplo, para que as pessoas, mesmo as mais carentes, possam escolher entre uma ou outra escola de sua preferência. 

Quais entidades privadas eu optaria, preferencialmente? Primeiro, educação no lar, ou homeschooling, uma tendência crescente e que é o caminho do futuro. Em todo o mundo, onde há homeschooling, diminui o ensino coletivista e expande o ensino individual. Essa educação em casa tem sido a salvação para várias famílias em sociedades mais livres.

Em segundo lugar, as escolas cívico-militares, porque a disciplina, o respeito aos mais velhos, à hierarquia, aos pais e professores são valores fundamentais e devem ser mantidos no sistema de ensino. Esses são os principais fatores combatidos tão ferrenhamente pela esquerda hoje. As escolas militares ainda contam com a vantagem de garantir conteúdo de qualidade e melhor desempenho acadêmico dos estudantes.

Em terceiro, as escolas religiosas. Semelhantes às escolas militares, têm o diferencial do aspecto religioso e da liberdade individual por meio do trabalho espiritual. Importante vincular tanto as escolas cívico-militares como religiosas à família, que é o centro também do Homeschooling.

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Todas essas três modalidades mantêm uma simbiose significativa, e são objeto de combate pelo atual sistema de ensino, mais uma razão para pularmos fora desse modelo. Descentralizar e implementar o sistema de voucher, a princípio, eliminaria também parcela da corrupção e a interferência indevida de oligarquias que mamam no sistema centralizado, que retroalimenta o poder totalitário do Estado e de políticos corruptos. 

Nos próximos artigos, vamos continuar com propostas de mudanças profundas do sistema. Vamos tratar dos temas que sustentam o poder totalitário: o assistencialismo, que é usado e abusado como falsa demagogia; a legislação, a segurança, a questão tributária, política e a nova Constituição. 

Vale a pena acompanhar todas as novas ideias que estão acordando a direita e desesperando a esquerda no mundo e chegando ao Brasil em um processo irreversível de liberdade.