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Luiz Philippe de Orleans e Bragança

Luiz Philippe de Orleans e Bragança

O Foro de São Paulo vai bem?

(Foto: EFE)

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A ideia de criar blocos políticos e econômicos já passou. Ficou no século 20. No século 21, observam-se forças contrárias aos blocos crescendo no mundo todo. No final do século 20, em 1991, acabou a União Soviética, em 2016 vimos o brexit, em 2018 houve a renegociação do acordo NAFTA e da OTAN, e em 2022, o início da guerra na Ucrânia. Em contrapartida, quem insistiu em fazer acordo em bloco não teve muito sucesso, vide Mercosul e União Europeia.  

Mas a pandemia não reforçou a OMS e a ONU? Sim e não, pois a interferência globalista, apesar de ser óbvia e brutal, foi também o que fomentou resistências e vontades de vários países-membros de buscarem um polo alternativo, mais aberto, como o que está sendo criado pelos BRICS.  A tendência é clara: enfraquecimento dos blocos e agremiações supranacionais, aumento do nacionalismo, do protecionismo e de tudo o que preserve as soberanias nacionais, seus recursos naturais, empresas e cidadãos.

Nesse momento, reaparecem na América Latina lideranças da esquerda antiquada com ideias antiquadas e pasmem, resolvem ressuscitar uma ideia tão antiga quanto elas: criar uma “União Soviética na América Latina”.  No Brasil, o “novo” presidente recém- eleito reativou a UNASUL e faz discursos alinhados com reforço do MERCOSUL.  Por trás dessas decisões institucionais há um movimento antigo e subversivo de partidos de esquerda latino- americano chamado Foro de São Paulo. Sua missão? Conquistar as presidências dos países latino-americanos e estabelecer em cada um deles uma ditadura socialista.

Como anda esse entulho da era soviética?  Um rápido mapa geopolítico da América Latina pode nos ajudar a identificar as crises estruturais causadas pelo Foro de São Paulo nos últimos 30 anos. Atualmente a foto regional não é tão desesperadora para quem defende a liberdade e a prosperidade.  Há 5 países que tem governos fora do Foro de São Paulo: Paraguai, Uruguai, Equador, Guiana, Costa Rica e Panamá.  Há somente 3 países com ditaduras consolidadas: Cuba, Venezuela e Nicarágua.  E há 7 países onde o Foro de São Paulo tem a presidência, mas os planos ditatoriais do Foro não se consolidaram ou suas lideranças estão fracas: Brasil, Argentina, Chile, Peru, Bolívia, Honduras e México.

Esse quadro não pinta uma boa notícia para os apoiadores do Foro e se os países que estão balançando começarem a ruir será o fim de seus planos, mais uma vez. Vamos analisar o que está acontecendo com os presidentes do Foro de São Paulo nos países em que esses estejam balançando:

Chile: Gabriel Boric, sem maioria para eleger sua constituinte, viu a sociedade reagir contra sua proposta de constituição totalitária e no domingo, 7 de maio, a direita ganhou o pleito para elaboração de uma nova constituição. O primeiro ano do governo de Gabriel Boric foi marcado pelo aumento dos índices de criminalidade. A taxa de ocorrências policiais registradas em 2022, por exemplo, apresentou um crescimento de 44% em relação a 2021, segundo dados da Subsecretaria de Prevenção ao Crime do Ministério do Interior. A população deu sua resposta nas urnas. Em cédulas.

Colômbia:  Gustavo Petro, presidente assumidamente bolivariano, ex-líder das FARC, ordenou que seus ministros renunciassem, depois de perder maioria no congresso e pedir mobilização nas ruas - que não aconteceu - para aprovar seus projetos de estatização e centralização. Na última semana, rompeu com a coalizão governista que o apoiava e deve sofrer o impacto da falta de governabilidade.

Argentina: Alberto Fernández, burocrata peronista, já declarou que não deve concorrer a nova eleição diante do desastre econômico que promoveu, comparável ao da Venezuela. A inflação anual bateu em 102% e os juros 99% e o mercado calcula que, ao fim deste ano, ela dispare para mais ainda, o maior índice desde 1991. Enfraquecida pela derrota nas urnas nas eleições legislativas de 2021, a Casa Rosada abriu a torneira do gasto público, com aumentos de subsídios e planos sociais, e criou restrições ao capital o que aprofundou ainda mais a crise econômica e afastou investimentos. Sem reservas, a dependência de ajuda externa é total.

Bolívia:  Luis Arce vem sofrendo denúncias de corrupção do ex-presidente, ex-apoiador e também socialista Morales, presidente de seu partido MAS, revelando que o mito da solidariedade da esquerda não resiste a dois anos de disputas pelo poder. Seguindo a cartilha do Foro de São Paulo, Arce retomou alianças com o governo de Nicolás Maduro e restabeleceu relações diplomáticas com o Irã. Além disso, restituiu a exigência de visto para turistas dos Estados Unidos e de Israel, suspensa no governo anterior. No país mais pobre da América Latina, o desemprego e a criminalidade dispararam e a maioria das agências não aconselha que turistas percorrem rodovias, a pé ou de carro, mas prefiram viagens aéreas para evitar o crescente assédio do narcotráfico.

Honduras: A presidente Xiomara Castro tem estatizado a economia de Honduras com reversão de privatizações e aumentou impostos e gastos sociais.  Perdeu apoio do Congresso e luta para conquistar governabilidade é praticamente perdida.  Em pesquisa mais da metade da população hondurenha gostaria de sair de seu país.

Peru: Pedro Castilho tentou dar um golpe de estado ao dissolver o Congresso no final de 2022 e os militares o impediram e forçaram sua saída. Assumiu o comando sua vice Dina Boluarte, que tem debelado protestos internos violentos e está sendo investigada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos por mortes causadas durante esses protestos. Economicamente, o Peru está fragilizado, com problemas estruturais anteriores e com agenda populista limitadora do governo socialista.

México: O social-democrata López Obrador está em guerra contra o narcotráfico desde sua eleição, em 2018, sem sucesso. As críticas a seu governo fraco, que não consegue deter os cartéis nem conter a criminalidade, desfizeram a imagem progressista do presidente, politicamente desgastado. Em fevereiro deste ano, milhares de manifestantes protestaram contra sua reforma eleitoral, que visa perpetuar a hegemonia da esquerda no país. Diante de oposição organizada e mobilização que o pressionam, Obrador pretende fazer um pacto com a direita mexicana para tentar obter alguma governabilidade.

E no Brasil? O atual presidente do Brasil é fundador do Foro de São Paulo.  Tem agido com coerência em defender uma ditadura socialista que o Foro prega e adota as mesmas estratégias de seus aliados na América Latina. Assim como os demais países em que o Foro não conseguiu consolidar seu comando, o Brasil sofre do mesmo problema. Em sua base estão as instituições públicas, a separação de poderes e a oposição.

Esses três fatores impedem uma sedimentação rápida e vai requerer mais tempo para que seus objetivos sejam alcançados.  Tempo é o que eles não têm e é o que permite à opinião pública, junto com a oposição, se fortalecer para sua derrubada.

Balancem, que eles caem!

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

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