De repente, o mercado se dá conta de que esse governo não entende nada de economia e está comprometido com a gastança e a corrupção; práticas já corriqueiras desde que ocuparam o cargo, mesmo em outros mandatos. O que ficou claro para o mercado é que a situação não é mais sustentável, pois há uma combinação de fatores que levam a crise:
- Rombo fiscal constante;
- Aumento de impostos constante;
- Aumento do endividamento;
- Aumento dos juros;
- Aumento da inflação;
- Aumento do risco Brasil.
Dessa forma, o mercado entendeu que não é possível o governo continuar gastando como está, pois gera um rombo que se aprofunda mensalmente. E como tapar esse buraco? Com aumento de arrecadação e de endividamento! Ambos são provas de sua incapacidade, pois os juros, que já estavam altos, subiram ainda mais. O governo, consequentemente, se vê obrigado a cortar custos, pois não há mais de onde tirar ou de onde arrecadar.
IBGE e a ficção: o poder central também não consegue arrecadar no ritmo de seus gastos, nem se endividar mais porque o mercado não está mais comprando os títulos públicos que emite, nem acredita nos números mirabolantes divulgados pelos órgãos oficiais, notadamente o IBGE. Já escrevemos artigo sobre esse assunto, abordando os dados do IBGE que não condizem com a realidade.
O IBGE vem divulgando dados da inflação entre 4% e 5% e temos juros na faixa de 13% a 14%. Ou seja, será que temos o maior juro real do mundo? Não. A verdade é que a inflação é muito superior aos 5% publicados pelo IBGE.
Já denunciamos a maquiagem de números por parte desse órgão governamental, que afeta todas as decisões, e agora o mercado constata a mistura fatal de corrupção, incompetência e uma espessa cortina de fumaça criada pelo IBGE, que menospreza a inteligência e a experiência do povo brasileiro. Mas agora esse governo não engana mais ninguém.
Mais confisco de quem produz: O que isso significa, crise fiscal para governo socialista? O poder federal deve acirrar ainda mais os seus ataques contra o setor produtivo, aqueles que têm poupança e renda, que investem e que geram empregos, aumentando o confisco de quem realmente produz algo no país. Essa tem sido a ideologia e a narrativa desse desgoverno.
Dólar: em função direta dessas ações do governo, o consumidor sai perdendo, pois o dólar disparou diante da constatação da classe produtora de que o Brasil não é um bom lugar para se ter poupança ou se investir.
O governo está justamente atrás desse segmento, pois são cidadãos e empresas que podem comprar dólares e sair do Brasil, bem como todos os que já entenderam que o país não vai conseguir equilibrar suas contas.
Adicionalmente, muitos dos que operam recursos financeiros já sabem que, se não enviarem remessas para o exterior, podem sofrer retaliações, pois é muito provável que seja adotada uma postura muito semelhante à da Argentina peronista, de controle de fluxo de capital.
Tal deve ocorrer também no Brasil, inicialmente como vem acontecendo, com o aumento de tributos, de IOF, de taxação sobre transações e compras internacionais; até a criação de bloqueios e limites de transações entre países em moeda estrangeira, não só de compras, mas de remessas e viagens, dentre outros. Portanto, a pressão sobre o dólar tende a aumentar.
Brasil saindo da rota dos investimentos: somado à pressão ao dólar, o governo Trump deve fazer o oposto ao governo brasileiro em relação ao setor produtivo, o que vai sugar ainda mais recursos para investimento que estavam direcionados para o Brasil.
Sim, o que viria para nós, doravante, terá como destino os Estados Unidos, o qual será o grande “aspirador de pó” dos investimentos mundiais, uma vez que seja um país mais atraente que o nosso.
Isso não é novidade, haja vista o que aconteceu no primeiro governo Trump e que agora acontece na Argentina. A Argentina tem atraído muitos fundos de investimentos, mesmo que sua inflação ainda esteja muito alta, na faixa de 100% a 120%, no entanto a sinalização do governo argentino é verdadeiramente de cortar gastos, atingir equilíbrio fiscal, valorizar a moeda e readquirir crédito internacional.
A cada mês, a Argentina galga sucesso no setor da economia e o mercado responde positivamente para investimentos lá. Por consequência, a bolsa e a moeda argentina têm valorizado, assim como o crédito, o que significa juros menores.
Agora, com os Estados Unidos entrando nesse jogo de reforçar sua própria moeda, o Brasil pode se tornar um dos piores investimentos das Américas
E como isso se traduz para o consumidor final? Preços mais altos, dólar aumentando ainda mais, o que vai gerar efeito nos combustíveis, alimentos, produtos e serviços em todo o país.
Crédito mais caro: com o viés de aumento de juros, o crédito certamente fica mais caro para o consumidor. Mas os juros não aumentam somente pela pressão da inflação. Não, infelizmente. Os juros também aumentam por desconfiança de que o Brasil pode não pagar seus títulos uma vez que o endividamento está alto (batendo 80% do PIB com juros a mais de 13%). A dívida está se tornando impagável e o risco do Brasil entrar num ciclo semelhante ao que a Argentina entrou no passado peronista está no horizonte. Isso não se resolve no curto prazo.
Três consequências e uma lição: resumindo, a população deve sofrer dois impactos diretos: o primeiro, nos preços por causa do dólar, o segundo, nos juros do cartão de crédito. Um terceiro impacto, bem previsível, também deve acontecer: o desinvestimento, que terá como efeito menos empregos na livre iniciativa, e o governo estará lá, de boca aberta a esperar os que queiram ir para o setor público, nada sustentável e que certamente deve acelerar a crise na qual o esse desgoverno mergulhou o Brasil.
Compreendo que esse diagnóstico é negativo, no entanto, há uma lição positiva a se extrair para os próximos e difíceis dois anos que se seguirão: haverá mudança em 2026, pois a classe média não aguenta mais “pagar o pato” da incompetência, corrupção e ideologia da administração atual.
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